iFood faz acordo para ter 49% de mexicana SinDelantal
A brasileira iFood fez um acordo para comprar 49% da SinDelantal, uma das principais empresas de delivery de comida do México
Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2016 às 07h54.
Última atualização em 5 de dezembro de 2016 às 12h26.
Rio de Janeiro - A brasileira iFood, que opera aplicativo de entrega de comida de mesmo nome, fechou acordo para aquisição de 49 por cento da mexicana SinDelantal, dando o primeiro passo rumo à internacionalização da companhia.
A aquisição da fatia da SinDelantal.mx, considerada uma das principais empresas de delivery de comida do México , foi viabilizada a partir de um aporte de 100 milhões de reais feito por investidores da iFood, que incluem a europeia Just EAT e a brasileira Movile.
Parte dos recursos foi usado na aquisição da fatia na SinDelantal.mx e parte na manutenção da operação dos serviços da empresa.
Com a compra da participação pela iFood, a SinDelantal.mx vai ter a administração dividida entre a companhia brasileira e a Just EAT, que havia adquirido a empresa mexicana em fevereiro do ano passado.
De acordo com o vice-presidente financeiro da iFood, Carlos Moisés, a escolha do mercado mexicano para o início da internacionalização da empresa se deve ao número de consumidores e à força da economia local. Moisés destacou ainda a similaridade entre os mercados brasileiro e mexicano, embora reconheça que o mercado de entrega de comida em casa através pedidos online seja mais robusto no Brasil.
"México é hoje o segundo maior mercado da América Latina e junto com Brasil representa 70 por cento do mercado de Internet da região", disse o executivo à Reuters.
"O mercado mexicano é bem interessante (...) Ele tem penetração de Internet e de acesso móvel, mas enquanto no Brasil há uma cultura de delivery, no México isso ainda está crescendo", acrescentou Moisés.
"Podemos crescer a passos largos como fizemos no Brasil." Segundo ele, a iFood e parceiros olham eventuais oportunidade adicionais no mercado latino-americano, em especial na Argentina e na Colômbia, mas a prioridade é a consolidação do negócio no Brasil e México.
"Nosso negócio faz sentido em mercados de massa e em menores faz menos sentido. E ainda tem que ver como está a Internet, o acesso via smartphone. Em muitos países da América Latina isso está abaixo do Brasil", disse o executivo.
A iFood lançou o aplicativo em 2011 e começou a gerar lucro em março deste ano, disse Moisés sem dar detalhes. Segundo ele, em 2016 a receita da empresa deve saltar entre 250 e 300 por cento sobre o ano passado, após uma expansão de 150 por cento em 2015 frente ao ano anterior.
No Brasil, a iFood cobra uma comissão de 12 por cento sobre o valor de cada pedido feito por usuário a um restaurante da rede credenciada pela empresa.
Se as perspectivas do serviço se consolidarem aqui e no exterior, a abertura de capital pode ser uma caminho a ser adotado no futuro, segundo Moisés, que frisou que por enquanto a possibilidade não está sendo considerada.
"IPO (oferta pública inicial de ações) não é um assunto em discussão ainda , mas pode ser uma saída natural. Ainda temos muito a fazer antes de pensar em IPO. Não discutimos o assunto (...) Vejo mais sentido nos Estados Unidos (um eventual IPO), que é um mercado mais amadurecido", disse Moisés.