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Honda e Takata discutiram falhas em airbags ainda em 2009

Mais de 19 milhões de carros de 12 montadoras sofreram recall no país devido a falhas no equipamento de segurança. No mundo, 9 mortes são relacionadas ao caso

Airbag Takata: arquivos fazem parte de uma investigação contra a fabricante na Flórida (Toru Hanai/Reuters)

Luísa Melo

Publicado em 4 de janeiro de 2016 às 13h23.

São Paulo - Documentos de um tribunal do estado da Flórida, nos Estados Unidos, revelam que a Honda e a Takata já conversavam sobre o alto índice de problemas com os airbags da fornecedora em 2009. A informação é da Bloomberg.

Ao todo, mais de 19 milhões de carros de 12 montadoras sofreram recall no país por conta de defeitos no equipamento de segurança da fabricante, que poderia explodir até mesmo durante colisões leves.

No Brasil, a companhia teve que recolher autmóveis devido a essas falhas em duas ocasiões neste ano. Na primeira, em junho, foram chamados 290.000 carros. Na segunda, em julho, 477.500– o maior recall da história da marca por aqui.

De acordo com o The New York Times, os investigadores ainda relacionaram uma nova morte aos airbags defeituosos, totalizando agora oito casos fatais nos EUA e nove no mundo todo, além de mais de 100 feridos contabilizados.

Os arquivos fazem parte de uma investigação contra a Takata na Flórida. Neles, consta que, durante uma reunião em 22 de julho de 2009, Hindenobu Iwata, que até então supervisionava a operação norte-americana da Honda, pressionou o presidente da Takata, Shigehisa Takada, por conta da extensão do problema com os airbags.

A conversa teria ocorrido no escritório da Honda em Torrance, na Califórnia, segundo o NYT.

"Eu estou constantemente preocupado sobre até onde isso pode chegar", teria dito Iwata a Takada e outros executivos durante a reunião, conforme trechos de ata divulgada pelo jornal. "Quero que você descubra a razão (dos problemas) rapidamente", teria emendado.

Durante o encontro, um outro engenheiro teria ainda questionado: "por que o propulsor se deteriora com o tempo? Porque ele explode? Eu quero saber a verdade".

Contexto

A reunião teria ocorrido dois dias depois que a primeira morte relacionada ao defeito foi divulgada. Naquela época, segundo o NYT, só 4.000 veículos haviam sido recolhidos por conta do defeito e a Honda e a Takata alegavam que se tratava de um "problema de fabricação limitado".

Cinco dias depois da assembleia, ainda conforme o jornal, a Honda chamou um recall adicional de 440.000 carros.

Em novembro, reguladores iniciaram uma investigação acerca dos recalls, que foi arquivada por falta de informações seis meses depois.

Os documentos foram cedidos à Bloomberg pelo advogado de uma mulher que processa a Takata por ter ficado tetraplégica depois de um acidente supostamente causado pelo airbag, na Flórida.

As duas empresas não comentaram.

No mês passado, a Honda anunciou que não vai mais utilizar os infladores de airbag da Takata em seus novos modelos, por conta da postura da fornecedora no tratamento do caso.

A fabricante de peças foi condenada a pagar uma multa de 70 milhões de dólares nos Estados Unidos devido ao problema. A indenização, porém, pode chegar a 200 milhões de dólares caso a companhia descumpra a determinação.

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São Paulo - Documentos de um tribunal do estado da Flórida, nos Estados Unidos, revelam que a Honda e a Takata já conversavam sobre o alto índice de problemas com os airbags da fornecedora em 2009. A informação é da Bloomberg.

Ao todo, mais de 19 milhões de carros de 12 montadoras sofreram recall no país por conta de defeitos no equipamento de segurança da fabricante, que poderia explodir até mesmo durante colisões leves.

No Brasil, a companhia teve que recolher autmóveis devido a essas falhas em duas ocasiões neste ano. Na primeira, em junho, foram chamados 290.000 carros. Na segunda, em julho, 477.500– o maior recall da história da marca por aqui.

De acordo com o The New York Times, os investigadores ainda relacionaram uma nova morte aos airbags defeituosos, totalizando agora oito casos fatais nos EUA e nove no mundo todo, além de mais de 100 feridos contabilizados.

Os arquivos fazem parte de uma investigação contra a Takata na Flórida. Neles, consta que, durante uma reunião em 22 de julho de 2009, Hindenobu Iwata, que até então supervisionava a operação norte-americana da Honda, pressionou o presidente da Takata, Shigehisa Takada, por conta da extensão do problema com os airbags.

A conversa teria ocorrido no escritório da Honda em Torrance, na Califórnia, segundo o NYT.

"Eu estou constantemente preocupado sobre até onde isso pode chegar", teria dito Iwata a Takada e outros executivos durante a reunião, conforme trechos de ata divulgada pelo jornal. "Quero que você descubra a razão (dos problemas) rapidamente", teria emendado.

Durante o encontro, um outro engenheiro teria ainda questionado: "por que o propulsor se deteriora com o tempo? Porque ele explode? Eu quero saber a verdade".

Contexto

A reunião teria ocorrido dois dias depois que a primeira morte relacionada ao defeito foi divulgada. Naquela época, segundo o NYT, só 4.000 veículos haviam sido recolhidos por conta do defeito e a Honda e a Takata alegavam que se tratava de um "problema de fabricação limitado".

Cinco dias depois da assembleia, ainda conforme o jornal, a Honda chamou um recall adicional de 440.000 carros.

Em novembro, reguladores iniciaram uma investigação acerca dos recalls, que foi arquivada por falta de informações seis meses depois.

Os documentos foram cedidos à Bloomberg pelo advogado de uma mulher que processa a Takata por ter ficado tetraplégica depois de um acidente supostamente causado pelo airbag, na Flórida.

As duas empresas não comentaram.

No mês passado, a Honda anunciou que não vai mais utilizar os infladores de airbag da Takata em seus novos modelos, por conta da postura da fornecedora no tratamento do caso.

A fabricante de peças foi condenada a pagar uma multa de 70 milhões de dólares nos Estados Unidos devido ao problema. A indenização, porém, pode chegar a 200 milhões de dólares caso a companhia descumpra a determinação.

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