Hidrelétrica de Santo Antônio ainda exigirá aportes, diz Fitch
Agência rebaixou a avaliação de crédito de debêntures emitidas pela empresa responsável pelo empreendimento
Reuters
Publicado em 24 de janeiro de 2017 às 14h04.
Última atualização em 24 de janeiro de 2017 às 14h12.
São Paulo - A hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia, deverá exigir aportes adicionais de capital de seus acionistas neste ano e em 2018 para poder cumprir com obrigações financeiras, disse nesta terça-feira a Fitch Ratings, que também rebaixou a avaliação de crédito de debêntures emitidas pela empresa responsável pelo empreendimento.
A Santo Antônio Energia tem como sócios a estatal Furnas, do Grupo Eletrobras, a mineira Cemig e a Odebrecht Energia, além da SAAG Investimentos e do Caixa FIP Amazônia Energia.
A primeira e a segunda séries da terceira emissão de debêntures da companhia tiveram o rating rebaixado para 'CC(bra)', ante 'BB-(bra)'. As captações somaram 700 milhões de reais, com vencimento em 2022 e 2024.
"O rebaixamento dos ratings... reflete a deterioração da qualidade de crédito do acionista/garantidor de perfil de crédito mais fraco", disse a Fitch.
A nova nota da Santo Antônio Energia aponta que a agência avalia como provável uma inadimplência da empresa com algumas obrigações.
A Fitch disse ainda que seus cenários, que não consideram ressarcimentos devidos pelo consórcio construtor da usina aos acionistas, "o projeto permanece necessitando de aportes adicionais de capital em 2017 e 2018 para honrar suas obrigações".
Sem considerar novos aportes dos acionistas, a liquidez disponível da Santo Antônio Energia "é insuficiente para cobrir os déficits de fluxo de caixa", alertou a Fitch.
A agência disse que os ratings da empresa poderão ser elevados se for acertado o ressarcimento do consórcio construtor à Santo Antônio Energia ou se o projeto receber recursos extras para cobrir os déficits de fluxo de caixa no curto prazo.
(Por Luciano Costa)