Greve em aéreas argentinas afeta milhares de passageiros
A greve afeta passageiros tanto dentro como fora da Argentina, já que muitos não conseguiram embarcar em seus voos nos aeroportos de várias cidades do mundo
EFE
Publicado em 31 de outubro de 2017 às 16h14.
Buenos Aires - Por volta de 40 mil passageiros foram afetados nesta terça-feira pela greve de 24 horas que está sendo realizada na Argentina por funcionários das companhias aéreas Aerolíneas Argentinas e Austral para reivindicar melhores salários, o que levou ao cancelamento de mais de 370 voos locais e internacionais nos aeroportos do país.
A medida, segundo informaram à Agência Efe fontes empresariais, afeta passageiros tanto dentro como fora da Argentina, e muitos não conseguiram embarcar em seus voos nos aeroportos de várias cidades do mundo, como Nova York, Roma, Miami, Madri e Bogotá.
Na semana passada, diversos grupos sindicais convocaram a greve após não terem conseguido chegar a um acordo de melhorias salariais nas negociações com as empresas.
"Lamentamos informar a todos os nossos passageiros que os voos de hoje e amanhã sofrerão demoras e cancelamentos devido a uma greve sindical", expressou a Aerolíneas Argentinas através do Twitter, uma mensagem na qual a companhia afirmou que está trabalhando "intensamente" para "normalizar os voos o mais breve possível".
Os sindicatos asseguraram em comunicado que tentaram evitar o conflito "várias vezes" através do diálogo.
Segundo as organizações que convocaram a greve, durante os 60 dias de negociação, a empresa "deixou vencer todos os prazos paritários e conciliatórios legais", não compareceu a uma das audiências convocadas pelo Ministério do Trabalho e "foi intimada pelo mesmo para oferecer uma pauta salarial superior a 16% para destravar o conflito".
A Aeropuertos Argentina 2000, a principal operadora de aeroportos do país, pediu, através das redes sociais, aos usuários que viajam hoje através da Aerolíneas Argentinas e Austral que não compareçam aos aeroportos e que entrassem em contato com as empresas para remarcar os voos.
Assim, os principais aeroportos do país, como o Aeroparque Jorge Newbery em Buenos Aires, amanheceram praticamente desertos, com apenas algumas famílias e grupos pequenos de pessoas que esperavam para retomar suas viagens.
Em uma entrevista ao canal "Todo Noticias", o presidente da Aerolíneas Argentinas, Mario Dell'Acqua, qualificou como "uma atitude realmente irracional" a greve convocada para reivindicar aumentos de salários.
"Um comandante internacional está ganhando em média 250 mil pesos argentinos por mês (US$ 14.177). Estes são os que não quiseram hoje fazer seus voos e abandonaram os aviões em todos os aeroportos europeus e americanos", ressaltou Dell'Acqua.