Governo português ameaça barrar novamente venda da Vivo
Se a Telefônica não apresentar uma nova proposta à Portugal Telecom, veto será mantido, diz primeiro-ministro
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
São Paulo - O governo português ameaçou impedir novamente a venda da Vivo à espanhola Telefônica. Em encontro com jornalistas nesta sexta-feira (16/7), Pedro Silva Pereira, ministro da Presidência (cargo equivalente ao de primeiro-ministro), afirmou que a Telefônica deveria apresentar uma nova proposta, caso queira que Lisboa mude sua posição em relação à venda da fatia da Vivo detida pela Portugal Telecom.
"Se a proposta não se alterar, mantém-se [o veto]", disse Pereira. Em 29 de junho, às vésperas da assembleia geral de acionistas da operadora portuguesa, a Telefônica elevou sua oferta de 6,5 bilhões de euros para 7,15 bilhões de euros, com o objetivo de vencer as resistências. A manobra atraiu o apoio de cerca de 70% dos acionistas da Portugal Telecom, no dia seguinte. A venda da Vivo, porém, não foi adiante porque o governo português usou sua "golden share" para vetá-la.
A atitude provocou polêmica e foi parar no Tribunal de Justiça da Comunidade Europeia, que considerou o veto ilegal por impedir a livre circulação de capital no bloco econômico. O governo português, porém, manteve sua posição, afirmando que a decisão da corte eurpeia era apenas consultiva, e que nada mudaria. Diante disso, a Telefônica ameaçou dissolver a Brasilcel, holding que controla da Vivo e na qual é sócia da Portugal Telecom, com 50%.
De qualquer modo, os espanhóis prorrogaram o prazo de validade da oferta até esta sexta-feira (16/7). A direção da Portugal Telecom reuniu-se ontem para discutir o assunto. O encontro foi marcado pela divisão entre os conselheiros - a Caixa Geral de Depósitos mantinha-se contrária à venda, por se alinhar ao governo português. Sem chegar a um consenso, a reunião foi interrompida. O encontro deve ser retomado na tarde desta sexta-feira.