Negócios

Fusões e aquisições em siderurgia crescem 78% em 2010

Volume de negócios totalizou 27 bilhões de dólares, mostrando a consolidação do setor

Vale comprou ativos da Bunge por R$ 7 bilhões, em janeiro de 2010 (Kiko Ferrite)

Vale comprou ativos da Bunge por R$ 7 bilhões, em janeiro de 2010 (Kiko Ferrite)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2011 às 17h03.

São Paulo – Depois de uma retração no mercado de siderurgia e minério de ferro, o setor retomou crescimento e somou 27 bilhões de dólares em fusões e aquisições em 2010 – um salto de 78% em relação ao ano anterior. Os dados são do relatório Forging Ahead – 2010 Annual Review, elaborado pela consultoria PriceWaterhouseCoopers.

“Embora na comparação ano a ano a recuperação seja extremamente significativa, ela é na realidade modesta quando se considera os picos de 86,4 bilhões de dólares e 144,7 de dólares bilhões registrados em 2006 e 2007”, afirma a consultoria.

As cinco maiores transações realizadas no ano passado superaram a marca de 1 bilhão de dólares. Em 2009, somente duas ficaram acima desse valor. “O fluxo de transações pendentes indica que essa tendência de alta nos valores envolvidos será ainda mais forte este ano”, avalia a PwC. As cinco maiores transações anunciadas entre o fim de 2010 e o início de 2011 e que devem se concretizar nos próximos meses, já somam 17 bilhões de dólares, 60% acima do valor dos cinco maiores negócios realizados em 2010.

Segundo a consultoria, as finanças em ordem e a maior estabilidade econômica fazem com que muitas empresas consideram agora o momento certo para realizar transações para fazer frente ao cenário de consolidação, necessidade de assegurar suprimento de matérias-primas e ampliar a presença em mercados em crescimento.

O aumento do número de fusões e operações aconteceu por conta da alta nos preços das commodities e da pressão das mineradoras sobre os contratos -- o que fez as empresas optarem por essas operações como uma opção mais competitiva. Dois dos três maiores negócios realizados no setor em 2010 envolveram a compra de fontes de minério de ferro. Também foram registradas transações de aquisição de fontes na América do Sul e na África por companhias japonesas e chinesas.

Como reflexo desse movimento, os negócios classificados no segmento “outros metais” – basicamente minério de ferro – ainda respondem pela maior fatia do total de transações com aumento de 57% em valor na comparação com 2009.

A importância dos países da América do Sul no cenário global de fusões e aquisições no setor está crescendo. As transações na região recuperaram fôlego no ano passado, após o recuo em 2009 (4,9 bilhões de dólares), mas não no mesmo ritmo de outras regiões. Embora tenham atingido 5,8 bilhões de dólares em 2010, o movimento não foi suficiente para evitar uma queda na participação sobre o total de negócios no mundo, passando de uma fatia de 32% para 22%.

O Brasil foi responsável pela maior parte das transações, em valor, na região. Dez dos 12 maiores negócios na América do Sul envolveram empresas brasileiras. O país respondeu por 4,8 bilhões de dólares do total de 5,8 bilhões de dólares registrados na região.

"Houve também uma retomada nas aquisições intercontinentais em contraste com o foco predominantemente doméstico de 2009", diz a PwC. Aliado ao foco na compra de fontes de matérias-primas, os negócios além fronteiras tiveram aumento de 46%, passando de 129 para 188 em 2010. Em valores as transações mais que triplicaram passando de 4,4 bilhões de dólares para 14,3 bilhões de dólares.

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