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Fracassam negociações entre consórcio e Canal do Panamá

Parte das obras ficaram emperradas depois que fracassaram as negociações entre o consórcio e a administração da passagem interoceânica

Obras de ampliação do Canal do Panamá: consórcio e o governo do Panamá mantêm uma disputa sobre o montante de US$ 1,6 bilhão de custos excedentes no projeto (Rodrigo Arangua/AFP/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2014 às 20h46.

Madri/Cidade do Panamá - Grande parte das obras de ampliação do Canal do Panamá ficaram emperradas nesta quarta-feira, depois que fracassaram as negociações entre o consórcio de empreiteiras e a administração da passagem interoceânica sobre quem assumirá os milionários custos extras da obra.

O consórcio Grupo Unidos pelo Canal (Gupc), liderado pela empresa espanhola Sacyr, e o governo do Panamá mantêm uma disputa sobre o montante de 1,6 bilhão de dólares de custos excedentes no projeto e, nos últimos dias, vinham realizando conversações para a busca de uma solução.

O Gupc disse em Madri que a ruptura põe em risco a expansão da rota transoceânica, que poderia atrasar em até cinco anos, segundo previsões de uma seguradora, e atribuiu o fracasso à "posição injustificadamente rígida" da Autoridade do Canal do Panamá (ACP).

"Sem uma solução imediata, o Panamá e a ACP enfrentarão anos de disputas nos tribunais nacionais e internacionais sobre os passos que levaram o projeto à beira do fracasso", afirmou o consórcio em um comunicado.

De sua parte, o chefe da ACP, Jorge Quijano, disse na Cidade do Panamá que o consórcio foi "inflexível" em sua posição e que agora a administração avalia os próximos passos que adotará. Ele advertiu que os trabalhos serão concluídos em 2015, conforme o cronograma, "com ou sem Gupc".

"A distância entre as partes continuou sendo grande demais, principalmente porque as pretensões do Gupc atentaram contra os interesses do Panamá e seu canal", acrescentou Quijano em entrevista à imprensa.

"Nestas negociações, a cada vez que um acordo se aproximava, o Gupc endurecia sua posição e retornava à sua proposta inicial de que a ACP seria a responsável pelas cifras exorbitantes dos supostos custos excedentes", assinalou.

No entanto, Quijano expressou otimismo de que ainda haja uma janela para alcançar um acordo, embora também tenha alertado que ela se fecha "minuto a minuto".

O Gupc destacou que a situação põe em perigo até 10.000 postos de trabalho, cujas folhas de pagamento desta semana estão agora dependendo de uma fatura de 50 milhões de dólares discutida nas últimas reuniões.

Em um comunicado divulgado mais tarde, a ACP exigiu que o Gupc retome os trabalhos. A Autoridade disse que está disposta a assumir o controle da ampliação do Canal se o consórcio cumprir a ameaça de parar as obras.

"Apoiemos a decisão que o Canal do Panamá tomar. É uma irresponsabilidade o que o Gupc fez", disse o presidente panamenho, Ricardo Martinelli, na TV local.

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Madri/Cidade do Panamá - Grande parte das obras de ampliação do Canal do Panamá ficaram emperradas nesta quarta-feira, depois que fracassaram as negociações entre o consórcio de empreiteiras e a administração da passagem interoceânica sobre quem assumirá os milionários custos extras da obra.

O consórcio Grupo Unidos pelo Canal (Gupc), liderado pela empresa espanhola Sacyr, e o governo do Panamá mantêm uma disputa sobre o montante de 1,6 bilhão de dólares de custos excedentes no projeto e, nos últimos dias, vinham realizando conversações para a busca de uma solução.

O Gupc disse em Madri que a ruptura põe em risco a expansão da rota transoceânica, que poderia atrasar em até cinco anos, segundo previsões de uma seguradora, e atribuiu o fracasso à "posição injustificadamente rígida" da Autoridade do Canal do Panamá (ACP).

"Sem uma solução imediata, o Panamá e a ACP enfrentarão anos de disputas nos tribunais nacionais e internacionais sobre os passos que levaram o projeto à beira do fracasso", afirmou o consórcio em um comunicado.

De sua parte, o chefe da ACP, Jorge Quijano, disse na Cidade do Panamá que o consórcio foi "inflexível" em sua posição e que agora a administração avalia os próximos passos que adotará. Ele advertiu que os trabalhos serão concluídos em 2015, conforme o cronograma, "com ou sem Gupc".

"A distância entre as partes continuou sendo grande demais, principalmente porque as pretensões do Gupc atentaram contra os interesses do Panamá e seu canal", acrescentou Quijano em entrevista à imprensa.

"Nestas negociações, a cada vez que um acordo se aproximava, o Gupc endurecia sua posição e retornava à sua proposta inicial de que a ACP seria a responsável pelas cifras exorbitantes dos supostos custos excedentes", assinalou.

No entanto, Quijano expressou otimismo de que ainda haja uma janela para alcançar um acordo, embora também tenha alertado que ela se fecha "minuto a minuto".

O Gupc destacou que a situação põe em perigo até 10.000 postos de trabalho, cujas folhas de pagamento desta semana estão agora dependendo de uma fatura de 50 milhões de dólares discutida nas últimas reuniões.

Em um comunicado divulgado mais tarde, a ACP exigiu que o Gupc retome os trabalhos. A Autoridade disse que está disposta a assumir o controle da ampliação do Canal se o consórcio cumprir a ameaça de parar as obras.

"Apoiemos a decisão que o Canal do Panamá tomar. É uma irresponsabilidade o que o Gupc fez", disse o presidente panamenho, Ricardo Martinelli, na TV local.

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