Exterior pode somar 36% dos negócios da Marcopolo em 2013
Em entrevista a EXAME.com, presidente do conselho afirma que fatia de negócios no exterior vai crescer neste ano
Daniela Barbosa
Publicado em 4 de abril de 2013 às 13h28.
São Paulo – Desde o início do ano, as operações internacionais da Marcopolo ganharam ainda mais força. A companhia gaúcha comprou em janeiro 19,9% das operações da New Flyer, maior fabricante de ônibus urbano dos Estados Unidos e Canadá, por 116,4 milhões de dólares canadenses. Com a operação, a empresa está agora presente em 11 países e em seis continentes do mundo.
Segundo Paulo Bellini, um dos fundadores e presidente emérito da Marcopolo, o mercado externo tem um peso importante para os negócios da companhia. “Embora ele já tenha representado mais de 50% das nossas operações e agora esteja na média dos 30%, queremos continuar consolidando nossas operações lá fora”, afirmou o empresário – que participou da quarta edição do Curso Exame PME, de EXAME.
Para ele, no entanto, no longo prazo, as operações no exterior podem vir a ter o mesmo peso que no passado. Bellini conversou com EXAME.com, após participar como palestrante do evento. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista concedida pelo empresário.
EXAME.com: Vocês acabaram de estrear em dois novos mercados, os Estados Unidos e Canadá. Existem mais países no radar da Marcopolo?
Paulo Bellini: A entrada nesses dois novos mercados é muito importante e vai fortalecer nossas operações lá fora. Mas, por enquanto, não estamos planejando entrar em nenhum novo mercado. Queremos agora consolidar o que já temos fora do Brasil.
EXAME.com: Nos Estados Unidos, vocês entraram por meio de parcerias. É assim também nos outros países onde estão presentes?
Bellini: Na maioria deles sim. Só não temos parceiros na África do Sul e China. Mas nos demais mercados, sempre procuramos fechar parcerias com quem entende de verdade do nosso mercado. O nosso parceiro na Austrália, por exemplo, detém 50% de market share por lá.
EXAME.com: A crise impactou muitas companhias brasileiras com operação no exterior. Vocês conseguiram sair ilesos dela?
Bellini: Não. O mercado externo já chegou a representar mais de 50% das nossas operações no início dos anos 2000. Hoje, ele representa cerca de 30%. Tivemos também que fechar nossa operação em Portugal por conta da crise. Mas alguns países, como o México, por exemplo, já dão sinais de recuperação rápida.
EXAME.com: A participação das operações internacionais tende a crescer neste ano?
Bellini: Nossas operações internacionais e as daqui também. Não vamos privilegiar nem uma, nem outra. Neste ano, o mercado externo pode chegar a 36% das nossas operações e queremos que, no futuro, haja um equilíbrio entre nossas operações lá de fora e daqui.
EXAME.com: Das mais de 11.000 unidades produzidas no exterior no ano passado, mais de 60% vieram da Índia. O que esse mercado representa para vocês?
Bellini: A Índia é, sem duvida, nosso maior mercado em produção, mas não em faturamento. Lá, produzimos ônibus menores e com baixo valor agregado. Mas é um mercado que vai continuar a crescer. Essa é nossa aposta.
EXAME.com: Como vocês administram as operações em lugares tão diferentes, até culturalmente?
Bellini: Nem sempre é simples. Quando começamos a operar em um determinado mercado, mandamos, a princípio, uma equipe nossa para tocar a operação e aos poucos vamos contratando pessoais locais. Muitas vezes é difícil para alguns mercados aceitar o nosso jeito simplista de trabalhar. Existe muito choque cultural.
EXAME.com: Vocês planejam investir 200 milhões de reais neste ano. O que vão priorizar?
Bellini: Isso ainda não está fechado. Posso dizer que vamos investir tanto aqui, quanto lá fora. Vale lembrar também que nesse montante não está incluso a aquisição da New Flyer, em janeiro. Então, os investimentos vão ultrapassar a cifra de 300 milhões de reais.
EXAME.com: Vocês também exportam muito, principalmente para a América Latina. As exportações vão crescer neste ano?
Bellini: Já chegamos a exportar cerca de 6.000 ônibus por ao. No ano passado, exportamos pouco mais de 2.000, e a expectativa é que, neste ano, esse número cresça entre 5% e 10%.
EXAME.com: E para o mercado interno, quais são as perspectivas?
Bellini: Nos últimos dois anos, o Brasil tem pesado mais nas nossas operações e estamos muito otimistas com as oportunidades por aqui. Os eventos esportivos que vão acontecer no país nos próximos anos devem aumentar a demanda de ônibus e isso vai ser positiva para o mercado em que estamos.
São Paulo – Desde o início do ano, as operações internacionais da Marcopolo ganharam ainda mais força. A companhia gaúcha comprou em janeiro 19,9% das operações da New Flyer, maior fabricante de ônibus urbano dos Estados Unidos e Canadá, por 116,4 milhões de dólares canadenses. Com a operação, a empresa está agora presente em 11 países e em seis continentes do mundo.
Segundo Paulo Bellini, um dos fundadores e presidente emérito da Marcopolo, o mercado externo tem um peso importante para os negócios da companhia. “Embora ele já tenha representado mais de 50% das nossas operações e agora esteja na média dos 30%, queremos continuar consolidando nossas operações lá fora”, afirmou o empresário – que participou da quarta edição do Curso Exame PME, de EXAME.
Para ele, no entanto, no longo prazo, as operações no exterior podem vir a ter o mesmo peso que no passado. Bellini conversou com EXAME.com, após participar como palestrante do evento. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista concedida pelo empresário.
EXAME.com: Vocês acabaram de estrear em dois novos mercados, os Estados Unidos e Canadá. Existem mais países no radar da Marcopolo?
Paulo Bellini: A entrada nesses dois novos mercados é muito importante e vai fortalecer nossas operações lá fora. Mas, por enquanto, não estamos planejando entrar em nenhum novo mercado. Queremos agora consolidar o que já temos fora do Brasil.
EXAME.com: Nos Estados Unidos, vocês entraram por meio de parcerias. É assim também nos outros países onde estão presentes?
Bellini: Na maioria deles sim. Só não temos parceiros na África do Sul e China. Mas nos demais mercados, sempre procuramos fechar parcerias com quem entende de verdade do nosso mercado. O nosso parceiro na Austrália, por exemplo, detém 50% de market share por lá.
EXAME.com: A crise impactou muitas companhias brasileiras com operação no exterior. Vocês conseguiram sair ilesos dela?
Bellini: Não. O mercado externo já chegou a representar mais de 50% das nossas operações no início dos anos 2000. Hoje, ele representa cerca de 30%. Tivemos também que fechar nossa operação em Portugal por conta da crise. Mas alguns países, como o México, por exemplo, já dão sinais de recuperação rápida.
EXAME.com: A participação das operações internacionais tende a crescer neste ano?
Bellini: Nossas operações internacionais e as daqui também. Não vamos privilegiar nem uma, nem outra. Neste ano, o mercado externo pode chegar a 36% das nossas operações e queremos que, no futuro, haja um equilíbrio entre nossas operações lá de fora e daqui.
EXAME.com: Das mais de 11.000 unidades produzidas no exterior no ano passado, mais de 60% vieram da Índia. O que esse mercado representa para vocês?
Bellini: A Índia é, sem duvida, nosso maior mercado em produção, mas não em faturamento. Lá, produzimos ônibus menores e com baixo valor agregado. Mas é um mercado que vai continuar a crescer. Essa é nossa aposta.
EXAME.com: Como vocês administram as operações em lugares tão diferentes, até culturalmente?
Bellini: Nem sempre é simples. Quando começamos a operar em um determinado mercado, mandamos, a princípio, uma equipe nossa para tocar a operação e aos poucos vamos contratando pessoais locais. Muitas vezes é difícil para alguns mercados aceitar o nosso jeito simplista de trabalhar. Existe muito choque cultural.
EXAME.com: Vocês planejam investir 200 milhões de reais neste ano. O que vão priorizar?
Bellini: Isso ainda não está fechado. Posso dizer que vamos investir tanto aqui, quanto lá fora. Vale lembrar também que nesse montante não está incluso a aquisição da New Flyer, em janeiro. Então, os investimentos vão ultrapassar a cifra de 300 milhões de reais.
EXAME.com: Vocês também exportam muito, principalmente para a América Latina. As exportações vão crescer neste ano?
Bellini: Já chegamos a exportar cerca de 6.000 ônibus por ao. No ano passado, exportamos pouco mais de 2.000, e a expectativa é que, neste ano, esse número cresça entre 5% e 10%.
EXAME.com: E para o mercado interno, quais são as perspectivas?
Bellini: Nos últimos dois anos, o Brasil tem pesado mais nas nossas operações e estamos muito otimistas com as oportunidades por aqui. Os eventos esportivos que vão acontecer no país nos próximos anos devem aumentar a demanda de ônibus e isso vai ser positiva para o mercado em que estamos.