Executivos da BRF sabiam sobre fraudes nos alimentos, diz PF
De acordo com o encarregado das investigações, as provas e emails coletados indicam que as fraudes foram cometidas entre 2012 e 2015
Reuters
Publicado em 5 de março de 2018 às 11h04.
Última atualização em 5 de março de 2018 às 11h05.
São Paulo - A nova fase da operação Carne Fraca deflagrada nesta segunda-feira pela Polícia Federal apontou que a BRF não tomava todos os cuidados sanitários necessários e que executivos da companhia tinham conhecimento dos fatos, disse o delegado da PF encarregado das investigações, Maurício Moscardi Grillo.
De acordo com ele, as provas e emails coletados indicam que as fraudes foram cometidas entre 2012 e 2015, com intervenção do gerente da BRF no cadastramento de laboratório que fraudaria as análises da qualidade dos alimentos para a empresa, cujas principais marcas no Brasil são Sadia e Perdigão.
Além de trocas de resultados de análises, o coordenador-geral de inspeção de produtos de origem animal do Ministério de Agricultura, Alexandre Campos da Silva, acrescentou que houve omissão da presença de salmonella em produtos da companhia e que as fraudes cometidas colocam em risco a exportação de carnes do Brasil.
"Todo o aspecto deflagrado hoje coloca em risco a situação do Brasil", disse Silva, citando grandes consequências ao se burlar a fiscalização. Segundo ele, o controle de países estrangeiros detectou a presença de patógenos na entrada de produtos brasileiros.