Escassez de latinhas impede guerra de preços e favorece AmBev, diz Barclays
No Brasil, o grupo deve investir no segmento premium neste ano, segundo o banco
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
São Paulo - A escassez de latinhas - que levou o governo a diminuir a taxação de importação do produto em maio - vai impedir uma guerra de preços entre as cervejarias no Brasil, segundo relatório do banco britânico Barclays, assinado pelo analista David Belaunde.
"Durante todo o ano, e particularmente nos segundo e terceiro trimestres, a regular guerra de preços do setor exerce pressão descendente nos preços em todo o mercado", segundo o relatório. Mas a falta de latinhas, neste ano, deve evitar que os preços caiam - afinal, se a demanda crescer muito, pode não haver embalagens suficientes para atendê-la. Isso deve contribuir para preservar a posição de mercado da AmBev, já que os concorrentes não terão muito margem para cortar preços. Na opinião de Belaunde, a empresa, recentemente, ganhou participação no segmento de latinhas como reflexo de melhor planejamento.
Belaunde acredita que a empresa vai investir no segmento premium no Brasil neste ano. "Produtos premium representam somente 5% do mercado brasileiro de cerveja em termos de volume", afirma. Segundo o banco, há espaço para uma cerveja premium cujo preço se situe na faixa de 110 a 120 pontos acima do preço médio da bebida praticado no país. É nesse intervalo que a AmBev pretende introduzir a Budweiser no Brasil, segundo o relatório.