Empresas buscam proteção contra inadimplência de parceiros
Na Fairfield, especialista em gestão de riscos financeiros, o interesse na proteção de recebíveis dobrou em um ano refletindo, em parte, o cenário econômico incerto
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Publicado em 15 de dezembro de 2021 às 09h00.
Última atualização em 16 de dezembro de 2021 às 15h19.
A concessão de crédito é um motor importante para qualquer economia, estimulando vendas, alavancando o fluxo de caixa das empresas e permitindo maior dinamismo da área comercial. Mas um movimento malfeito, sem a análise correta do risco ou pela falta de uma proteção adequada, pode tirar o sono de muita gente.
Nas operações de crédito B2B, quando uma empresa vende a prazo a um parceiro comercial – e em especial quando há a concentração de limites de crédito –, a ausência de mecanismos de proteção pode comprometer o caixa e até mesmo a própria sobrevivência do negócio.
Seguro de recebíveis
O ambiente desafiador dos últimos anos e a maior consciência por parte do empresariado sobre a importância de contratar uma cobertura de seguro que cubra a inadimplência está mudando esta realidade.
“Tem crescido bastante o interesse das empresas e instituições financeiras pelo seguro de crédito, mas ainda é um mercado pequeno quando comparamos com outros países. O ideal é que todo empresário que deseje alavancar seu negócio de forma segura e estruturada coloque em seu planejamento estratégico esta importante ferramenta de proteção financeira”, alerta Francisco Eduardo Broering Gomes, diretor da Fairfield, consultoria especializada na análise e gestão de riscos envolvendo operações de recebíveis.
De acordo com ele, tanto empresas que têm o risco muito concentrado em alguns parceiros quanto as que têm uma correlação ou concentração de compradores com volumes significativos podem se beneficiar de um seguro contra inadimplência. “Um default irá incorrer em um desencaixe do fluxo de caixa e até afetar a continuidade da operação”, diz o especialista.
Como contratar
O executivo explica que não basta contratar o seguro de crédito pensando apenas em coibir a inadimplência, mas que o trabalho começa na subscrição adequada do perfil de risco, importante para garantir que a apólice seja sob medida, visando a proteção necessária e específica para cada empresa.
“Com o passar do tempo as apólices vêm acompanhando as tendências do mercado com características exclusivas para cada negócio”, comenta o diretor, lembrando que a Fairfield acompanha toda a jornada do cliente, desde a análise inicial, passando pela tomada de opções no mercado na busca da melhor relação custo x benefício possível, até a efetiva emissão final da apólice. “A apólice de seguro de crédito não pode ser grande demais para que a empresa pague e não utilize todo o seu potencial, nem pequena a ponto de não proteger de forma adequada.”
Aumento na procura
Do ano passado para cá, a Fairfield viu a procura pelo seguro de proteção de recebíveis dobrar, em um movimento que se acentuou no último trimestre. Na visão do diretor, isto é um indicativo de que a alta da inadimplência na pessoa física possa, em 2021, atingir também as operações entre empresas.
“Há um certo clima de pessimismo com a economia para o próximo ano, em especial com a questão fiscal do governo, que sinaliza mais um período de dificuldades para 2022. Quanto antes a empresa estruturar um mecanismo de proteção contra eventuais defaults, melhor, porque o custo é sempre mais baixo agora do que em um cenário futuro de maior aversão ao risco”, diz Gomes.
Análise e monitoramento do score de crédito
Para o ano que vem a Fairfield vem preparando uma insurtech especialmente desenhada para resolver uma crescente demanda dos clientes por informações pontuais sobre o histórico de crédito de seus parceiros comerciais.
A empresa já desenhou a plataforma e está em fase de assinatura de contrato com uma grande seguradora de crédito, que já possui uma ferramenta semelhante, mas vendida dentro de um pacote fechado de acesso às informações.
“Temos clientes que buscam opiniões de crédito de forma pontual para uma determinada operação e não têm interesse em contratar a ferramenta integral como um todo. Nem sempre ele vai contratar um seguro de crédito, mas precisa daquela informação para avaliar o comprador”, explica Gomes.
A ferramenta – diferentemente de outros modelos de consulta de score de crédito – mostrará não apenas a fotografia do momento atual daquela empresa mas também seguirá analisando e monitorando seu comportamento de mercado de forma contínua, além de contemplar todo seu histórico de mercado.
“Nossos clientes querem a análise do score de crédito bem como o acompanhamento durante toda a relação comercial. Se a situação mudar, será emitido um alerta sobre a piora no risco daquela empresa”, comenta o diretor da Fairfield, lembrando que este produto pode ser o precursor para que as empresas entendam a real necessidade de avançar com a aquisição de uma apólice de seguro de crédito tanto para o mercado doméstico quanto para a exportação.