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Empresas negociam exportações durante a Indy

Companhias nacionais aproveitam a presença de empresários estrangeiros na corrida para alavancar exportações, que devem chegar a 400 milhões de dólares em 2010

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

Enquanto os carros da Fórmula Indy aceleram a mais de 300 quilômetros por hora na pista de rua paulistana neste fim de semana, nas arquibancadas um grupo de empresários brasileiros aproveita para fazer negócios. Pelo segundo ano seguido, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) aproveita as corridas da categoria para aproximar as negociações entre empresas brasileiras e estrangeiras.

A agência promove o relacionamento de empresas brasileiras e internacionais nas 17 etapas da Indy, 14 nos Estados Unidos, duas no Canadá e uma no Japão. Durante as visitas, os empresários têm a oportunidade de se aproximar de potenciais compradores e apresentar seus produtos. Em 2009, as exportações negociadas ao longo da temporada da Indy renderam 370 milhões de dólares às brasileiras. Para 2010, a expectativa é chegar a 400 milhões de dólares.

"É uma forma de dar visibilidade aos produtos brasileiros durante um esporte que é paixão nos Estados Unidos, tal qual é o futebol para os brasileiros. Um ambiente aparentemente informal acaba sendo propício para um estreitar o relacionamento e fazer negócios", diz Maurício Borges, diretor da Apex.

As empresas que compõem as rodadas de negociação durante as etapas das corridas são selecionadas de acordo com o porte, potencial de exportação e local de interesse de exploração dos negócios. “Regiões como o sul da Flórida, forte em software, ou a Califórnia, em vinhos, apresentam boas oportunidades para parceiros brasileiros com gêneros semelhantes de produtos”, afirma Borges.

Em São Paulo, as empresas internacionais estão buscando novos parceiros locais. Dois desses exemplos estão no setor de tecnologia. São eles a indiana Tech Mahindra, de desenvolvimento de software, e a americana Colohouse, de data centers. A Mahindra fatura 1 bilhão de dólares e procura empresas para terceirizar seu trabalho de desenvolvimento. A empresa pretende alocar 150 milhões de dólares na América Latina nos próximos dois anos. Já a Colohouse pretende fechar contratos de 10 milhões de dólares no país, transferindo para um parceiro local parte de suas atividades.

Entre os setores que aproveitarão a corrida paulistana para fechar negócios está o de produção de vinhos. As empresas farão ações específicas de aproximação com churrascarias americanas, que devem comprar cerca de 1 milhão de dólares em 2010. Também estão presentes empresas de cerâmica, móveis, vidros e cozinhas industriais. 

Bandeirada verde
A primeira prova de rua da história da Fórmula Indy na América do Sul quer chamar atenção pelo apelo da sustentabilidade. Para compensar os gases emitidos pelos carros, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), fornecedora oficial do etanol que abastece os veículos em 2010, criou um programa para plantar 14 165 árvores no estado paulista. "Isso vai ser suficiente para neutralizar as 1 100 toneladas de carbono emitidas pelos carros ao longo do evento", diz Marcos Jank, presidente da Unica.

A organização também divulgou uma comparação das vantagens do etanol usado na Indy com a gasolina da Fórmula 1. Se um carro de Fórmula 1 usasse o etanol, geraria 55 quilos de carbono, afirma a pesquisa, contra 550 quilos emitidos por corrida com gasolina. "Por isso que a categoria merece uma bandeira quadriculada verde", disse Jank aos jornalistas no sábado.

A etapa paulistana abre a temporada 2010 da Fórmula Indy. A corrida deve gerar 100 milhões de reais à cidade, em gastos como alimentação e hospedagem, e trazer cerca de 30 000 turistas.

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