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Empresa japonesa troca uniformes de operários por ternos e calça social

A Oasys, em Tóquio, quer eliminar o estigma que existe para os operários do Japão e contribuir para a socialização

Uniforme: peças como terno, calça social e uma camisa branca impermeáveis são algumas das propostas que a Oasys lançou em Tóquio (Chris McGrath/Getty Images)
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EFE

Publicado em 21 de junho de 2018 às 11h29.

Última atualização em 21 de junho de 2018 às 11h39.

Tóquio- Uniformes de trabalho para jardineiros, garis ou encanadores que imitam perfeitamente um traje social. Esta é a ideia de uma empresa japonesa que quer tornar estes empregos mais atraentes e ajudar os funcionários a socializar.

Terno, calça social e uma camisa branca impermeáveis e flexíveis são algumas das propostas que a Oasys, de Tóquio , lançou para popularizar esses trabalhos e para que os operários possam sair para se divertir depois mesmo usando o uniforme.

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Grande parte da sociedade japonesa trabalha como empregado - também conhecidos como "salaryman" (assalariados) -, funcionário público ou em empresas privadas, que se caracterizam pelo uniforme e boa aparência, assim como por homens sempre de terno e gravata e mulheres de saia.

A Oasys teve então a ideia de criar esta linha de roupa de trabalho em 2016, por ocasião dos 10 anos da companhia. Depois de ouvir alguns trabalhadores, ela descobriu que eles não se viam saindo do trabalho para fazer algo com o macacão.

O anúncio da empresa mostra a monótona vida de um japonês que trabalha no setor da manutenção de uma empresa X e que, depois de mudar o uniforme de trabalho por um terno, melhora o estado de ânimo, começa a socializar mais e até trabalhar melhor.

Segundo a empresa, a roupa também pode ser lavada em casa diariamente, tem secagem rápida, não precisa ser passada e pode ser usada durante todas as estações do ano.

Além disso, o material é mais flexível e impermeável à água e à poeira por isso é especialmente adequado para trabalhos com terra, de manutenção ou limpeza.

A primeira linha foi lançada em março, no entanto, o sucesso obrigou a empresa japonesa a fazer uma adaptação para as mulheres em maio e desenvolver peças mais frescas para o verão. A nova versão chega às lojas em agosto.

Várias empresas privadas se interessaram pela novidade. Em média, cada conjunto sai por 30 mil ienes (R$ 980) e, de acordo com a fabricante, acabam com rapidez cada vez que os estoques são repostos.

Além de eliminar o estigma que existe para os operários no Japão, a empresa - que também planeja expandir o raio de atuação para outros países - procura atrair um número maior de jovens para estes empregos - por conta do envelhecimento da população e da escassez de mão de obra.

Pouco depois de lançar o produto no mercado, a companhia fez uma pesquisa e ouviu 100 empresas de trabalhos de limpeza e manutenção, sendo que 67% delas informaram que existe uma imagem negativa relacionada a essas profissões.

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