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Empresa investigada fecha contrato com a Petrobras

Mesmo com o cerco aos negócios de empreiteiras e fornecedoras, a Petrobras continua contratando empresas citadas na Operação Lava Jato, como a Astromarítima

Paulo Roberto da Costa: planilhas de Costa sugerem pagamento de comissões entre a Astromarítima e a Petrobras (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2014 às 18h02.

Rio de Janeiro - Apesar do cerco aos negócios de empreiteiras e fornecedoras com a Petrobras , a estatal continua contratando empresas citadas na Operação Lava Jato .

A Astromarítima Navegação S/A assinou na última sexta-feira, 28, um contrato no valor de R$ 23 milhões para prestação de serviços de manutenção de embarcações.

Nas investigações da Polícia Federal , foram identificadas planilhas do ex-diretor de abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa sugerindo o pagamento de comissões para intermediação dos contratos entre a Astromarítima e a Petrobras.

Após as denúncias, a estatal abriu uma auditoria interna para apurar o suposto pagamento de comissões irregulares ao ex-diretor e afastou a empresa de novas licitações. Iniciadas em abril, as apurações foram concluídas no último mês, mas o relatório ainda não foi apreciado pelo Conselho de Administração da estatal.

Na última sexta-feira a Petrobras iniciou novo contrato com a Astromarítima para a manutenção de uma embarcação de apoio à produção de petróleo. O contrato foi assinado em outubro, com duração de quatro anos.

A licitação foi realizada na modalidade "convite", quando ao menos três empresas selecionadas pela estatal são chamadas a apresentar propostas para a prestação de um serviço previamente descrito.

A contratação repete o modelo adotado nos contratos anteriores. Segundo levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), entre 2004 e 2014, foram 79 contratos. Somente nos últimos quatro anos, foram cerca de 40 contratos que somam mais de R$ 500 milhões.

Desde julho, a corte investiga "supostas irregularidades nos contratos", mas uma conclusão só sairá em 60 dias.

As planilhas localizadas pela PF sugeriam a cobrança de comissões de 5% sobre cada contrato de afretamento, além de uma "taxa de sucesso" nas negociações da Astromarítima. As planilhas encontradas eram datadas de novembro de 2013, um mês após a assinatura de seis contratos com a Petrobras.

De acordo com a estatal, a recente contratação se refere "a um aditivo que prorroga o prazo de um contrato que já estava em vigor, resultado de licitação anterior." A Petrobras informou ainda que Astromarítima continua "temporariamente impedida" de participar de licitações em função de uma "pendência econômico-financeira exigida no cadastro corporativo".

Já a Astromarítima sustenta que nunca houve pagamento de comissões a Paulo Roberto Costa. Em nota, a empresa informou que o recente contrato refere-se à "renovação, prevista em contrato para apoio marítimo com transporte de carga geral destinada às plataformas de exploração e produção".

A empresa informou também que a pendência identificada pela Petrobras "não tem nenhuma relação" com as investigações da Operação Lava Jato.

São Paulo - Nove empreiteiras foram alvo da Polícia Federal nesta sexta-feira. A sétima fase da Operação Lava Jato , que investigadesvio de 10 bilhões de reais da Petrobras , fez busca e apreensão nas empresas. Alguns executivos foram presos, para prestar depoimento sobre possível ligação com o esquema de corrupção . Veja nas fotos quais empresas estão sendo investigadas e o que dizem sobre a operação.
  • 2. Odebrecht

    2 /10(Paulo Fridman/Bloomberg)

  • Veja também

    A empresa divulgou nota em que afirma que a Polícia Federal esteve em seu escritório no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, para cumprir mandado de busca e apreensão de documentos, expedido no âmbito das investigações sobre supostos crimes cometidos por ex-diretor da Petrobras.“A equipe foi recebida na empresa e obteve todo o auxílio para acessar qualquer documento ou informação buscada”, diz a nota da empresa.A Odebrecht afirma ainda que “está inteiramente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sempre que necessário”.
  • 3. UTC Engenharia

    3 /10(Divulgação)

  • A empresa afirmou que “colabora desde o início das investigações e continuará à disposição das autoridades para prestar as informações necessárias”.
  • 4. OAS

    4 /10(Divulgação/PAC)

    A OAS afirmou que “foram prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal, em visita à sua sede em São Paulo”. A empresa diz ainda que “está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações”.
  • 5. Engevix

    5 /10(Divulgação/ Engevix)

    Contatada por EXAME.com, a empresa afirmou apenas que “por meio dos seus advogados e executivos, prestará todos os esclarecimentos que forem solicitados”.
  • 6. Galvão Engenharia

    6 /10(Divulgação/ Galvão Engenharia)

    Em nota, a Galvão Engenharia afirmou que "tem colaborado com todas as investigações referentes à Operação Lava Jato e está permanentemente à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários".
  • 7. Queiroz Galvão

    7 /10(Divulgação)

    A empresa se manifestou através de nota:"A Queiroz Galvão reitera que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação em vigor e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários."
  • 8. Camargo Corrêa

    8 /10(Divulgação)

    Em nota, a Camargo Corrêa disse que sempre esteve à disposição das autoridades. Veja a nota:“A Construtora Camargo Corrêa repudia as ações coercitivas, pois a empresa e seus executivos desde o início se colocaram à disposição das autoridades e vêm colaborando com os esclarecimentos dos fatos.”
  • 9. Mendes Junior

    9 /10(Divulgação)

    "O vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, estava em viagem com a família na manhã desta sexta-feira (14/11). Assim que soube do mandado de prisão, tomou providências para se apresentar ainda hoje à Polícia Federal em Curitiba (PR). A Mendes Júnior está colaborando com as investigações, contribuindo para o acesso às informações solicitadas."
  • 10. Iesa

    10 /10(Divulgação IESA)

    EXAME.com não conseguiu contato com nenhum porta-voz da empresa até a publicação da reportagem.
  • Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCrimecrime-no-brasilEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoOperação Lava JatoPetrobrasPetróleoPolícia Federal

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