Embraer deve ser afastada de programa militar americano
Lockheed, líder do consórcio do qual fazia parte a fabricante brasileira de aeronaves, pode recorrer a modelos da canadense Bombardier, arqui-rival da Embraer, para evitar a perda de contrato
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
A Embraer está quase fora do consórcio que venceu a licitação das Forças Armadas dos Estados Unidos para a fabricação de novas aeronaves de espionagem. Segundo reportagem desta segunda-feira (12/9) do diário americano The Wall Street Journal, o Exército americano está perto de decidir se cancela ou altera o "problemático" contrato. A empresa que lidera o consórcio vencedor é a Lockheed Martin.
O jornal diz que a Embraer tem sido parte essencial do consórcio que obteve um contrato de desenvolvimento inicial no valor de 879 milhões de dólares. O modelo que seria fornecido pela Embraer é uma adaptação de seu jato de 50 lugares, que "mostrou-se pequeno demais" para os sensores eletrônicos e para a tripulação que as especificações militares fixaram para missões de espionagem.
A Lockheed pediu recentemente uma troca para um jato maior da Embraer, sem que fosse necessário reabrir o processo licitatório. Mas a companhia rompeu a parceria com a brasileira diante do ceticismo do Exército americano, porque o maior modelo fabricado pela Embraer nunca foi testado para fins militares.
Segundo o jornal, o programa originalmente avaliado em 7 bilhões de dólares tem se tornado um "embaraço" para o meio militar americano e para a Lockheed. As duas partes alegam que as dificuldades surgiram depois da assinatura do contrato, mas observadores e documentos sugerem que a própria Lockheed estava insegura quanto à viabilidade de sua oferta original.
Agora, no esforço para evitar que a licitação seja cancelada, a Lockheed pode recorrer a modelos da canadense Bombardier, arqui-rival da Embraer.