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Ele começou a gravar vídeos aos 15 anos e aos 23 fatura R$ 100 milhões com agência de influência

A Hypebud já desenvolveu ações para marcas como Amazon Prime, Globoplay, Hugo Boss, Pepsico e está investindo em projetos proprietários

Luan Kovarik, da Hypebud: projetos proprietários vão desenvolver um papel central no nosso negócio (Hypebud/Divulgação)

Luan Kovarik, da Hypebud: projetos proprietários vão desenvolver um papel central no nosso negócio (Hypebud/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 28 de setembro de 2023 às 14h47.

Uma rápida visita ao perfil de Luan Kovarik, conhecido nas redes sociais como Jon Vlogs, e você encontra imagens diversas de viagens e momentos de curtição com outros influenciadores e personalidades da mídia do porte de Neymar Jr. Em dado momento, em 2021, ele e Gabriel ‘SemNick’ Moraes decidiram transformar o relacionamento construído no mundo dos influenciadores em um negócio. 

A Hypebud foi criada a partir daí e faturou R$ 100 milhões em 2022. Faz parte de um processo iniciado lá atrás, em 2015, nos primórdios das plataformas digitais e do que viria a se transformar um mercado gigante, o marketing de influência.

A estimativa do Insider Intelligence, antigo eMarketer, é de que o setor movimente globalmente em torno de US$ 100 bilhões de dólares, montante equivalente a 504 bilhões de reais.  

Com 15 anos e morando nos Estados Unidos para fazer o ensino médio, Luan queria compartilhar a experiência e, com uma câmera na mão, passou a gravar parte da sua rotina e da vivência. Criou um nome Jon Vlogs e, entre chacotas e brincadeiras dos amigos que o viam gravando o dia a dia, persistiu no projeto e foi alcançando um público cada vez maior. 

Qual é a proposta da HypeBud?

No retorno ao Brasil, com 19 anos, o jovem de Macaé, cidade do Rio de Janeiro, já tinha milhões de seguidores acompanhando as suas postagens e os vídeos feitos por  Gabriel ‘SemNick’ Moraes, o atual sócio na Hypebud. A relação dos dois começou com Moraes gravando e editando vídeos para as redes do influenciador, avançou para a amizade e para a parceria atual. 

Quando os dois sócios optaram por empreender, a ideia era pegar o que tinham aprendido e visto ao longo dos anos de experiência para criar algo diferente, menos engessado e com maior participação dos influenciadores.

“No mercado, há certos modelos em que a gente não pode pensar. Muitas vezes, eu recebia um papel dizendo o que eu tinha que falar, fazer, a roupa que precisava usar, a forma como falar da marca. E eu pensava: eu vou virar um robô, e a galera não vai curtir, sabe”, afirma Kovarik, hoje com mais 13 milhões de seguidores entre Instagram e YouTube.

A proposta, conta a influencer e empreendedor, é trazer os criadores para dentro dos projetos logo de início, criando os conteúdos a seis mãos: marca, agência e influenciador. O modelo começou com 10 streamers fazendo ativação na Twitch, plataforma adquirida pela Amazon em 2014 e com crescimento acelerado nos últimos anos.

Em pouco mais de dois anos, o número de influenciadores aumentou para cerca de 200. Sem contratos de exclusividade, eles são chamados para as ativações de acordo com as campanhas e estratégias das marcas como:

  • Amazon Prime
  • Blaze
  • Globoplay
  • Hugo Boss
  • Pepsico

Nos últimos meses, o contrato com a plataforma de cassino online Blaze, empresa que foi acusada de não pagar apostadores e que entrou na mira da CPI das Pirâmides Financeiras, gerou desgaste para o influenciador, a agência e outros criadores de conteúdo que anunciavam a marca, como Neymar e Felipe Neto. Nas redes, os influenciadores foram acusados de ter ganhos adicionais de acordo com as perdas dos apostadores

“O meu contrato com eles é igual ao feito com qualquer outra marca. Eu tenho que postar determinado número de stories ou vídeos e o valor é definido por isso. Independentemente de uma pessoa entrar na Blaze, ganhar ou perder”, diz.     

Como a Hypebud quer crescer no mercado

Além das ações que chegam a partir das demandas das marcas, a Hypebud quer se posicionar como uma casa de projetos próprios. Exemplo é o ‘Hype for Speed’, uma competição de arrancada de carros de luxo prevista para outubro e que atraiu marcas como Red Bull e a Ubisoft. "É um projeto que íamos colocar no mercado com recursos próprios, mas que teremos lucro neste primeiro ano", afirma.

Com o rápido crescimento no curto período de vida, a empresa começou a ganhar uma nova estrutura no começo deste ano. O sócio Gabriel Moraes assumiu como CEO da agência e novos profissionais foram contratados para profissionalizar a gestão, compondo um time de 10 pessoas. 

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