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Eike Batista não é mais bilionário, diz Bloomberg

Empresário, que chegou a ser o oitavo homem mais rico do mundo, possui agora 200 milhões de dólares, segundo a agência

Eike Batista: do topo para fora do clube dos bilionários em um ano (Marcos Issa/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2014 às 07h50.

São Paulo – A safra de más notícias de Eike Batista ganhou um novo episódio: o empresário não é mais bilionário, segundo a agência de notícias Bloomberg, que mede diariamente a variação do patrimônio dos homens mais ricos do mundo.

Segundo a Bloomberg, a fortuna de Eike é avaliada hoje em 200 milhões de dólares – apenas uma fração dos 34,5 bilhões de dólares que o empresário chegou a possuir em março do ano passado, quando era o oitavo homem mais rico do mundo, colocando-o no topo dos bilionários globais.

Além da forte queda das ações de suas companhias, arrasadas por uma crise de credibilidade desde meados do ano passado, o que corroeu a fortuna de Eike também foi o acordo com o fundo soberano de Abu Dhabi, o Mubadala.

Segundo a Bloomberg, três fontes que preferiram não se identificar afirmaram que Eike deve 1,5 bilhão de dólares ao Mubadala. Ele teria, ainda, acumulado 2 bilhões de dólares em dívidas pessoais, fruto das garantias que empenhou.

US$ 100 bilhões

Em fevereiro de 2010, Eike Batista chamava a atenção da mídia e dos investidores de todo o mundo com planos ambiciosos de erguer empresas de base no Brasil, como a petroleira OGX, a mineradora MMX e a companhia de logística LLX. Naquela época, o empresário era uma estrela em ascensão, e ocupava a 61ª posição entre os homens mais ricos do mundo na lista da revista americana Forbes, com 7,5 bilhões de dólares.

Naquele mês, Eike ganhou ainda mais destaque, ao afirmar, em uma entrevista ao jornalista americano Charlie Rose, que mantém um famoso programa diário, que alcançaria uma fortuna de 100 bilhões de dólares em dez anos. Isso o tornaria o homem mais rico do mundo.


Questionado por um perplexo Rose sobre o tamanho da cifra, Eike não se fez de rogado e respondeu: "Sim, o que eu posso fazer? Estou com sorte..."

Nos dois anos seguintes, Eike pareceu estar no caminho de concretizar seu sonho. Em março do ano passado, atingiu seu pico, tornando-se o oitavo homem mais rico, segundo a Bloomberg, com um patrimônio de 34,5 bilhões de dólares.

Mas a sorte que revelou a Rose parece ter acabado. As coisas começaram a mudar a parte de meados do ano passado, quando a OGX, sua petroleira, rebaixou a previsão de produção de Tubarão Azul, seu principal campo, de 20.000 barris diários para apenas 5.000.

Foi o estopim de uma crise de credibilidade que arrastou todas as empresas de capital aberto do Grupo EBX e, com ele, a fortuna de Eike. Desde então, o empresário frequenta o noticiário mais no papel de gestor de crises, que de gerador de riqueza. A nota de risco de suas empresas foi rebaixada pelas agências de classificação a patamares nada honrosos, como "especulativo" ou "lixo", o que reforça o medo dos credores de um calote.

Personalidades importantes do mundo dos negócios abandonaram o barco, como o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, que saiu do conselho de administração da OGX. Pouco depois, a OGX afirmou que pode encerrar a produção de Tubarão Azul no ano que vem, devido à dificuldade de extrair petróleo com viabilidade comercial.

Último aliado

Um acordo com o banqueiro André Esteves, no início desse ano, foi a última cartada de Eike para salvar seu grupo. O BTG Pactual, de Esteves, tornou-se assessor financeiro do empresário e se comprometeu a reestruturar o grupo. Na prática, isso tem significado a busca de compradores para ativos das empresas ou para empresas inteiras, a fim de obter dinheiro para pagar compromissos e cumprir investimentos.

O próprio Mubadala, citado pela Bloomberg como um dos motivos para Eike deixar de ser bilionário, renegociou as dívidas que a EBX possui com o fundo.

Há poucos dias, Eike defendeu-se das críticas que sofre em um artigo publicados nos jornais Valor Econômico e O Globo. No texto, o ex-bilionário admite que falhou e decepcionou muita gente, mas afirma que ninguém perdeu mais do que ele nesta crise. A julgar pela velocidade com que sua fortuna evaporou em um ano, ele sabia do que estava falando.

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Segundo a Bloomberg, a fortuna de Eike é avaliada hoje em 200 milhões de dólares – apenas uma fração dos 34,5 bilhões de dólares que o empresário chegou a possuir em março do ano passado, quando era o oitavo homem mais rico do mundo, colocando-o no topo dos bilionários globais.

Além da forte queda das ações de suas companhias, arrasadas por uma crise de credibilidade desde meados do ano passado, o que corroeu a fortuna de Eike também foi o acordo com o fundo soberano de Abu Dhabi, o Mubadala.

Segundo a Bloomberg, três fontes que preferiram não se identificar afirmaram que Eike deve 1,5 bilhão de dólares ao Mubadala. Ele teria, ainda, acumulado 2 bilhões de dólares em dívidas pessoais, fruto das garantias que empenhou.

US$ 100 bilhões

Em fevereiro de 2010, Eike Batista chamava a atenção da mídia e dos investidores de todo o mundo com planos ambiciosos de erguer empresas de base no Brasil, como a petroleira OGX, a mineradora MMX e a companhia de logística LLX. Naquela época, o empresário era uma estrela em ascensão, e ocupava a 61ª posição entre os homens mais ricos do mundo na lista da revista americana Forbes, com 7,5 bilhões de dólares.

Naquele mês, Eike ganhou ainda mais destaque, ao afirmar, em uma entrevista ao jornalista americano Charlie Rose, que mantém um famoso programa diário, que alcançaria uma fortuna de 100 bilhões de dólares em dez anos. Isso o tornaria o homem mais rico do mundo.


Questionado por um perplexo Rose sobre o tamanho da cifra, Eike não se fez de rogado e respondeu: "Sim, o que eu posso fazer? Estou com sorte..."

Nos dois anos seguintes, Eike pareceu estar no caminho de concretizar seu sonho. Em março do ano passado, atingiu seu pico, tornando-se o oitavo homem mais rico, segundo a Bloomberg, com um patrimônio de 34,5 bilhões de dólares.

Mas a sorte que revelou a Rose parece ter acabado. As coisas começaram a mudar a parte de meados do ano passado, quando a OGX, sua petroleira, rebaixou a previsão de produção de Tubarão Azul, seu principal campo, de 20.000 barris diários para apenas 5.000.

Foi o estopim de uma crise de credibilidade que arrastou todas as empresas de capital aberto do Grupo EBX e, com ele, a fortuna de Eike. Desde então, o empresário frequenta o noticiário mais no papel de gestor de crises, que de gerador de riqueza. A nota de risco de suas empresas foi rebaixada pelas agências de classificação a patamares nada honrosos, como "especulativo" ou "lixo", o que reforça o medo dos credores de um calote.

Personalidades importantes do mundo dos negócios abandonaram o barco, como o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, que saiu do conselho de administração da OGX. Pouco depois, a OGX afirmou que pode encerrar a produção de Tubarão Azul no ano que vem, devido à dificuldade de extrair petróleo com viabilidade comercial.

Último aliado

Um acordo com o banqueiro André Esteves, no início desse ano, foi a última cartada de Eike para salvar seu grupo. O BTG Pactual, de Esteves, tornou-se assessor financeiro do empresário e se comprometeu a reestruturar o grupo. Na prática, isso tem significado a busca de compradores para ativos das empresas ou para empresas inteiras, a fim de obter dinheiro para pagar compromissos e cumprir investimentos.

O próprio Mubadala, citado pela Bloomberg como um dos motivos para Eike deixar de ser bilionário, renegociou as dívidas que a EBX possui com o fundo.

Há poucos dias, Eike defendeu-se das críticas que sofre em um artigo publicados nos jornais Valor Econômico e O Globo. No texto, o ex-bilionário admite que falhou e decepcionou muita gente, mas afirma que ninguém perdeu mais do que ele nesta crise. A julgar pela velocidade com que sua fortuna evaporou em um ano, ele sabia do que estava falando.

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