EDP na pandemia: além da doação, é preciso combater a fome e gerar emprego
A empresa do setor elétrico EDP destinou 14 milhões de reais para doações na pandemia, mas executivos buscam um programa de combate mais amplo
Marina Filippe
Publicado em 25 de abril de 2021 às 08h00.
Última atualização em 27 de abril de 2021 às 09h53.
Enquanto a pandemia da covid-19 desacelera em alguns países, no Brasil a situação continua crítica e mobiliza governos, organizações do terceiro setor e empresas, como mostra a reportagem de capa desta edição de EXAME. Um dos aprendizados da distribuidora de energia elétrica EDP no último ano é que não é possível trabalhar sozinho.
Por isto, no fim de março, a companhia se uniou ao BTG Pactual (controlador da EXAME), a Cosan ea Eurofarma para apoiar o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) na contratação de profissionais da saúde para o atendimento de pacientes infectados com o novo coronavírus.
Em outra frente, ainda no Estado De São Paulo, a EDP está apoiando oPrograma Alimento Solidário com a doação de3400 cestas básicas. O programa é um benefício do Governo de São Paulo, que atende famílias em situação de extrema vulnerabilidade e inscritas no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais), com renda per capita de até R$ 89.
"Estamos passando pelo momento mais desafiador da pandemia no Brasil. Em consonância com seu propósito de ‘Usar nossa energia para cuidar sempre melhor’, a EDP fará tudo o que estiver ao seu alcance para que o País supere este período da melhor forma possível”, diz João Marques da Cruz, presidente da EDP no Brasil. Desde o início da pandemia no país a companhia já destinou 14 milhões de reais em doações.
O desafio é ir além. Para Fernanda Nascimento Pires, diretora vice-presidente de ESG da EDP, é não fazer apenas uma ação pontual, mas sim estar sempre presente com quem mais precisa. Pensando nisso, a empresa investe emações como a contratações de pessoas de grupos socialmente minorizados, realiza programas de apoio a empreendedores de periferias e mais. "Temos que atuar na saúde, empregabilidade e combate à fome e fazemos isto com o auxílio de 20 instituições em seis estados brasileiros", diz.
A abordagem da EDP busca se aproximar dos governos, prefeituras e ONGs para entender as reais precariedades e necessidade de atuação. "Temos sentido que há uma facilidade nesse contato com os governos e ONGs porque eles assumem que precisam de ajuda e mapeiam o que precisam. Os governos tem sido solícitos porque o poder público espera também uma ação das empresas, há uma expectativa da iniciativa privada também contribuir e é uma crise de escala significativa. As doações, para além da saúde, garante a sobrevivência de famílias numa crise em grande escala", afirma Pires.