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O que o maior estudo já feito sobre sequelas da covid longa revela?

Entre as descobertas está a de que os sobreviventes têm um risco 59% maior de morrer dentro de seis meses após a infecção

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Sobreviver pode ser apenas o primeiro obstáculo para quem enfrenta o tipo mais forte da doença. (Amanda Perobelli/Reuters)

Sobreviver pode ser apenas o primeiro obstáculo para quem enfrenta o tipo mais forte da doença. (Amanda Perobelli/Reuters)

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André Lopes

Publicado em 25 de abril de 2021, 09h00.

Última atualização em 19 de agosto de 2021, 09h45.

Segundo um estudo publicado na quinta-feira, 22, na revista científica Nature, uma das mais importantes do mundo, os sobreviventes da covid-19 têm um risco 59% maior de morrer dentro de seis meses após se curarem do tipo mais intenso da doença.

A constatação vem de uma das maiores investigações já feitas sobre as sequelas da “covid longa”, e revela que muitas pessoas enfrentaram na cura da doença apenas o primeiro dos obstáculos.

Para cravar esse número tão revelador, os pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, se valeram de um banco de dados do Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados, incluindo dados de mais de 87 mil pacientes diagnosticados com a Covid-19 e 5 milhões de indivíduos saudáveis – que serviram como grupo controle.

Munidos de tais informações, foram capazes de identificadas qual porcentagem dos recuperados se manteve com sequelas no sistema respiratório e sistema nervoso, além de distúrbios neurocognitivos, distúrbios de saúde mental, distúrbios metabólicos, distúrbios cardiovasculares e gastrointestinais. 

Na lista dos que tiveram a versão mais intensa de novas doenças existem aqueles que até mesmo não conseguiram  retornar às atividades normais, alterando a natureza física e emocional desses pacientes.

Os sintomas mais comuns da síndrome pós-covid não são leves, entre eles: derrame cerebral, diabetes e dificuldades respiratórias a até danos ao coração, fígado e rins, depressão e perda de memória.

São observados também o intenso uso de analgésicos, indispensáveis para contornar os sintomas mais fortes. Entra na lista a adoção de medicamentos como opióides, antidepressivos, ansiolíticos, anti-hipertensivos e hipoglicemiantes orais.

Covid-19 em comparação com a gripe comum

O estudo também comparou que ocorreu na saúde de 16 354 indivíduos que tiveram Covid-19 e precisaram ser hospitalizados devido à doença, e 13 997 pacientes com gripe sazonal – que também precisaram de internação – após seis meses da infecção.

Entre os que haviam contraído o novo coronavírus, o risco de entrar em óbito provou ser 50% maior em comparação com os sobreviventes da gripe – com cerca de 29 mortes a mais a cada mil pacientes em um semestre. Os recuperados da Covid-19 também estavam mais sujeitos a diagnósticos de doenças subsequentes a longo prazo.

O que é a "covid longa"?

A condição, apelidada de "covid longa" por especialistas, inclui um leque de sintomas, entre eles a falta de ar, fadiga extrema, dor de cabeça e perda de memória, olfato e paladar. 

Ainda não existem respostas totalmente prontas sobre esta modalidade da doença, já que muitas pesquisas ainda estão sendo realizadas. 

As pesquisas mais recentes já cravam que a covid-19 é uma doença que afeta muito além do pulmão, apesar de ele ser o órgão mais debilitado e que leva o paciente para a condição mais extrema de sobrevivência.

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