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Divisão de áreas da Embraer com Boeing prolonga negociação, dizem fontes

Empresa brasileira avalia implicações em caso de separação de unidade de jatos comerciais, venda de seu controle e divisão do portfólio de jatos executivos

Embraer: empresa brasileira e Boeing anunciaram no mês passado que estavam em negociações para criar uma nova companhia focada em aviação comercial (Roosevelt Cassio/Reuters)
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Reuters

Publicado em 10 de maio de 2018 às 18h50.

São Paulo - A decisão de separar a unidade de jatos comerciais da Embraer , vender seu controle e dividir o portfólio de jatos executivos, ajudou a ganhar apoio do governo brasileiro para uma operação entre as duas empresas, mas criou outras dores de cabeça, segundo as fontes.

Os negociadores estão agora analisando detalhes dos contratos de serviço de longo prazo entre as empresas e como distribuir os milhares de engenheiros da Embraer, muitos dos quais migraram entre projetos militares e civis durante a carreira.

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Representantes da Boeing e da Embraer não responderam imediatamente a pedido de comentários sobre o assunto.

As empresas anunciaram no mês passado que estavam em negociações para criar uma nova companhia focada em aviação comercial, o que excluiria a divisão de produtos militares da Embraer e "potencialmente" sua unidade de jatos executivos. Isso ajudou a superar as preocupações do governo sobre o controle soberano dos programas militares da Embraer. O governo tem poder de veto sobre decisões estratégicas da empresa.

"Estou bastante otimista", disse nesta semana o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, responsável pela força-tarefa que supervisiona as negociações, quando questionado sobre a negociação. "Está em estágios avançados e deve ser resolvido este ano."

A proposta original da Boeing, uma aquisição direta da Embraer, poderia já estar concluída e tem se mostrado mais desafiador fazer uma oferta que exclua a área de defesa da fabricante brasileira de um eventual acordo, disseram fontes.

Os jatos de 70 a 130 assentos da Embraer, que competem com o programa C-Series projetado pela canadense Bombardier, respondem por cerca de 60 por cento da receita da Embraer e por quase todo o lucro operacional da fabricante brasileira.

A divisão de defesa da Embraer mal obteve lucro nos últimos anos, uma vez que o governo brasileiro cortou gastos militares em um esforço para fechar déficit orçamentário.

A Embraer também vem perdendo dinheiro com uma nova linha de jatos executivos, já que esse mercado continua estagnado.

As empresas ainda não chegaram a uma decisão final sobre a inclusão da unidade junto com a divisão de jatos comerciais em uma nova empresa, na qual a Boeing teria cerca de 80 por cento de participação, segundo duas fontes.

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