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Desistência da Teck Cominco reforça oferta da Vale pela Inco

Para analistas, oferta da mineradora brasileira já é melhor que a das concorrentes, mas diretoria da Inco estaria agindo para elevar o "preço justo"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

O grupo canadense Teck Cominco anunciou, nesta quarta-feira (16/8), que desistiu oficialmente de adquirir a conterrânea Inco. A empresa tentou, até o último momento, manter-se na disputa. A última cartada foi dada ontem, quando a Teck Cominco elevou o valor de sua oferta para 89 dólares canadenses por ação, o que totalizaria uma proposta de 20 bilhões de dólares canadenses, frente os 18,7 bilhões ofertados inicialmente. A oferta não despertou, porém, interesse dos acionistas da Inco por envolver também a troca de ações entre as companhias. Com isso, os analistas afirmam que cresceram as chances da Companhia Vale do Rio Doce de arrematar a Inco. Agora, a Vale tem pela frente apenas a americana Phelps Dodge.

"Não há dúvidas de que a oferta da Vale é a melhor, e de que a Inco está agindo apenas para valorizar seus ativos, o que é natural nessas negociações", afirma um analista de mercado que prefere não ser identificado. Nesta terça-feira (15/8), a diretoria da Inco foi autorizada pelo conselho de administração a iniciar contatos com a Vale, a fim de obter um acordo melhor. Enquanto isso, a companhia canadense continuará recomendando a oferta apresentada pela Phelps Dodge, com quem já assinou memorando de entendimentos sobre uma eventual fusão. Pelo memorando, a união com a Phelps só não ocorrerá se uma "proposta superior" for apresentada por outro concorrente. O sinal verde dos conselheiros mostra que o comando da Inco acredita que a Vale possa elevar sua oferta e, assim, ganhar a adesão dos acionistas.

Para os especialistas, não haveria problemas para que a mineradora brasileira melhorasse sua proposta. A própria Vale já deu sinais de que está disposta a conversar com a Inco, em busca de um acordo que agrade a todos. "Não tenho dúvidas de que a Vale irá aumentar a proposta. Mas nem precisa aumentar muito", diz o analista consultado. Na segunda-feira (14/8), a Vale lançou oficialmente sua oferta, que envolve o pagamento de 86 dólares canadenses por ação da Inco. O valor total do negócio pode alcançar 19,9 bilhões de dólares canadenses, o equivalente a 17,8 bilhões de dólares americanos.

Apoiada por quatro bancos - UBS, Santander, ABN Amro e Credit Suisse - a Vale efetuaria o pagamento à vista e em dinheiro, um argumento forte para vencer a disputa. "Os últimos movimentos do setor de mineração mostram que os acionistas estão preferindo pagamentos em dinheiro", afirma o analista. O caso mais recente é o da suíça Xstrata, que arrematou 92,1% das ações da Falconbridge, ao oferecer 17,17 bilhões de dólares americanos pelos papéis da empresa. Na disputa, a Xstrata bateu a própria Inco, que, em parceria com a Phelps Dodge, pretendia comprar a empresa por meio de troca de ações e uma parcela em dinheiro.

A Phelps Dodge oferece 89,67 dólares canadenses por papel da Inco. A desvantagem, segundo os especialistas, é que apenas 20,25 dólares seriam pagos em dinheiro aos investidores. O restante seria entregue na forma de ações da companhia americana. A oferta total atinge cerca de 20,175 bilhões de dólares canadenses.

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