Avião da Delta em Denver: reabertura nos EUA tem levado a aumento do número de casos (Elijah Nouvelage/Bloomberg)
Bloomberg
Publicado em 25 de agosto de 2021 às 14h13.
Última atualização em 25 de agosto de 2021 às 15h00.
Por Mary Schlangenstein, da Bloomberg
A Delta Air Lines vai impor uma cobrança mensal de 200 dólares a funcionários que não se vacinarem contra a covid-19, tornando-se a primeira grande empresa dos Estados Unidos a cobrar uma penalidade para incentivar trabalhadores a receber a proteção.
O CEO Ed Bastian explicou a nova política em memorando distribuído na quarta-feira. Segundo ele, 75% dos empregados da companhia aérea já estão vacinados. O aumento de casos da doença devido a uma variante “muito agressiva” do coronavírus motiva a pressão para que todos os funcionários se vacinem, afirmou o executivo.
A cobrança será aplicada a participantes do plano de saúde que não se vacinarem até 1º de novembro. A partir de meados de setembro, a empresa exigirá testes semanais de funcionários não imunizados.
A Delta não chegou a obrigar a vacinação, como fizeram a rival United Airlines Holdings e outras companhias americanas neste mês. Goldman Sachs Group, Google e Facebook também anunciaram exigência de vacinação.
Essas exigências ganharam respaldo desde a segunda-feira, quando a vacina da Pfizer/BioNTech recebeu aprovação final do órgão que regula alimentos e medicamentos no país (Food and Drug Administration ou FDA). No entanto, alguns empregadores estão agindo com cautela para evitar irritar colaboradores e perder funcionários em um momento de escassez de mão de obra. Para alguns consultores de saúde, as cobranças dificilmente serão tão convincentes quanto os mandatos.
A sobretaxa para funcionários não vacinados endereça o “risco financeiro” de sua decisão, afirmou Bastian. A internação hospitalar de pacientes com covid-19 custa em média 40.000 dólares por pessoa à Delta, acrescentou.
“Com o anúncio nesta semana de que o FDA deu aprovação total à vacina da Pfizer, agora é a hora de você se vacinar”, avisou Bastian.
De acordo com a nova política, todo colaborador que não estiver totalmente imunizado até 12 de setembro será obrigado a fazer teste de coronavírus semanalmente “enquanto os índices de casos na comunidade estiverem elevados”, segundo o memorando.
Os funcionários não vacinados devem usar máscaras em todos os ambientes fechados, com efeito imediato. A partir de 30 de setembro, a licença paga a colaboradores com covid só será concedida a quem estiver duplamente vacinado, mas ainda assim adoecer.