Redação Exame
Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 14h36.
O CEO Tony Xu gosta de repetir que o sucesso da DoorDash não veio de uma ideia genial ou de um plano infalível, e sim de execução meticulosa, dia após dia. Fundada em 2013 por quatro estudantes de Stanford, a empresa quase quebrou logo nos primeiros meses de operação, perdeu dinheiro por anos e foi considerada carta fora do baralho por boa parte do Vale do Silício.
Hoje, a DoorDash lidera com folga o mercado de entregas nos Estados Unidos, tem valor de mercado estimado em US$ 85 bilhões e projeta receita superior a US$ 13 bilhões em 2025.
A história da empresa é mais do que uma jornada de superação. É um estudo de caso essencial para profissionais de finanças corporativas entenderem como decisões estratégicas, muitas vezes impopulares ou arriscadas, podem transformar um negócio desacreditado em um império operacional com crescimento sustentado. As informações foram retiradas de Fortune.
Em 2025, Xu ainda se veste como entregador e faz turnos como "Dasher" para testar a própria operação. Em um desses turnos, mostrou à Fortune um recurso do app que identifica automaticamente quando um pedido atrasado pode prejudicar os demais, oferecendo a opção de "desatribuir" a entrega. Pequenos detalhes como esse são tratados como prioridade, e acumulados, tornam-se diferenciais.
A obsessão com a eficiência operacional vem desde o início. Em 2013, a DoorDash quase faliu após atrasar centenas de pedidos durante um jogo de futebol americano em Stanford. Mesmo com menos de US$ 30 mil no caixa, os fundadores devolveram o dinheiro dos pedidos e passaram a noite assando cookies para entregar como desculpa no dia seguinte. O custo quase matou o negócio. Mas o gesto selou um dos princípios que guiaria a empresa: obsessão pelo cliente.
Enquanto concorrentes priorizavam grandes centros urbanos, a DoorDash investiu em cidades médias e subúrbios. Na época, a estratégia foi ridicularizada: custos logísticos altos, pouca densidade populacional e baixa penetração digital pareciam barreiras intransponíveis. Mas a pandemia de COVID-19 mudou o jogo: famílias com alto poder de consumo migraram para essas regiões e passaram a depender da entrega de refeições.
Entre 2018 e 2019, a empresa passou de 1.500 para mais de 6.000 cidades atendidas. Em 2020, com a explosão do delivery, sua receita mais que triplicou. A análise de dados ajudou a empresa a prever o retorno financeiro por cidade antes de operar, reduzindo riscos e acelerando a rentabilidade das novas praças.
Essa visão estratégica baseada em dados e suportada por decisões financeiras bem calibradas, como aportes bilionários da SoftBank, mesmo em meio a boatos de crise, permitiram à DoorDash escalar enquanto concorrentes como Postmates, Caviar e até a poderosa Uber Eats enfrentavam cortes, fusões ou retração.
Hoje, a DoorDash detém cerca de 60% do mercado de delivery de restaurantes nos EUA, mais que o dobro do Uber Eats. Mas não parou aí. A empresa já alcança 40 países, comprou a finlandesa Wolt por US$ 8 bilhões e, mais recentemente, a britânica Deliveroo por US$ 4 bilhões.
Nos EUA, investe pesado na vertical de supermercados, com parceria com a Kroger, e ampliou sua atuação com lojas de conveniência, farmácias, pet shops e até centros próprios de distribuição. Em paralelo, o negócio de publicidade digital, dentro do app, já rende mais de US$ 1 bilhão por ano, com margens maiores que as do delivery.
Para o público de finanças corporativas, esse processo mostra como a empresa está se estruturando para depender menos do seu core business e construir um ecossistema completo, rentável e resiliente. Trata-se de uma estratégia clássica de diversificação horizontal, sustentada por M&As estratégicos, inteligência de dados e execução disciplinada.
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