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Da Mooca para o Brasil: fabricante de fios e cabos SIL deve faturar R$1 bi

A empresa familiar está na terceira geração e se prepara para entrar em novos negócios, como o de transmissão de dados

Linha de produção da SIL: empresa tem um quarto do mercado de fios e cabos elétricos (SIL/Divulgação)
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Juliana Estigarribia

Publicado em 13 de novembro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 13 de novembro de 2019 às 07h00.

Nas ruas do tradicional bairro italiano da Mooca, capital paulista, o caixeiro-viajante Silvio Barone viu a oportunidade de deixar as vendas de materiais elétricos para passar a produzí-los. Em 1974, ele reuniu suas economias e fundou a SIL, uma pequena indústria que se transformou ao longo das décadas e hoje tem um quarto do mercado brasileiro de fios e cabos elétricos. Com projeção de faturamento de 1 bilhão de reais em 2019 , a mais nova aposta da empresa é a entrada no negócio de cabos de dados.

“O grande desafio da nossa área de atuação é se renovar. E agora vamos levar qualidade e tradição para o segmento de transmissão de dados”, afirma Marcelo Barone, presidente da SIL e neto do fundador da empresa.

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A administração da SIL está em sua terceira geração e as mudanças vêm ocorrendo de maneira mais célere. “Nos momentos decisivos da empresa, nossa família fez as transições de forma muito responsável”, diz Barone.

Em 45 anos de história, a SIL passou por inúmeros revezes da economia. O último deles foi a crise de 2014 a 2016, que deixou marcas profundas na indústria de materiais de construção. Quase 70 mil postos de trabalho foram fechados, as empresas amargaram prejuízos e medidas precisaram ser tomadas para garantir a sustentabilidade do negócio. A diversificação do portfólio é uma delas e deve auxiliar a SIL a mitigar os riscos em um cenário ainda incerto.

“Com a crise e o aumento dos custos, não temos conseguido implementar reajustes integralmente”, destaca Barone.

Neste cenário, os fabricantes adotam medidas para diversificar as fontes de receita. Além da decisão de começar a vender cabos de dados a partir da segunda quinzena deste mês, a SIL entrou há pouco mais de um ano no segmento de cabos para sistemas de placas solares, uma tendência que cresce no mercado de energia. A empresa atende projetos residenciais, comerciais e industriais.

Competição

No mercado de commodities, como é o caso de fios e cabos elétricos, a estratégia de custos precisa ser extremamente calculada, especialmente com o dólar em alta, uma vez que o cobre, principal insumo da SIL, é cotado em moeda americana.

Barone explica ainda que o custo de frete no Brasil é extremamente relevante e, por esse motivo, a empresa investe na abrangência e otimização da sua distribuição.

“Nos últimos cinco anos, fizemos uma reestruturação do departamento comercial, fiscal e na distribuição. Dobramos o número de representantes comerciais."

Com cerca de dez concorrentes relevantes no segmento de fios e cabos elétricos de baixa tensão, a SIL tem aproximadamente 25% de market share. Para manter o crescimento em um mercado cada vez mais disputado, a empresa avalia a entrada nos segmentos de média e alta tensão, usados na distribuição e transmissão de energia. “Seria um caminho para expandir. Temos know-how”, garante.

Além disso, a empresa investe em marketing, especialmente futebol masculino: a SIL é patrocinadora da série A do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil.

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