EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
São Paulo - A compra da fabricante portuguesa de cimentos Cimpor pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) parece ficar cada vez mais improvável. Segundo analistas da corretora do Santander, que opera de forma independente do banco, depois da oferta de fusão feita pela Camargo Corrêa, a previsão mais razoável é que a siderúrgica nacional retire sua proposta, em vez de fazer uma oferta maior.
Enquanto a CSN tenta comprar a companhia portuguesa por 6,5 bilhões de dólares - oferta que a Cimpor considerou "oportunista, irrelevante e perturbadora" -, a Camargo Corrêa quer fundir sua empresa de cimentos, adquirindo uma fatia de 15% a 25% da fabricante de cimento. A Camargo também diz que não planeja realizar no mercado uma oferta pública de compra dos papéis de todos os acionistas, e deve manter a Cimpor no controle do negócio, com mais de 50% dos papéis. Para os analistas do Santander, trata-se de uma abordagem muito mais "amigável" do que a proposta pela siderúrgica.
Outra vantagem da Camargo Corrêa na disputa diz respeito à sinergia resultante da fusão. A companhia estima que o valor líquido das sinergias após a operação deve chegar a 330 milhões de euros. Para a corretora do Santander, dificilmente a CSN conseguiria um valor semelhante, devido à pequena sobreposição entre suas operações e as da Cimpor.
Os analistas afirmam ainda que a desistência é positiva para a CSN, uma vez que a empresa evita uma guerra de preços pela Cimpor. Eles acrescentam que, apesar do desempenho considerado fraco nos últimos pregões, as ações da siderúrgica ainda operam com múltiplos que estão abaixo de seus pares, o que sugere que CSNA3 deve ser uma boa opção de compra no curto prazo.
Às 14h35, os papéis da CSN operavam em alta de 0,87%, negociados a 59,01 reais. O Ibovespa registrava queda de 0,18%, aos 70.259 pontos.