Em 2005, as vendas das 500 maiores empresas do Brasil chegaram a quase 577 bilhões de dólares, resultado 3,3% superior ao de 2004 - percentual bem menor que o avanço de 9,5% registrado naquele ano. Apesar do desempenho mais modesto, os resultados foram positivos na comparação com 2004. Esses dados estão reunidos no anuário Melhores e Maiores 2006, da Revista EXAME, publicação da Editora Abril.

Os lucros das empresas registraram um recorde histórico, chegando a 36,7 bilhões de dólares, um aumento de 14,3% em relação aos 32 bilhões de dólares de 2004. As dívidas recuaram 3%, passando para 267,4 bilhões de dólares. O ativo total ficou em 552,6 bilhões de dólares, um aumento de 3,2% em comparação ao ano anterior. A liquidez geral apresentou o melhor índice da década, de 0,85.

Alta carga tributária

Apesar de ter recuado em 2005, a carga tributária permanece como um dos maiores entraves ao crescimento dos negócios. As empresas de serviços, por exemplo, destinam aos cofres públicos  metade da receita que geram. A valorização do real frente ao dólar também teve reflexos no desempenho das empresas.

Em termos de vendas, o comércio obteve o melhor resultado, com crescimento de 8,9%, duas vezes e meia maior que o do ano anterior. Os serviços registraram evolução de 5,6%, ante 6,9% em 2004. A indústria, muito afetada pela taxa de câmbio, apresentou recuo, passando de um crescimento de 12,7% em 2004 para um avanço de apenas 0,5% em 2005.

No ano passado, as empresas exportaram mais e foram até beneficiadas, em alguns setores, por melhores preços internacionais. O esforço, no entanto, não teve impacto nas receitas em reais, prejudicadas pela desvalorização do dólar. A indústria, no entanto, foi o setor com melhor rentabilidade do patrimônio, de 18,1%.

No comércio, a recuperação da renda da população e a maior oferta de financiamento tiveram influência positiva nos resultados.

O aumento do consumo pode ser sentido não só no comércio, mas também no setor de serviços, que registrou bons resultados apesar do câmbio desfavorável.

Apesar de resultados gerais modestos, o desempenho individual das empresas teve avanços em 2005. Duas novas companhias passaram a integrar o grupo das que faturam acima de 5 bilhões de dólares no país, totalizando 16 agora. Outras 25 empresas passaram a fazer companhia às 100 que já figuravam no grupo com receita superior a 1 bilhão de dólares.