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Cosan foca em infraestrutura, mas quer detalhes do governo

O governo brasileiro lançou no fim de agosto um pacote de concessões de ferrovias e rodovias que prevê investimento total de R$ 133 bilhões ao longo de 25 anos

Rubens Ometto, presidente da Cosan (Germano Lüders/EXAME)
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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2012 às 17h44.

Itirapina - A Cosan , maior produtora de açúcar e álcool do Brasil, pretende intensificar os investimentos no setor de infraestrutura, onde já tem um projeto bilionário, mas aguarda por mais detalhes do plano de concessões de rodovias e ferrovias do governo federal, disse o presidente da companhia nesta segunda-feira.

"O grupo Cosan está desenhado com foco em energia e infraestrutura... Tem esta frente toda nova de infraestrutura que o governo está realizando e que nós estamos avaliando o que isso pode trazer de investimentos", disse Marcos Lutz, presidente da Cosan, no intervalo de um evento no interior paulista.

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O governo brasileiro lançou no fim de agosto um pacote de concessões de ferrovias e rodovias que prevê investimento total de 133 bilhões de reais ao longo de 25 anos, o maior já feito no país neste setor.

O presidente da Cosan explicou que a empresa está esperando um detalhamento do programa, mas considera que os planos do governo para reforçar a infraestrutura do país estão alinhados com a estratégia da Rumo Logística, que é o braço da sucroalcooleira para transporte.

"Nós queremos investir nesta direção e o governo está buscando investidores privados para isso ... A gente acredita que vai ter muito projeto para ser construído", disse Lutz, ressaltando, no entanto, que a companhia não tem um projeto pronto relacionado ao plano do governo.

Segundo o executivo, os possíveis investimentos serão definidos de acordo com as "oportunidades que surgirem e disponibilidades de caixa para fazer estes investimentos".

Ferrovia e porto

A Rumo Logística inaugurou nesta segunda-feira a primeira fase de seu terminal multimodal para escoamento de açúcar e grãos, na cidade de Itirapina, a 215 km da capital paulista.

O projeto recebeu um aporte de 200 milhões de reais com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O projeto inaugurado nesta segunda-feira é parte do projeto de 1,4 bilhão de reais, iniciado em 2009/10, que visa a transferir a maior parte do escoamento da produção de açúcar do sistema rodoviário para o ferroviário, com a meta de ganhar produtividade no escoamento da commodity.


A meta da companhia é escoar 11 milhões de toneladas de açúcar e grãos por ferrovia até 2015.

No porto de Santos, onde a Rumo Logística está construindo um terminal coberto que permitirá o embarque de açúcar mesmo em dias de chuvosos, a expectativa é concluir os trabalhos até o final de 2014. Este terminal deverá ter capacidade para movimentar 18 milhões de toneladas.

"Trabalhamos com capacidade ociosa de mais de 7 milhões de toneladas... Estamos preparados para um esperado aumento de safra", acrescentou Lutz.

O terminal em Santos recebe cargas da Cosan e também de outras companhias como a Noble, ADM e TEG.

Segundo o presidente da Rumo Logística, Julio Fontana, cerca de 60 por cento do volume processado pela Raízen na última temporada foram escoados pela ferrovia e a meta é chegar a 90 por cento, quando os investimentos em infraestrutura forem concluídos.

A Raízen é a divisão para energia, resultado da joint venture entre a Cosan e a Shell.

Para esta temporada, a Rumo Logística prevê concluir o ciclo com movimentação de 7 milhões de toneladas de açúcar. Para a safra 2013/14, a companhia já tem contratos para escoar via ferrovia entre 8-9 milhões de toneladas de açúcar. "E com a infraestrutura que temos hoje, estamos aptos para atender isso", disse Fontana.

Comgás

A companhia está à espera de uma definição pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) sobre a compra da Comgás, mas para a qual o presidente da Cosan disse trabalhar com um horizonte de "curto prazo".

A Cosan assinou contrato com o Grupo BG para comprar 60 por cento da Comgás, por 3,4 bilhões de reais, mas a aquisição está sujeita à aprovação da Arsesp.

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