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Copa do Mundo e Olimpíadas podem elevar exportações brasileiras em 30%, diz Barclays

O livro The Olympic Effect, dos autores Rose e Spiegel, apresenta os benefícios comerciais para os países sede de grandes eventos esportivos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 devem melhorar as exportações brasileiras em cerca de 30% no longo prazo, segundo estudo do banco britânico Barclays. Essa constatação foi feita com base no histórico de países que já sediaram eventos esportivos desta magnitude e, no quesito comércio, todos foram beneficiados.

De acordo com o analista Marcelo Salomon, do Barclays, o governo brasileiro tem uma oportunidade única nas mãos para acelerar os investimentos em infraestrutura a fim de atender a demanda decorrente dos eventos que estão por vir.

Salomon enfatiza, em relatório, a importância de o Brasil saber aproveitar a sua positiva imagem internacional proveniente, principalmente, de sua retomada econômica para atrair o capital estrangeiro e implementar uma agressiva agenda de investimentos.

Em termos de impacto econômico, a Copa do Mundo será mais importante para o país como um todo, pois será realizada em 12 cidades diferentes. A projeção de custo inicial para ambos os acontecimentos esportivos é de 63 bilhões de dólares (52 bilhões de dólares para a Copa do Mundo e 11 bilhões de dólares para as Olimpíadas), o equivalente a 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Nos últimos anos, os investimentos com infraestrutura como transportes, hotéis, aeroportos, entre outros, custavam aproximadamente 0,72% do PIB ao ano. Agora, a estimativa do Barclays para os próximos sete anos é de um crescimento de 75% para os investimentos anuais.

Ainda está em aberto a quantidade de recursos que virão dos bancos públicos e empresas privadas para a realização dos Jogos Olímpicos. No entanto, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já anunciou que vai ser responsável por cerca de 14% de todo o financiamento.

Cautela

De acordo com o estudo do Barclays, os países que já sediaram grandes eventos esportivos, em geral, não cumprem com os custos estimados inicialmente. Pelo contrário, os gastos costumam ultrapassar os investimentos planejados.

Os Jogos de Verão Chineses, por exemplo, custaram 40 bilhões de dólares, dez vezes mais do que o previsto. Os investimentos para as Olimpíadas de 2012, em Londres, estavam projetados para custar 2,4 bilhões de libras, porém, já estão em 9 bilhões de libras.

Portanto, para Salomon, o planejamento em relação aos investimentos e, principalmente, a preocupação com o destino do dinheiro público deve nortear a organização dos jogos.

Em resumo, os analistas de mercado do Baclays acreditam que se o Brasil souber conduzir bem seus investimentos e souber aproveitar o cenário internacional a seu favor, a Copa do Mundo e as Olimpíadas têm muito a contribuir para a economia do país. Dessa forma, mesmo que o orçamento atual seja subestimado, o legado deixado pelos eventos seria positivo para o potencial de crescimento brasileiro.
 

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