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Como ter sucesso sendo insensato, por um bilionário bem sensato

Livro de Eli Broad ensina a fugir do senso comum nas empresas – mas sem cometer nenhuma loucura

Broad: experiência de vida se transforma em lições para os empreendedores (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2012 às 06h00.

São Paulo – Ser revolucionário e romper com o senso comum são ingredientes que nenhum autor de livro de gestão dispensa. E, nos últimos tempos, nenhum livro é mais explícito nesta proposta que o recém-lançado “The art of being unreasonable: lessons in unconventional thinking” (“A arte de ser insensato: lições de pensamento não-convencional”, numa tradução livre).

O maior cartão de visitas do livro, lançado pela editora John Wiley & Sons, é seu coautor, o bilionário americano Eli Broad, que o concebeu em parceria com o jornalista Swati Pandey. A biografia de Broad tem todos os elementos cultuados pelos americanos em histórias de sucesso: nasceu em uma família pobre, ralou muito para cursar a universidade, criou duas potências do capitalismo americano (o fundo de pensão SunAmerica e a incorporadora KB Home), amealhou uma fortuna de 6 bilhões de dólares e, agora, dedica-se à filantropia e à arte.

O apelo do livro é, justamente, atribuir a Broad uma capacidade incomum de ir na contramão do bom-senso para ser bem-sucedido. Sua inspiração seria um presente de sua esposa – um peso de papel com uma famosa frase do dramaturgo Bernard Shaw: “O homem sensato se adapta ao mundo. O homem insensato insiste em adaptar o mundo a si mesmo. Logo, todo progresso depende do homem insensato.”

O que importa

Mas vamos direto ao ponto: ao longo das 165 páginas da obra, só há duas dicas que realmente se destacam, entre dezenas de lições embaraçosamente... muito convencionais, como estude seus adversários, delegue tarefas a quem compartilha dos seus valores, e nunca se acomode com um projeto bem feito – ele sempre pode melhorar.

A primeira é: volte a pensar como uma criança, isto é, não aceite o primeiro “não” como resposta. Diante de alguém que lhe diga que algo não pode ser feito, Broad recomenda devolver o problema com um simples: “por que não?”


“As crianças perguntam, instintivamente, ‘por que não?’”, escreve Broad. Após observar que os adultos perderam esse hábito porque se acomodam facilmente com a situação, o bilionário arremata: “as questões que você quer fazer, quando todos acham que já sabem tudo, são as portas da descoberta.”

Primeiro, seja o segundo

A outra boa dica: não se incomode em ser o segundo colocado. Em um mundo viciado em liderança , onde virou lugar comum dizer que o vice-líder é apenas o primeiro dos derrotados, esta, sim, é uma afirmação audaciosa.

Para Broad, observar o líder de mercado por algum tempo oferece preciosas lições, sem ter de arcar com o ônus de investimentos perdidos e erros custosos. “O cara da frente precisa abrir caminho pelos arbustos, se arranhar e se perder algumas vezes, antes de chegar ao topo. O segundo cara pode simplesmente percorrer o caminho aberto, evitando as trilhas em que ele tropeçou.”

Foi assim, segundo Broad, que sua incorporadora, a KB Home, observou os erros que uma rival, a Levitt and Sons, cometia na França, evitou-os e se tornou, algum tempo depois, líder de mercado.

Em uma recente entrevista ao jornal Los Angeles Times para falar do livro, Broad foi franco: “Eu sou muito sensato. As outras pessoas é que me acham insensato, porque estou sempre pedindo coisas que elas acham impossíveis.” Soa um pouco como as demandas aparentemente malucas de Steve Jobs a seus engenheiros, quando desenvolvia um novo produto. Uma coisa, pelo menos, Broad e Jobs têm em comum: não aceita um “não” facilmente.

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São Paulo – Ser revolucionário e romper com o senso comum são ingredientes que nenhum autor de livro de gestão dispensa. E, nos últimos tempos, nenhum livro é mais explícito nesta proposta que o recém-lançado “The art of being unreasonable: lessons in unconventional thinking” (“A arte de ser insensato: lições de pensamento não-convencional”, numa tradução livre).

O maior cartão de visitas do livro, lançado pela editora John Wiley & Sons, é seu coautor, o bilionário americano Eli Broad, que o concebeu em parceria com o jornalista Swati Pandey. A biografia de Broad tem todos os elementos cultuados pelos americanos em histórias de sucesso: nasceu em uma família pobre, ralou muito para cursar a universidade, criou duas potências do capitalismo americano (o fundo de pensão SunAmerica e a incorporadora KB Home), amealhou uma fortuna de 6 bilhões de dólares e, agora, dedica-se à filantropia e à arte.

O apelo do livro é, justamente, atribuir a Broad uma capacidade incomum de ir na contramão do bom-senso para ser bem-sucedido. Sua inspiração seria um presente de sua esposa – um peso de papel com uma famosa frase do dramaturgo Bernard Shaw: “O homem sensato se adapta ao mundo. O homem insensato insiste em adaptar o mundo a si mesmo. Logo, todo progresso depende do homem insensato.”

O que importa

Mas vamos direto ao ponto: ao longo das 165 páginas da obra, só há duas dicas que realmente se destacam, entre dezenas de lições embaraçosamente... muito convencionais, como estude seus adversários, delegue tarefas a quem compartilha dos seus valores, e nunca se acomode com um projeto bem feito – ele sempre pode melhorar.

A primeira é: volte a pensar como uma criança, isto é, não aceite o primeiro “não” como resposta. Diante de alguém que lhe diga que algo não pode ser feito, Broad recomenda devolver o problema com um simples: “por que não?”


“As crianças perguntam, instintivamente, ‘por que não?’”, escreve Broad. Após observar que os adultos perderam esse hábito porque se acomodam facilmente com a situação, o bilionário arremata: “as questões que você quer fazer, quando todos acham que já sabem tudo, são as portas da descoberta.”

Primeiro, seja o segundo

A outra boa dica: não se incomode em ser o segundo colocado. Em um mundo viciado em liderança , onde virou lugar comum dizer que o vice-líder é apenas o primeiro dos derrotados, esta, sim, é uma afirmação audaciosa.

Para Broad, observar o líder de mercado por algum tempo oferece preciosas lições, sem ter de arcar com o ônus de investimentos perdidos e erros custosos. “O cara da frente precisa abrir caminho pelos arbustos, se arranhar e se perder algumas vezes, antes de chegar ao topo. O segundo cara pode simplesmente percorrer o caminho aberto, evitando as trilhas em que ele tropeçou.”

Foi assim, segundo Broad, que sua incorporadora, a KB Home, observou os erros que uma rival, a Levitt and Sons, cometia na França, evitou-os e se tornou, algum tempo depois, líder de mercado.

Em uma recente entrevista ao jornal Los Angeles Times para falar do livro, Broad foi franco: “Eu sou muito sensato. As outras pessoas é que me acham insensato, porque estou sempre pedindo coisas que elas acham impossíveis.” Soa um pouco como as demandas aparentemente malucas de Steve Jobs a seus engenheiros, quando desenvolvia um novo produto. Uma coisa, pelo menos, Broad e Jobs têm em comum: não aceita um “não” facilmente.

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