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Como a Gafisa tem conseguido antecipar 40% de suas obras

Há três anos, companhia lançou projeto com foco para acelerar a produtividade nos canteiros de obras; os resultados começaram a aparecer agora

Obra da Gafisa em São Paulo: empresa afirma que entregas estão em dia (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Daniela Barbosa

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 10h12.

São Paulo – Pelo menos um terço das reclamações sobre construtoras no Procon são referentes a atrasos na entrega das obras. Para driblar o problema, a Gafisa criou há três anos um projeto com foco em produtividade. O resultado da ação começa a ser visível agora. De acordo com a empresa, atualmente 40% das obras dos empreendimentos da construtora são concluídas antes da data prevista e o restante dentro do prazo.

Diferente do que a construtora havia informado no dia da publicação desta matéria, não são os empreendimentos que são entregues antes do prazo e sim 40% das obras dos projetos.  A companhia ressalta ainda que existem fatores, como a instalação da luz, gás e até o habite-se, que dependem de outras empresas para serem concluídos.

Segundo Luciano do Amaral, diretor de construção da Gafisa, problemas ligados à produtividade sempre afetaram diretamente os custos das obras e consequentemente o caixa da empresa.

“Com o projeto, batizado de Construir, primeiramente separamos a área de planejamento da de construção da empresa. Hoje, cerca de 70 dos nossos profissionais trabalham diretamente na logística dos empreendimentos Gafisa”, afirmou o executivo em entrevista à EXAME.com.

Outra ação adotada pela construtora está ligada à área que envolve todo o processo de logística das obras. Antes, a entrega dos materiais usados nas obras era de responsabilidade dos fornecedores. Agora, a construtora cuida diretamente desse departamento. "Assim, é possível garantir mais controle dos estoques e que os materiais usados estejam no local certo e na hora certa", disse Amaral.

Para Guilherme Sartori, diretor de operações da construtora, com uma equipe de planejamento exclusiva, as respostas aos problemas enfrentados no canteiro de obras passaram a ser mais rápidas também.  "Trata-se de uma dinâmica diferente, mais veloz, que consegue antecipar problemas ou resolve-los com mais agilidade”, disse.

Atualmente, de acordo com cronograma de entrega da Gafisa, 44% dos estoques devem se concluídos a partir de 2016. Um ano atrás, esse mesmo número era de 70%. A Gafisa também conseguiu aumentar de 2% para 24% os empreendimentos previstos para 2014.

Segundo a Gafisa, o empreendimento Smart Maracá, em São Paulo, que seria entregue em fevereiro desde ano foi um dos projetos entregues antes do prazo - a construtora entregou a obra em novembro do ano passado.

O Energy, também em São Paulo, de acordo com a companhia, também será entregue com pelo menos dois meses de antecedência.

Pesquisa

Uma pesquisa recente sobre o mercado de construção civil, realizada pela consultoria EY, antiga Ernst & Young, apontou que foco em produtividade tem ganhado relevância entre as principais construtoras do país. Mais de 90% delas, por exemplo, acreditam ser relevante ou muito relevante a aplicação de métodos de gestão em todo o processo de construção.

Ainda de acordo com o estudo da EY, mais 75% das construtoras acreditam estar em processo de amadurecimento ou já maduras no que diz respeito à gestão de riscos implantadas nos empreendimentos. A pesquisa levou em consideração dados do mercado e entrevistas com profissionais de empresas líderes do mercado de construção no país.

Projeto exclusivo

Vale lembrar, que o projeto Construir é uma ação exclusiva da marca Gafisa e não se aplica aos empreendimentos da construtora Tenda, braço de baixa renda do grupo, que enfrenta problemas recorrentes de distratos e tem uma gestão independente.

Para se ter uma ideia, no terceiro trimestre, com contratos cancelados, a Tenda registrou perdas de 150,7 milhões de reais, alta de 106,4% na comparação com mesmo período de 2013 e 25,6% maior em relação ao trimestre anterior.

*Matéria atualizada em 05/12 às 11h10

São Paulo – Entre julho e setembro, apenas 7 das 20 construtoras do país com capital aberto conseguiram ampliar os bons resultados – as demais ficaram no vermelho ou tiveram queda dos números, segundo levantamento da consultoria Economática. A lista, a seguir, mostra como cada uma das empresas se saiu no período. A Cyrela foi a construtora com o maior lucro, R$ 179,1 milhões no 3º tri, enquanto que a Brookfield ficou em último lugar, com um prejuízo mais de 7 vezes maior no período.
  • 2. Cyrela

    2 /22(Divulgação)

  • Veja também

    Lucro até setembro de 2014:R$ 179,1 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 174,6 milhões
    Variação:2,57%
  • 3. MRV

    3 /22(Germano Lüders/EXAME.com)

  • Lucro até setembro de 2014:R$ 135,1 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 130,8 milhões
    Variação:3,28%
  • 4. Eztec

    4 /22(Divulgação)

    Lucro até setembro de 2014:R$ 124,8 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 139,4 milhões
    Variação:-10,47%
  • 5. Even

    5 /22(Divulgação/Facebook)

    Lucro até setembro de 2014:R$ 82,4 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 67,4 milhões
    Variação:22,25%
  • 6. Direcional

    6 /22(Divulgação)

    Lucro até setembro de 2014:R$ 52,2 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 62,1 milhões
    Variação:-15,94%
  • 7. Helbor

    7 /22(Divulgação)

    Lucro até setembro de 2014:R$ 52,1 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 76,4 milhões
    Variação:-31,80%
  • 8. Tecnisa

    8 /22(Divulgação/EXAME.com)

    Lucro até setembro de 2014:R$ 31,8 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 62,2 milhões
    Variação:-48,87%
  • 9. Rodobens

    9 /22(Divulgação)

    Lucro até setembro de 2014:R$ 19,3 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 16,6 milhões
    Variação:16,26%
  • 10. Lix da Cunha

    10 /22(Divulgação)

    Lucro até setembro de 2014:R$ 18,5 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 1,9 milhão
    Variação:873,60%
  • 11. JHSF

    11 /22(Divulgação)

    Lucro até setembro de 2014:R$ 14,2 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 7,5 milhões
    Variação:89,33%
  • 12. Trisul

    12 /22(Divulgação)

    Lucro até setembro de 2014:R$ 52,1 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 76,4 milhões
    Variação:-31,80%
  • 13. Lindenberg

    13 /22(Divulgação)

    Lucro até setembro de 2014:R$ 3,3 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 5,3 milhões
    Variação:-37,73%
  • 14. Azevedo

    14 /22(Stock.Xchange)

    Lucro até setembro de 2014:R$ 1,8 milhão
    Lucro até setembro de 2013:R$ 1,3 milhão
    Variação:38,46%
  • 15. CR2

    15 /22(Divulgação)

    Prejuízo até setembro de 2014:R$ 3,2 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 14 mil
    Variação:na
  • 16. Gafisa

    16 /22(ALEXANDRE BATTIBUGLI / EXAME)

    Prejuízo até setembro de 2014:R$ 9,9 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 15,7 milhões
    Variação:na
  • 17. Viver

    17 /22(Reprodução da web)

    Prejuízo até setembro de 2014:R$ 28,6 milhões
    Prejuízo até setembro de 2013:R$ 72,8 milhões
    Variação:60,71%
  • 18. João Fortes

    18 /22(Reprodução da web)

    Prejuízo até setembro de 2014:R$ 73,8 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 16,2 milhões
    Variação:na
  • 19. PDG

    19 /22(Jonne Roriz/EXAME)

    Prejuízo até setembro de 2014:R$ 174,6 milhões
    Prejuízo até setembro de 2013:R$ 111,3 milhões
    Variação:56,87%
  • 20. Rossi Residencial

    20 /22(Divulgação)

    Prejuízo até setembro de 2014:R$ 265,1 milhões
    Lucro até setembro de 2013:R$ 2,1 milhões
    Variação:na
  • 21. Brookfield

    21 /22(Germano Lüders/EXAME.com)

    Prejuízo até setembro de 2014:R$ 447,9 milhões
    Prejuízo até setembro de 2013:R$ 53,1 milhões
    Variação:743,50%
  • 22. Agora, confira os 25 maiores prejuízos do 3º tri

    22 /22(Bloomberg)

  • Acompanhe tudo sobre:Construção civilConstrutorasEmpresasGafisagestao-de-negocios

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