São Paulo – Pelo menos um terço das reclamações sobre construtoras no Procon são referentes a atrasos na entrega das obras. Para driblar o problema, a Gafisa criou há três anos um projeto com foco em produtividade. O resultado da ação começa a ser visível agora. De acordo com a empresa, atualmente 40% das obras dos empreendimentos da construtora são concluídas antes da data prevista e o restante dentro do prazo.
Diferente do que a construtora havia informado no dia da publicação desta matéria, não são os empreendimentos que são entregues antes do prazo e sim 40% das obras dos projetos. A companhia ressalta ainda que existem fatores, como a instalação da luz, gás e até o habite-se, que dependem de outras empresas para serem concluídos.
Segundo Luciano do Amaral, diretor de construção da Gafisa, problemas ligados à produtividade sempre afetaram diretamente os custos das obras e consequentemente o caixa da empresa.
“Com o projeto, batizado de Construir, primeiramente separamos a área de planejamento da de construção da empresa. Hoje, cerca de 70 dos nossos profissionais trabalham diretamente na logística dos empreendimentos Gafisa”, afirmou o executivo em entrevista à EXAME.com.
Outra ação adotada pela construtora está ligada à área que envolve todo o processo de logística das obras. Antes, a entrega dos materiais usados nas obras era de responsabilidade dos fornecedores. Agora, a construtora cuida diretamente desse departamento. "Assim, é possível garantir mais controle dos estoques e que os materiais usados estejam no local certo e na hora certa", disse Amaral.
Para Guilherme Sartori, diretor de operações da construtora, com uma equipe de planejamento exclusiva, as respostas aos problemas enfrentados no canteiro de obras passaram a ser mais rápidas também. "Trata-se de uma dinâmica diferente, mais veloz, que consegue antecipar problemas ou resolve-los com mais agilidade”, disse.
Atualmente, de acordo com cronograma de entrega da Gafisa, 44% dos estoques devem se concluídos a partir de 2016. Um ano atrás, esse mesmo número era de 70%. A Gafisa também conseguiu aumentar de 2% para 24% os empreendimentos previstos para 2014.
Segundo a Gafisa, o empreendimento Smart Maracá, em São Paulo, que seria entregue em fevereiro desde ano foi um dos projetos entregues antes do prazo - a construtora entregou a obra em novembro do ano passado.
O Energy, também em São Paulo, de acordo com a companhia, também será entregue com pelo menos dois meses de antecedência.
Pesquisa
Uma pesquisa recente sobre o mercado de construção civil, realizada pela consultoria EY, antiga Ernst & Young, apontou que foco em produtividade tem ganhado relevância entre as principais construtoras do país. Mais de 90% delas, por exemplo, acreditam ser relevante ou muito relevante a aplicação de métodos de gestão em todo o processo de construção.
Ainda de acordo com o estudo da EY, mais 75% das construtoras acreditam estar em processo de amadurecimento ou já maduras no que diz respeito à gestão de riscos implantadas nos empreendimentos. A pesquisa levou em consideração dados do mercado e entrevistas com profissionais de empresas líderes do mercado de construção no país.
Projeto exclusivo
Vale lembrar, que o projeto Construir é uma ação exclusiva da marca Gafisa e não se aplica aos empreendimentos da construtora Tenda, braço de baixa renda do grupo, que enfrenta problemas recorrentes de distratos e tem uma gestão independente.
Para se ter uma ideia, no terceiro trimestre, com contratos cancelados, a Tenda registrou perdas de 150,7 milhões de reais, alta de 106,4% na comparação com mesmo período de 2013 e 25,6% maior em relação ao trimestre anterior.
*Matéria atualizada em 05/12 às 11h10
- 1. Em construção
1 /22(Stock.xchng/arsel)
São Paulo – Entre julho e setembro, apenas 7 das 20 construtoras do país com capital aberto conseguiram ampliar os bons resultados – as demais ficaram no vermelho ou tiveram queda dos números, segundo levantamento da consultoria Economática. A lista, a seguir, mostra como cada uma das empresas se saiu no período. A Cyrela foi a construtora com o maior lucro, R$ 179,1 milhões no 3º tri, enquanto que a Brookfield ficou em último lugar, com um prejuízo mais de 7 vezes maior no período.
2. Cyrela 2 /22(Divulgação)
Lucro até setembro de 2014: | R$ 179,1 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 174,6 milhões |
Variação: | 2,57% |
3. MRV 3 /22(Germano Lüders/EXAME.com)
Lucro até setembro de 2014: | R$ 135,1 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 130,8 milhões |
Variação: | 3,28% |
4. Eztec 4 /22(Divulgação)
Lucro até setembro de 2014: | R$ 124,8 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 139,4 milhões |
Variação: | -10,47% |
5. Even 5 /22(Divulgação/Facebook)
Lucro até setembro de 2014: | R$ 82,4 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 67,4 milhões |
Variação: | 22,25% |
6. Direcional 6 /22(Divulgação)
Lucro até setembro de 2014: | R$ 52,2 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 62,1 milhões |
Variação: | -15,94% |
7. Helbor 7 /22(Divulgação)
Lucro até setembro de 2014: | R$ 52,1 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 76,4 milhões |
Variação: | -31,80% |
8. Tecnisa 8 /22(Divulgação/EXAME.com)
Lucro até setembro de 2014: | R$ 31,8 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 62,2 milhões |
Variação: | -48,87% |
9. Rodobens 9 /22(Divulgação)
Lucro até setembro de 2014: | R$ 19,3 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 16,6 milhões |
Variação: | 16,26% |
10. Lix da Cunha 10 /22(Divulgação)
Lucro até setembro de 2014: | R$ 18,5 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 1,9 milhão |
Variação: | 873,60% |
11. JHSF 11 /22(Divulgação)
Lucro até setembro de 2014: | R$ 14,2 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 7,5 milhões |
Variação: | 89,33% |
12. Trisul 12 /22(Divulgação)
Lucro até setembro de 2014: | R$ 52,1 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 76,4 milhões |
Variação: | -31,80% |
13. Lindenberg 13 /22(Divulgação)
Lucro até setembro de 2014: | R$ 3,3 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 5,3 milhões |
Variação: | -37,73% |
14. Azevedo 14 /22(Stock.Xchange)
Lucro até setembro de 2014: | R$ 1,8 milhão |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 1,3 milhão |
Variação: | 38,46% |
15. CR2 15 /22(Divulgação)
Prejuízo até setembro de 2014: | R$ 3,2 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 14 mil |
Variação: | na |
16. Gafisa 16 /22(ALEXANDRE BATTIBUGLI / EXAME)
Prejuízo até setembro de 2014: | R$ 9,9 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 15,7 milhões |
Variação: | na |
17. Viver 17 /22(Reprodução da web)
Prejuízo até setembro de 2014: | R$ 28,6 milhões |
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Prejuízo até setembro de 2013: | R$ 72,8 milhões |
Variação: | 60,71% |
18. João Fortes 18 /22(Reprodução da web)
Prejuízo até setembro de 2014: | R$ 73,8 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 16,2 milhões |
Variação: | na |
19. PDG 19 /22(Jonne Roriz/EXAME)
Prejuízo até setembro de 2014: | R$ 174,6 milhões |
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Prejuízo até setembro de 2013: | R$ 111,3 milhões |
Variação: | 56,87% |
20. Rossi Residencial 20 /22(Divulgação)
Prejuízo até setembro de 2014: | R$ 265,1 milhões |
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Lucro até setembro de 2013: | R$ 2,1 milhões |
Variação: | na |
21. Brookfield 21 /22(Germano Lüders/EXAME.com)
Prejuízo até setembro de 2014: | R$ 447,9 milhões |
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Prejuízo até setembro de 2013: | R$ 53,1 milhões |
Variação: | 743,50% |
22. Agora, confira os 25 maiores prejuízos do 3º tri 22 /22(Bloomberg)