Comércio do açúcar se foca no iminente excedente brasileiro
O açúcar compete com o etanol na destinação da cana-de-açúcar no Brasil, e os preços precisam recuar para níveis que levassem as usinas a reduzir a produção
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2013 às 17h24.
Genebra - Os preços do açúcar bruto podem cair para até 15 centavos de dólar por libra-peso pela primeira vez em mais de 2 anos e meio, disse um importante negociante nesta quinta-feira, com estoques excedentes, uma moagem acelerada e uma demanda moderada pelo etanol brasileiro levando a mais perdas.
O açúcar compete com o etanol na destinação da cana-de-açúcar no Brasil, e os preços precisam recuar para níveis que levassem as usinas a reduzir a produção da commodity, disse um trader da Louis Dreyfus, Omar al-Dahhan, nesta quinta-feira.
"Nós precisamos que o açúcar recue para cerca de 15 a 16,5 centavo de dólar", disse Dahhan durante um seminário da Kingsman em Genebra.
"O mercado do açúcar precisa encontrar uma solução para o excedente. Se o preço não recuar, mais açúcar vai ser produzido", acrescentou.
Às 14h50 (horário de Brasília), o maio do açúcar bruto recuava 0,17 centavo, a 17,68 centavos por libra-peso, com estoques abundantes pressionando os preços que haviam registrado o dobro deste nível em fevereiro de 2011.
O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de açúcar.
Visão mais ampla
O tom baixista de Dahhan ecoou a visão de vários analistas e operadores.
"Pelos próximos 18 meses, nós esperaremos um excedente global e isso provavelmente manterá os preços sob uma pressão baixista", disse Sergey Gudoshnikov, economista sênior da Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês).
A organização com sede em Londres antecipa um excedente global de 8,5 milhões de toneladas em 2012/13 (outubro/setembro), e um excedente novamente, ainda que significativamente menor, em 2013/14.
"Para o curto prazo, nós não temos motivos para mudar nossas crenças, ou seja, o excesso está chegando, será grande, e vai pressionar os preços para baixo", disse Robin Shaw, analista da corretora Marex Spectron.
Usinas em importantes produtores devem maximizar sua moagem de cana para levar seus custos a um mínimo, em face dos preços do açúcar, que hoje estão em próximos dos custos de produção, mesmo nas plantas mais eficientes.
O Brasil tem capacidade suficiente para moer sua vasta safra de cana, disseram analistas.
As usinas brasileiras enfrentaram problemas para lucrar nos últimos anos, uma vez que não possuíam cana o suficiente para operar suas usinas em plena capacidade.
Fortes chuvas no início da temporada de colheita da cana no Brasil elevou os preços do etanol feito a partir da cana brasileira, potencialmente reduzindo a demanda pelo combustível, mas a previsão meteorológica é de clima seco para os próximos dez dias.
"O elemento climático no Brasil pode limitar a queda dos preços do açúcar em vez de apoiá-los, por conta da pressão do excedente global", disse um operador.
Genebra - Os preços do açúcar bruto podem cair para até 15 centavos de dólar por libra-peso pela primeira vez em mais de 2 anos e meio, disse um importante negociante nesta quinta-feira, com estoques excedentes, uma moagem acelerada e uma demanda moderada pelo etanol brasileiro levando a mais perdas.
O açúcar compete com o etanol na destinação da cana-de-açúcar no Brasil, e os preços precisam recuar para níveis que levassem as usinas a reduzir a produção da commodity, disse um trader da Louis Dreyfus, Omar al-Dahhan, nesta quinta-feira.
"Nós precisamos que o açúcar recue para cerca de 15 a 16,5 centavo de dólar", disse Dahhan durante um seminário da Kingsman em Genebra.
"O mercado do açúcar precisa encontrar uma solução para o excedente. Se o preço não recuar, mais açúcar vai ser produzido", acrescentou.
Às 14h50 (horário de Brasília), o maio do açúcar bruto recuava 0,17 centavo, a 17,68 centavos por libra-peso, com estoques abundantes pressionando os preços que haviam registrado o dobro deste nível em fevereiro de 2011.
O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de açúcar.
Visão mais ampla
O tom baixista de Dahhan ecoou a visão de vários analistas e operadores.
"Pelos próximos 18 meses, nós esperaremos um excedente global e isso provavelmente manterá os preços sob uma pressão baixista", disse Sergey Gudoshnikov, economista sênior da Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês).
A organização com sede em Londres antecipa um excedente global de 8,5 milhões de toneladas em 2012/13 (outubro/setembro), e um excedente novamente, ainda que significativamente menor, em 2013/14.
"Para o curto prazo, nós não temos motivos para mudar nossas crenças, ou seja, o excesso está chegando, será grande, e vai pressionar os preços para baixo", disse Robin Shaw, analista da corretora Marex Spectron.
Usinas em importantes produtores devem maximizar sua moagem de cana para levar seus custos a um mínimo, em face dos preços do açúcar, que hoje estão em próximos dos custos de produção, mesmo nas plantas mais eficientes.
O Brasil tem capacidade suficiente para moer sua vasta safra de cana, disseram analistas.
As usinas brasileiras enfrentaram problemas para lucrar nos últimos anos, uma vez que não possuíam cana o suficiente para operar suas usinas em plena capacidade.
Fortes chuvas no início da temporada de colheita da cana no Brasil elevou os preços do etanol feito a partir da cana brasileira, potencialmente reduzindo a demanda pelo combustível, mas a previsão meteorológica é de clima seco para os próximos dez dias.
"O elemento climático no Brasil pode limitar a queda dos preços do açúcar em vez de apoiá-los, por conta da pressão do excedente global", disse um operador.