Com tapetinho higiênico 'high tech', casal fatura milhões e chega ao maior mercado pet do mundo
A Weasy deve faturar R$ 15 milhões em 2022 com sanitários inteligentes para pets; neste semestre, a empresa chega aos Estados Unidos para popularizar o produto
Maria Clara Dias
Publicado em 7 de julho de 2022 às 10h00.
Última atualização em 7 de julho de 2022 às 17h34.
Os brasileiros jamais gastaram tanto com seus pets. Com o isolamento social, a disparada no número de adoções e o maior tempo ao lado dos bichinhos de estimação, cresceu também a disposição dos donos em colocar mais de suas economias em produtos que garantam o conforto de seus animais. Nesse cenário, a Weasy, que fabrica sanitários para cães e gatos, tem levado vantagem.
Fundada em 2017, a empresa criada pelo casal de empreendedores Fábio de Carvalho e Lara Lorga desenvolveu um sanitário para pets que vivem em casas e apartamentos, uma espécie de “ tapetinho higiênico hig tech ”. A ideia ganhou apelo especial nos últimos dois anos, e a empresa saltou de um faturamento de 7,5 milhões de reais em 2020 para 10 milhões de reais em 2021.
O sanitário da Weasy funciona como uma pequena plataforma na qual o animal pode fazer xixi e, na sequência, o dono pode lavar com um copo de água que, por meio de uma mangueira, escoa os resíduos até o ralo. Em algumas versões do tapetinho tecnológico, há até mesmo uma descarga acoplada. A ideia é trazer uma opção mais ecológica e econômica para donos de pets que querem facilitar o descarte das necessidades dos bichinhos.
A principal força da Weasy está no e-commerce, por onde a empresa conclui algo como 95% das vendas. Com site próprio e uma estratégia que prioriza publicações patrocinadas nas redes sociais, a Weasy aposta em uma linguagem educativa e que ilustre muito bem para que serve o produto. Os outros 5% das vendas estão em redes de varejo ou pet shops que expõem os produtos nas prateleiras.
“Um desafio constante é educar nosso consumidor sobre como funciona a Weasy. Nossos vídeos e toda a comunicação têm esse foco”, explica Carvalho, fundador da empresa.
Agora, a Weasy dá passos largos rumo à internacionalização. Em 2022, a marca chega aos Estados Unidos, marcando a incursão da empresa no principal mercado pet do mundo, com mais de 62 bilhões de dólares em vendas no varejo em 2021, de acordo com dados da consultoria Euromonitor.
LEIA TAMBÉM:Os planos dos 'reis do varejo pet' para dominar o mercado brasileiro
Em terras americanas, a Weasy passará a exportar seus sanitários inteligentes para clientes que compram digitalmente ou por meio do site próprio e da Amazon, marketplace com grande destaque por lá. “Será com certeza uma porta para outros países.” Hoje, a empresa conta com um distribuidor que vende os produtos e os envia para todo o país. Mas a ideia é ter uma produção própria e local, com envio de insumos e matérias-primas daqui para a montagem e distribuição por lá.
Alfabetizar o consumidor sobre uso do produto, por lá, deve ser uma missão pouco mais simples, especialmente entre os mais jovens. Na Califórnia, um dos principais alvos da Weasy, o foco está em millenials e novos públicos abertos a novidades e produtos com alguma proposta disruptiva.
“Até 2023, esse mercado pode ser tão grande para nós quanto o Brasil, numa proporção de 50/50”, diz. “É possível e não é excesso de otimismo”, brinca o empreendedor.
Ideia que vem de casa
A rotina de cuidados com duas goldens retrievers, Pepa e Lili, levou o casal a questionar, ainda em 2016, se os tapetes higiênicos de algodão eram a forma mais limpa — e econômica — de lidar com o xixi dos pets.
Sem opções de sanitários que se adequassem ao dia a dia no apartamento eles criaram o primeiro protótipo do sanitário inteligente, à época feito de madeira. Com a troca de matéria-prima para fibra de vidro o negócio pivotou, caiu no gosto de alguns amigos e familiares e ganhou seu primeiro modelo comercial.
Anos depois, a empresa segue os pilares da inovação e sustentabilidade, pontos que buscam diferenciar um produto que foge da briga de preços. "Sabemos que as margens estão acima do restante do mercado, e desde o início não queríamos ser uma empresa que vende produtos que possam ser achados em outros lugares. Fazemos questão da exclusividade”, diz.
Hoje o negócio cresce por meio do boca a boca. A recomendação de compradores é o que, inclusive, ajuda a Weasy a atrair novos clientes em meio aos desafios de vender um produto de compra única. “Estamos estendendo a linha de produtos, mas a indicação de quem usa e fala bem do nosso produto é nosso grande motor de crescimento”, diz,
A projeção da Weasy é faturar 15 milhões de reais em 2022.
LEIA TAMBÉM
Cerveja das gurias: Macuco vai abrir segunda loja em Porto Alegre para superar pandemia