Com privatização de aeroportos, Dufry dobra número de lojas
Dufry: ela chegará em março do ano que vem com pelo menos 135 lojas, 67 delas inauguradas a partir de maio
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2015 às 11h25.
São Paulo - O cenário econômico é adverso para o mercado de viagens - o consumidor está gastando menos, especialmente em dólar, e as companhias aéreas estão cortando voos no Brasil.
Mesmo assim, a suíça Dufry , líder mundial no varejo em aeroportos, segue com o seu maior plano de expansão no país. A companhia vai dobrar em menos do um ano o número de unidades.
Ela chegará em março do ano que vem com pelo menos 135 lojas, 67 delas inauguradas a partir de maio. Além das lojas multimarcas, a Dufry cresce com espaços exclusivos de grifes como Apple e Mont Blanc nos aeroportos.
Presente no país há cerca de 40 anos, a empresa suíça está aproveitando uma janela de oportunidade para ocupar espaço.
"A concessão dos aeroportos foi o grande propulsor desse movimento de expansão. Tivemos a oportunidade de negociar livremente com a concessionária o melhor uso do espaço comercial do aeroporto. Com a Infraero, precisamos participar de licitações", explicou o diretor geral da Dufry no Brasil e na Bolívia, Gustavo Fagundes.
Em função disso, a maior parte das novas lojas será inaugurada nos aeroportos privados. Só em Guarulhos, a empresa inaugurou 13 lojas desde maio e terá mais quatro até março. O novo terminal de Viracopos, que deve estar pronto no início do ano que vem, terá 11 lojas. E o Galeão receberá 15 novas unidades no período.
"A expansão faz sentido no médio e longo prazos. Ocupar os melhores pontos comerciais nos principais aeroportos é uma questão estratégica, mesmo em tempos de crise, para evitar a entrada de concorrentes", explica Marcos Hirai, sócio da consultoria BG&H, especialista em projetos de expansão para o varejo.
Além das lojas multimarcas, a Dufry traz lojas exclusivas de grifes estrangeiras no formato "duty free", com isenção de impostos. A companhia já é dona de lojas de bandeiras como Michael Kors e Victoria's Secret e está procurando novas marcas.
Entre as novas unidades, a que mais cresce é a loja de conveniências americana Hudson News, comprada pela Dufry em 2008. "A empresa viu que era possível internacionalizá-la, e o Brasil é um dos principais países para isso", diz Fagundes.
A primeira loja Hudson News foi aberta em abril de 2014, em Brasília. Até março, serão inauguradas mais 12 unidades, mas a Dufry vê espaço para 50.
Crise
O executivo da Dufry admite que a rede não está imune à crise econômica e sentiu o impacto da alta do dólar na operação brasileira.
Na sua divulgação de resultados financeiros, a companhia informou que faturou 382,6 milhões de francos suíços (cerca de R$ 1,55 bilhão) entre janeiro e setembro deste ano no Brasil e na Bolívia , volume 25% inferior ao registrado no mesmo período de 2014.
A Dufry desenhou uma estratégia para continuar a vender em tempos de dólar perto de R$ 4. Uma das ações planejadas é abrir lojas também nas áreas de embarque de voos nacionais - nessas, há incidência de impostos nos produtos.
"Faz sentido. Com o dólar alto, muitos brasileiros vão trocar voos internacionais por nacionais. Os terminais domésticos terão mais pessoas de alta renda e precisam adequar a oferta", diz o consultor da BG&H.
Nas lojas dos terminais internacionais, que vendem em dólar, a Dufry tenta atrair o brasileiro com descontos, especialmente nos produtos que são campeões de venda, como o uísque. "Negociamos com os fornecedores para oferecer promoções. O consumidor não vai encontrar nada mais barato no mercado", disse Fagundes.
Ele cita como exemplo um pacote com quatro garrafas de uísque Red Label, da Johnnie Walker por US$ 60.
Cada unidade sai por menos de R$ 60 no dólar atual - em pesquisa nas varejistas online na segunda-feira, 16, o menor preço encontrado pelo jornal O Estado de S. Paulo foi R$ 79,58.
Outra estratégia é inovar nas prateleiras. A Dufry é hoje a única varejista que oferece a versão Green Label do uísque da marca Johnnie Walker, diz Fagundes.
"É um produto desejado pelo consumidor e encomendamos uma edição limitada para oferecer as nossas lojas", afirma o executivo. Outro exemplo são os produtos de tratamento capilar da Kérastase, que, no Brasil, só estão disponíveis na Dufry ou em salões de beleza.
São Paulo - O cenário econômico é adverso para o mercado de viagens - o consumidor está gastando menos, especialmente em dólar, e as companhias aéreas estão cortando voos no Brasil.
Mesmo assim, a suíça Dufry , líder mundial no varejo em aeroportos, segue com o seu maior plano de expansão no país. A companhia vai dobrar em menos do um ano o número de unidades.
Ela chegará em março do ano que vem com pelo menos 135 lojas, 67 delas inauguradas a partir de maio. Além das lojas multimarcas, a Dufry cresce com espaços exclusivos de grifes como Apple e Mont Blanc nos aeroportos.
Presente no país há cerca de 40 anos, a empresa suíça está aproveitando uma janela de oportunidade para ocupar espaço.
"A concessão dos aeroportos foi o grande propulsor desse movimento de expansão. Tivemos a oportunidade de negociar livremente com a concessionária o melhor uso do espaço comercial do aeroporto. Com a Infraero, precisamos participar de licitações", explicou o diretor geral da Dufry no Brasil e na Bolívia, Gustavo Fagundes.
Em função disso, a maior parte das novas lojas será inaugurada nos aeroportos privados. Só em Guarulhos, a empresa inaugurou 13 lojas desde maio e terá mais quatro até março. O novo terminal de Viracopos, que deve estar pronto no início do ano que vem, terá 11 lojas. E o Galeão receberá 15 novas unidades no período.
"A expansão faz sentido no médio e longo prazos. Ocupar os melhores pontos comerciais nos principais aeroportos é uma questão estratégica, mesmo em tempos de crise, para evitar a entrada de concorrentes", explica Marcos Hirai, sócio da consultoria BG&H, especialista em projetos de expansão para o varejo.
Além das lojas multimarcas, a Dufry traz lojas exclusivas de grifes estrangeiras no formato "duty free", com isenção de impostos. A companhia já é dona de lojas de bandeiras como Michael Kors e Victoria's Secret e está procurando novas marcas.
Entre as novas unidades, a que mais cresce é a loja de conveniências americana Hudson News, comprada pela Dufry em 2008. "A empresa viu que era possível internacionalizá-la, e o Brasil é um dos principais países para isso", diz Fagundes.
A primeira loja Hudson News foi aberta em abril de 2014, em Brasília. Até março, serão inauguradas mais 12 unidades, mas a Dufry vê espaço para 50.
Crise
O executivo da Dufry admite que a rede não está imune à crise econômica e sentiu o impacto da alta do dólar na operação brasileira.
Na sua divulgação de resultados financeiros, a companhia informou que faturou 382,6 milhões de francos suíços (cerca de R$ 1,55 bilhão) entre janeiro e setembro deste ano no Brasil e na Bolívia , volume 25% inferior ao registrado no mesmo período de 2014.
A Dufry desenhou uma estratégia para continuar a vender em tempos de dólar perto de R$ 4. Uma das ações planejadas é abrir lojas também nas áreas de embarque de voos nacionais - nessas, há incidência de impostos nos produtos.
"Faz sentido. Com o dólar alto, muitos brasileiros vão trocar voos internacionais por nacionais. Os terminais domésticos terão mais pessoas de alta renda e precisam adequar a oferta", diz o consultor da BG&H.
Nas lojas dos terminais internacionais, que vendem em dólar, a Dufry tenta atrair o brasileiro com descontos, especialmente nos produtos que são campeões de venda, como o uísque. "Negociamos com os fornecedores para oferecer promoções. O consumidor não vai encontrar nada mais barato no mercado", disse Fagundes.
Ele cita como exemplo um pacote com quatro garrafas de uísque Red Label, da Johnnie Walker por US$ 60.
Cada unidade sai por menos de R$ 60 no dólar atual - em pesquisa nas varejistas online na segunda-feira, 16, o menor preço encontrado pelo jornal O Estado de S. Paulo foi R$ 79,58.
Outra estratégia é inovar nas prateleiras. A Dufry é hoje a única varejista que oferece a versão Green Label do uísque da marca Johnnie Walker, diz Fagundes.
"É um produto desejado pelo consumidor e encomendamos uma edição limitada para oferecer as nossas lojas", afirma o executivo. Outro exemplo são os produtos de tratamento capilar da Kérastase, que, no Brasil, só estão disponíveis na Dufry ou em salões de beleza.