Com meta agressiva para 2021, construtora MAC aposta em planta inteligente
Em entrevista exclusiva à EXAME, a companhia fala da demanda reprimida no mercado imobiliário e da projeção de crescimento de 20% para o ano que vem
Juliana Estigarribia
Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 06h00.
O conceito de moradia ganhou um novo significado após a pandemia da covid-19. O lar passou a ter novas funcionalidades e, para atender o consumidor, as construtoras estão reformulando suas propostas de futuros lançamentos. Neste ambiente, a paulistana MAC tem uma meta agressiva de 20% de crescimento para 2021, com aposta em plantas inteligentes e espaços integrados.
"Precisaremos oferecerambientes definidos e espaços multifuncionais, de olho no novo estilo de vida das pessoas nas grandes cidades no pós-pandemia", afirma Ricardo Pajero, CEO da área comercial da MAC, em entrevista exclusiva à EXAME.
A construtora, que atua na capital paulista, precisou mudar o conceito de seus lançamentos. "Independetemente do tamanho, as pessoas estão buscando apartamentos mais funcionais, com espaço para home office e áreas comuns em que elas possam conviver com seus familiares", diz o executivo.
Ele explica que osespaços precisam ser bem definidos para reduzir os gastos com marcenaria ou decoração, pois o consumidor e os investidores estão buscando cada vez mais essa otimização.
Além disso, Pajero afirma que há uma procura crescente por apartamentos maiores neste ano. Um dos empreendimentos da MAC, de unidades de 155 metros quadrados, foi totalmente vendido em plena pandemia. "As pessoas perceberam que não estavam morando bem. Há uma tendência de upgrade no apartamento, com metragens maiores."
Mesmo em uma trejetória positiva, a MAC teve que corrigir a rota durante a pandemia. Em 2019, foram cinco lançamentos. Para 2020, apesar da ambição, a construtora só lançou dois empreendimentos. "Apesar de não termos lançado o que esperávamos, vendemos praticamente tudo."
Em 2019, o valor geral de vendas (VGV) da companhia alcançou aproximadamente 450 milhões de reais e, para este ano, a MAC projeta igualar essa marca. Para 2021, a previsão é atingir 500 milhões de reais em VGV.
"Temos uma demanda reprimida do mercado imobiliário, foram muitas crises na última década. O brasileiro continua querendo casa", afirma Pajero. "Estamos entendendo onovo comportamento das pessoas e vamos lançar mais plantas inteligentes."
Para o executivo, a ideia é oferecer cada vez mais apartamentos confortáveis, com área de lazer que permita o distanciamento social, mas completamente integrada -- através de vidros, por exemplo, e em pavimentos diferentes. A aposta também é de bairros que tenham facilidades como supermercados, lojas e ampla mobilidade, com oferta de fácil acesso ao transporte público e ciclofaixas.
Mudança de paradigma
Embora na quarentena o brasileiro tenha percebido que precisa de mais espaço, por passar muito mais tempo em casa, a ideia do "apartamento dormitório" começou a mudar, na avaliação de Pajero.
"Continuamos oferecendo studios, mas nossas plantas são mais inteligentes. É preciso espaço integrado para atender a todas as novas necessidades do morador."
Mesmo diante de incertezas no país, inclusive em relação à velocidade de vacinação contra a covid-19, o executivo não vê grandes riscos para os planos da MAC. "Com ou sem vacina, as pessoas vão continuar precisando de moradia."
A MAC prevê cinco lançamentos para o ano que vem, todos na capital paulista. "Nossa meta é agressiva, mas nosso desempenho tem sido muito acima do esperado."