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Com digital em alta, bancos fecham agências e enxugam quase 7 mil vagas

Itaú, Bradesco e Santander também têm reduzido número de agências bancárias

Aplicativo do Itaú:I taú Unibanco fechou 200 agências no quarto trimestre (Lucas Agrela/Site Exame)

Aplicativo do Itaú:I taú Unibanco fechou 200 agências no quarto trimestre (Lucas Agrela/Site Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de fevereiro de 2020 às 14h40.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2020 às 14h41.

São Paulo — Pressionados por maior uma concorrência com fintechs e pressões regulatórias, os grandes bancos privados fecharam as portas de 430 agências no ano passado, totalizando uma rede física de menos de dez mil pontos.

Adicionando nesta conta ainda o crescimento das operações digitais, que diminui a dependência de profissionais, o quadro de colaboradores também se reduziu, com Itaú Unibanco, Bradesco e Santander enxugando suas equipes em 6,923 mil pessoas, cujas saídas foram motivadas, principalmente, por programas de demissão voluntária (PDVs).

A expectativa dessas instituições é de que o trabalho duro feito do lado das despesas ajude a compensar, em 2020, menores margens financeiras e crescimento contido nas receitas de serviços e tarifas. Os ganhos dos grandes bancos têm sido impactados pelo aumento do número de players no setor com a multiplicação das fintechs e ainda mudanças regulatórias como a do cheque especial, que limitou os juros mensais em 8% desde o mês passado.

O Itaú Unibanco, que divulgou na segunda-feira, 10, seu balanço, fechou 200 agências no quarto trimestre, conforme já havia sinalizado ao mercado. Apenas no Brasil, a rede encolheu em 172 pontos. No ano, foram encerradas 436 unidades, empurrando a rede física para 4,504 mil pontos, considerando Brasil e América Latina.

Somente a rede brasileira, a quantidade de agências diminuiu em 372 unidades, para 3,158 mil. Para 2020, a sinalização do banco, ao menos até aqui, é de que o ritmo de fechamento de agências vai se arrefecer.

"O contínuo investimento em tecnologia permitiu ações com foco em eficiência de custos, como o encerramento de agências e o programa de desligamento voluntário, que levaram ao aumento de apenas 2,5% nas despesas não decorrentes de juros em relação ao ano anterior, abaixo da inflação acumulada (4,3% - IPCA) e do acordo coletivo de trabalho no período", destaca o Itaú, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.

O rival Bradesco seguiu a mesma direção, com o adendo de que não conseguiu cumprir sua meta do lado das despesas, que cresceram 7,2% no ano passado, acima do guidance que ia de 0% a 4%. Com uma rede de 4,478 mil agências, o banco enxugou sua rede em mais de 100 pontos no ano passado, sendo que a maioria fechou as portas no último trimestre.

Na outra ponta, o Santander Brasil abriu 45 agências no ano passado.

A meta do Bradesco para 2020 é fechar outras 300 agências. Para compensar o estouro do guidance de custos no ano passado, o banco estabeleceu orçamento base zero de gastos para 2020, com áreas como tecnologia de informação, marketing e patrimônio tendo de gastar menos que no ano passado. "Temos um compromisso, um propósito muito forte de controle de custos próximos anos", disse o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, em conversa com a imprensa, na semana passada.

Do lado do número de colaboradores, todos os grandes bancos privados enxugaram seus times. O Itaú desligou 5.454 pessoas no ano passado, fazendo com que seu quadro caísse de mais de 100 mil funcionários para menos de 95 mil como reflexo de um novo programa de PDV.

O concorrente Bradesco reduziu sua equipe em 1,276 mil pessoas também com um processo de demissão voluntária, que fez o quadro baixar para 97,329 pessoas. O Santander, embora não tenha anunciado uma iniciativa de PDV, enxugou seu quadro em silêncio. Foram apenas 193 funcionários no ano, mas no trimestre o corte chegou a 1.663 colaboradores.

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