O CEO, Didier Lombard, está com a corda no pescoço. Após o 23° suicídio desde fevereiro de 2008 na France Telecom, o Ministro do Trabalho, Xavier Darcos, convocou uma reunião urgente com o CEO do grupo, Didier Lombard, para o início desta semana. Na agenda: os novos casos de suicídio ocorridos na France Telecom.

Na sexta-feira passada ocorreu mais um suicídio, no local de trabalho da vítima. Uma jovem de trinta e dois anos, Stephanie, morreu após se jogar pela janela de seu escritório situado em um prédio do grupo no 17 º “arrondissement”, em Paris. Ela era encarregada pelo serviço de atendimento ao cliente da “Orange” (empresa de telefonia celular da France Telecom). De acordo com o sindicato ela " tinha sido vítima de um processo de reestruturação que resultou na necessidade de uma mudança geográfica de seu posto de trabalho”.

Com mais este caso, eleva-se a vinte e três o número de suicídios na France Telecom. O 21° caso ocorreu 11 de agosto, quando um jovem engenheiro de 28 anos, Nicolas, que trabalhava na manutenção da rede da Orange em Besançon, cometeu suicídio. Sua função havia sido eliminada e a France Telecom ofereceu-lhe uma posição em um call center. Quarta-feira passada, um técnico de Troyes tinha enterrado uma faca no abdômen durante uma reunião, quando foi informado da eliminação de seu cargo e de sua consequente demissão.

O governo e os parceiros sociais esperam que o CEO estruture um programa de ação para evitar os perigos psicossociais oriundos do processo de reestruturação porque passa a empresa.

Professor do IBMEC-SP, FIA e BSP, Gilberto Guimarães é diretor geral da multinacional francesa Groupe BPI no Brasil, empresa que atua na área de consultoria, RH e reorientação profissional. É também autor dos livros ''Esta Desabalada Carreira'' (GC Engenharia) e ''Tempos de grandes mudanças'' (Senac São Paulo).