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CCR fecha acordo de leniência que revela caixa 2 a Alckmin e Serra

Essa primeira etapa da investigação trata especificamente de caixa 2 eleitoral

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Serra e Alckmin: os políticos foram citados pelo CCR (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)

Serra e Alckmin: os políticos foram citados pelo CCR (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de novembro de 2018 às, 12h48.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2019 às, 16h25.

São Paulo - O Grupo CCR e o Ministério Público de São Paulo fecharam acordo de leniência no qual é revelado caixa 2 de pelo menos R$ 30 milhões para campanhas eleitorais de ex-governadores e deputados de São Paulo.

Pelo menos 15 políticos são citados no termo, denominado Auto Composição para Ato de Improbidade, entre eles, os ex-governadores tucanos Geraldo Alckmin e José Serra e o deputado Campos Machado (PTB).

A concessionária se dispõe a pagar multa de R$ 81 milhões — parte desse valor, R$ 17 milhões, será destinada, na forma de doação, à Biblioteca da Faculdade de Direito da USP, nas Arcadas do Largo São Francisco, no centro da capital paulista.

A CCR, uma das maiores empresas de concessão de infraestrutura da América Latina, admite que repassou valores "por fora" aos políticos do PSDB, PT, MDB, PTB e outras agremiações.

Foi uma longa negociação. À mesa, cinco ex-executivos da CCR e um grupo de promotores de Justiça que atuam na Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, braço do Ministério Público paulista que combate corrupção.

Os advogados Celso Vilardi e Sebastião Tojal representaram a CCR na elaboração dos termos do acordo.

Essa primeira etapa da investigação trata especificamente de caixa 2 eleitoral. A etapa inicial da colaboração indica o "modus operandi" do esquema - os repasses eram efetuados por meio de doleiros ou via subcontratados na forma de "consultorias".

O próximo passo da investigação deverá abranger a área criminal — corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa.

Um investigador destacou que a origem do acordo são duas recentes ações da Lava Jato no Paraná que pegaram concessionárias de rodovias envolvidas em esquema milionários de propinas.

A delação do operador Adir Assad foi o ponto de partida da investigação. Outro investigador anotou que a partir da Auto Composição, os ex-executivos da CCR vão fazer novos depoimentos e entregar mais provas.

Os executivos terão um prazo, a partir da assinatura do pacto, para entregar todas as provas de que dispõem. Até aqui eles já repassaram documentos que indicam a prática do caixa 2 - doações sem registro na Justiça Eleitoral.

Sobre os políticos citados, um investigador que participou das negociações disse. "Vai de A a Z. Tudo que tiver de eleição nesse período está no acordo, até eleição de síndico de prédio tem lá."

Entre os beneficiários de recursos ilícitos de campanha há parlamentares com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF).

O caixa 2 não teria provocado impacto direto ou indireto nas tarifas de pedágio, segundo apuração preliminar. E também não teria dado prejuízo aos cofres públicos.

Neste caso, os recursos destinados a deputados e ex-governadores para suas campanhas teriam saído do lucro da CCR, disse um investigador. "A questão aí é com os acionistas."

A Procuradoria-Geral do Estado não deverá participar da assinatura do acordo que terá de ser submetido ao crivo da Justiça, como todos os outros desse gênero.

Defesas

A reportagem está tentando contato com os ex-governadores paulistas e com o deputado Campos Machado. Da mesma forma, tenta falar com representantes da CCR. O espaço está aberto para as manifestações.

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