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Cambridge Analytica irá fechar depois de escândalo com Facebook

Os funcionários já foram instruídos a desligarem seus computadores, diz a publicação, por conta do escândalo envolvendo o Facebook

Cambridge Analytica: a empresa teria obtido e usado indevidamente dados de 87 milhões de usuários do Facebook (Luke MacGregor/Bloomberg)

Cambridge Analytica: a empresa teria obtido e usado indevidamente dados de 87 milhões de usuários do Facebook (Luke MacGregor/Bloomberg)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 2 de maio de 2018 às 16h04.

Última atualização em 2 de maio de 2018 às 16h58.

São Paulo - A Cambridge Analytica irá fechar, depois do escândalo envolvendo a companhia, o Facebook e o vazamento de dados de milhões de usuários. A empresa de dados e marketing político, que trabalhou para a campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria obtido e usado indevidamente dados de 87 milhões de usuários da rede social.

Os funcionários já foram instruídos a desligarem seus computadores e, em março, a companhia já havia suspendido seu presidente, Alexander Nix.

A empresa decidiu fechar as portas porque perdeu praticamente todos seus clientes e enfrenta pesados processos legais e investigações por conta do uso indevido dos dados dos usuários.

A empresa afirmou que iniciou um processo de insolvência no Reino Unido e que está cessando imediatamente todas as suas operações a partir de hoje, 2. A empresa afirmou que todos os atos dos funcionários da empresa eram legais e éticos. Porém, de acordo com comunicado, "o cerco da cobertura midiária afastou virtualmente todos os clientes e fornecedores da companhia".

A companhia disse que, nos últimos meses, "tem sido objeto de numerosas acusações infundadas e, apesar dos esforços da empresa para corrigir os registros, tem sido difamada por atividades que não são apenas legais, mas também amplamente aceitas como um componente padrão da publicidade on-line".

Entenda o caso

A companhia é o centro de um escândalo envolvendo o Facebook e a manipulação de dados nas eleições dos Estados Unidos em 2016. Ela obteve e vendeu dados dos usuários da rede social a partir de um aplicativo chamado “thisisyourdigitallife”. O app tinha acesso a diversas informações por conta de uma brecha no Facebook, que foi corrigida apenas em 2014.

O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, precisou dar explicações ao Congresso americano por conta do caso. Hoje, em conferência interna para seus desenvolvedores, Zuckerberg demonstrou otimismo com o futuro da empresa e disse que a rede social precisa construir ferramentas que mudem o mundo para melhor. “Nós tivemos que ter uma visão mais ampla da nossa responsabilidade”.

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