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BRF deve manter Abilio Diniz na presidência do conselho

Sócios montaram chapa encabeçada pelo atual presidente do conselho, que deve ser referendada em abril

BRF: minoritários ainda podem lançar um candidato para concorrer com a gestão atual (Victor Moriyama/Bloomberg)

BRF: minoritários ainda podem lançar um candidato para concorrer com a gestão atual (Victor Moriyama/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de março de 2017 às 09h07.

O conselho de administração da BRF resolveu renovar o mandato de Abilio Diniz na empresa. Na sexta-feira, os principais sócios da companhia de alimentos montaram uma chapa que mantém o nome do empresário para mais um período na presidência do conselho.

Essa chapa deverá ser referendada pelos acionistas em assembleia geral convocada para 26 de abril, mas há a possibilidade de os minoritários também lançarem seu candidato.

Apoiam a manutenção de Abilio no cargo o fundo Tarpon, maior acionista individual da empresa, que sempre esteve alinhado com a Península, gestora de Abilio, os fundos de pensão Petros (Petrobrás) e Previ (Banco do Brasil) e as famílias Furlan e Fontana, fundadoras da Sadia.

A BRF atravessa um momento conturbado. No ano passado, a empresa registrou um prejuízo de R$ 372 milhões, o primeiro de sua história - a companhia foi criada em 2009, com a fusão da Perdigão e da Sadia.

Por conta disso, a gestão que assumiu a gigante de alimentos em 2013 - com Abilio no conselho e de Pedro Faria, egresso da Tarpon, na presidência executiva - começou a ser colocada em xeque.

Segundo fonte próxima à companhia, o alinhamento dos interesses dos blocos controladores teve início justamente com a atuação de Abilio após o anúncio do prejuízo histórico.

No dia 24 de fevereiro, quando divulgou o balanço da empresa, o empresário anunciou a criação de um comitê de crise para rediscutir semanalmente novos rumos para a empresa.

"Abilio tem conduzido as reuniões e nunca despendeu tanto tempo à companhia", diz a fonte.

A deflagração pela Polícia Federal da Operação Carne Fraca, que investiga corrupção envolvendo frigoríficos e fiscais federais e afetou as exportações de carne, foi outra motivação para reforçar o apoio a Abilio.

A união dos sócios teria sido um imperativo para a reação da companhia aos estragos feitos pela operação.

Desde o anúncio do prejuízo, a BRF tem afirmado que não pretende mudar o comando da companhia. O conselho de administração, porém, será bastante modificado. Pela chapa apresentada agora, além de Abilio Diniz, ficam apenas Luiz Fernando Furlan e Walter Fontana Filho, ex-herdeiros da Sadia, e José Carlos Reis de Magalhães Neto, fundador da Tarpon. Seis novos integrantes devem entrar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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