Negócios

BR Distribuidora: safra de cana não reverteu migração

José Lima de Andrade Neto, presidente da empresa, destacou que a safra deste ano teve uma redução na produção, o que acabou fazendo com que os preços estejam ainda 30% superiores

BR Distribuidora

BR Distribuidora

DR

Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2011 às 17h23.

Rio de Janeiro - O presidente da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, disse hoje que a safra da cana de açúcar foi insuficiente para reverter o fluxo de consumo que havia migrado do etanol para a gasolina durante a entressafra, quando a falta do combustível fez seu preço bater recorde histórico. Segundo ele, o consumo em julho de 2010 se dividia em 63% para a gasolina e 37% para o etanol, chegou a 88% para a gasolina em abril e voltou para 75% em julho de 2011.

"Temos um mercado aquecido que já vem demandando mais combustíveis este ano e a gasolina acaba sofrendo mais pressão por conta desta falta de etanol", comentou Lima, destacando que a safra deste ano teve uma redução na produção, o que acabou fazendo com que os preços estejam ainda 30% superiores ao do mesmo período no ano passado.

Segundo Lima, o consumo de gasolina verificado pela BR Distirbuidora no primeiro semestre foi 17% superior ao mesmo período em 2010. Em julho, este crescimento foi ainda maior por conta das férias escolares. A tendência, acredita, é de que estes níveis continuem altos por mais um período. "É preciso lembrar que qualquer medida para aumentar a produção de etanol no país passa pela necessidade de plantar mais cana e isso é uma solução que demanda pelo menos mais dois ou três anos", disse.

O presidente da BR ainda destacou que, relativamente, o preço da gasolina está mais barato do que o álcool na fonte. Ele lembrou que o litro do etanol tem saído em média a R$ 1,30 das usinas, enquanto o litro da gasolina sai por R$ 1,05 da refinaria. "Ao valor da gasolina é acrescido o da mistura de anidro, além de impostos. E a tributação no Brasil para os combustíveis é alta, se assemelha mais à da Europa, onde os tributos chegam a 100% do valor do combustível, do que dos Estados Unidos, onde estes tributos são até baixos", comentou, lembrando que o etanol tem subsídios e uma menor carga tributária.

"Se fôssemos falar apenas em equivalência energética, o etanol deveria custar 75% do preço da gasolina na fonte". Com este argumento ele rebateu críticas de consumidores que dizem que a gasolina aqui no País acaba sendo mais cara dos que nos Estados Unidos. "Na verdade o chororô da Petrobras é exatamente o contrário: o de que estamos vendendo gasolina aqui mais barato do que no mercado internacional", disse.

Reversão

Ainda segundo Lima, está havendo uma reversão da curva de consumo de GNV que estava em queda de 5% a 10% anualmente nos últimos quatro a cinco anos. "Não dá ainda para dizer que o consumo está aumentando. Mas está caindo num ritmo mais lento do que nos anos anteriores e já começamos a ver o aumento no número de conversões de veículos que havia sido suspenso ultimamente", disse.

Para ele, as incertezas geradas com relação à garantia de abastecimento num passado recente, além da necessidade de fazer investimentos no veículo para usá-lo com GNV é que contribuíram para afastar o consumidor do produto. "Com a elevação do preço do álcool, a concorrência acabou ficando mais vantajosa e o consumidor está novamente voltando sua atenção para o GNV.

Acompanhe tudo sobre:AtacadoBiocombustíveisCombustíveisComércioCommoditiesEmpresasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergiaEstatais brasileirasEtanolGasolinaVibra Energia

Mais de Negócios

Chinelo mordido? Nunca mais. Essa startup usa IA para adestrar os pets que causam muita confusão

A saída do último Benetton: O que esperar de uma empresa familiar quando o fundador deixa o negócio?

Defensoria gaúcha pede indenização de R$ 50 milhões à Cobasi após morte de animais em loja inundada

Com nova planta, Raízen assume protagonismo na produção de Etanol de Segunda Geração

Mais na Exame