Bolsonaro procura Petrobras para falar sobre impacto de ataque dos EUA
Na saída do Palácio da Alvorada, o presidente admitiu que a ação vai impactar o petróleo, o que pode repercutir no Brasil
Reuters
Publicado em 3 de janeiro de 2020 às 11h05.
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 03, que tentou falar com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre riscos de uma possível alta de combustíveis no país devido ao ataque dos Estados Unidos que matou o general Qassim Suleimani , comandante da força de elite iraniana Quds.
Na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro admitiu que a ação dos EUA vai impactar o preço do petróleo no mercado internacional, o que pode repercutir no Brasil.
"Que vai afetar, vai. Agora vamos ver o nosso limite aqui", disse ele a jornalistas.
Os contratos futuros do petróleo subiam quase 4% nesta manhã de sexta-feira, depois que um ataque aéreo dos Estados Unidos em Bagdá matou o chefe da força de elite Quds, do Irã.
O presidente disse que o governo não pode intervir no preço do combustível e destacou que, quando foi feito no passado uma política de tabelamento, não deu certo.
Anteriormente, a Petrobras acumulou prejuízos ao não repassar para o mercado interno a alta das cotações externas.
Bolsonaro também voltou a defender a quebra do que chamou de "monopólio" no setor de combustíveis, além de mudanças na cobrança do ICMS como forma de baratear o preço dos derivados de petróleo.
"A questão do combustível, temos que quebrar o monopólio. A distribuição é a coisa que mais pesa no combustível", afirmou.
A Petrobras, que detém um monopólio no refino de combustíveis no Brasil, está vendendo aproximadamente metade de sua capacidade, como forma de concentrar seus investimentos no pré-sal e reduzir a dívida.
Já o setor de distribuição de combustíveis é dominado por algumas grandes empresas, mas o segmento de revenda (postos) é bastante pulverizado no país.
O presidente disse também que vai conversar com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, sobre a operação dos Estados Unidos no Iraque que matou Suleimani para então opinar sobre o assunto.