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BHP faz oferta de US$ 38,6 bi por Potash

Maior fabricante de fertilizantes do mundo recusou a ação, que julgou ser `totalmente inadequada´

Além da BHP, outras companhias do setor de mineração, como Vale e Rio Tinto, demonstraram interesse no mercado de fertilizantes (Foto/AFP)

Além da BHP, outras companhias do setor de mineração, como Vale e Rio Tinto, demonstraram interesse no mercado de fertilizantes (Foto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2011 às 14h16.

Toronto - A BHP Billiton lançou uma oferta hostil de 38,6 bilhões de dólares pela Potash Corp, uma proposta que a maior companhia de fertilizantes do mundo prontamente rejeitou nesta terça-feira, alegando ser "totalmente inadequada".

A oferta reflete o desejo da gigante anglo-australiana de mineração em crescer na ressurgente indústria global de fertilizantes, após um colapso da demanda durante a desaceleração econômica mundial.

A demanda já firme por nutrientes para safras deve aumentar na medida em que a população mundial cresce. O setor emergiu com recentes aquisições, com consolidação na América do Norte, Rússia e Brasil.

"A oferta não é inesperada dada a especulação sobre interesse na indústria de fertilizantes por parte da BHP, Vale e Rio Tinto", disse o analista Mark Gulley, da Soleil Securities, referindo-se às três maiores mineradoras do mundo.

A oferta da BHP pela Potash Corp é a maior do setor. A capacidade da Potash Corp, concentrada na província canadense de Saskatchewan, é a maior do mundo.

Investidores sinalizaram que a oferta pode aumentar. As ações da Potash Corp saltaram 26 por cento na abertura do mercado para 142,10 dólares na bolsa de Nova York, bem acima dos 130 dólares por ação estipulados na oferta. Os papéis da companhia no mercado de Toronto subiram 25 por cento, para 146,80 dólares canadenses.

"A oferta inicial é muito baixa para assumir o controle de um líder global... E consideramos a rejeição do conselho como apropriada", disse Gulley, o qual acredita que a Potash Corp pode atrair ofertas das concorrentes Vale e Rio Tinto.


Em junho, a BHP Billiton disse considerar o negócio de potássio como um ajuste ideal ao seu portfólio de produtos de commodities e tem focado no desenvolvimento de projetos envolvendo a matéria-prima no Canadá.

Na Europa, a indústria de potássio da Rússia está em fase de consolidação para a formação de um player nacional que pode competir como segundo maior produtor do mundo, atrás apenas da Potash Corp.

No Brasil, a Vale concluiu em maio deste ano a compra do controle da Fosfertil, após adquirir fatias que pertenciam à Bunge, Yara, Heringer e Fertipar. Num lance simultâneo, a mineradora comprou ainda ativos da Bunge Fertilizantes. Os investimentos totais somaram 4,7 bilhões de dólares.

E recentemente o presidente da Vale, Roger Agnelli, afirmou que iria propor a criação da Vale Fertilizantes, uma empresa que teria ações listadas em bolsa.

Oferta da BHP

A BHP ofereceu 130 dólares por ação da Potash em dinheiro. Esse valor gera um prêmio de 16 por cento em relação ao fechamento de segunda-feira, quando os papéis encerraram a 112,15 dólares em Nova York.

A oferta da BHP supera a máxima de 52 semanas das ações da Potash Corp de 128,42 dólares, mas está bem abaixo do maior patamar da história da companhia, de 240 dólares por ação registrado em meados de 2008.

Em um comunicado, a Potash Corp afirmou que a proposta da BHP deprecia substancialmente o valor da companhia.

"Eu não estou dizendo que nos opomos à venda, mas estou falando que somos contra um roubo", disse o diretor-executivo da Potash Corp, Bill Doyle.

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