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Banco Inter se prepara para entrar na guerra das maquininhas

A expectativa é iniciar o serviço de adquirência no fim do ano ou no início de 2020

Fundo de investimento Softbank vai ter assento no conselho de administração do banco Inter, depois da compra de 8% do capital da instituição (Banco Inter/Divulgação)
NF

Natália Flach

Publicado em 13 de agosto de 2019 às 11h20.

Última atualização em 26 de agosto de 2019 às 17h33.

São Paulo - O banco Inter é o mais novo combatente na guerra das maquininhas. A diferença é que a arma da instituição mineira não será o aparelho de POS e, sim, o próprio celular dos micro e pequenos empreendedores. “A ideia é lançar esse serviço de adquirência entre o fim deste ano e início de 2020”, afirma João Vítor Menin, presidente do banco Inter, em teleconferência com analistas na manhã desta terça-feira (13). O Inter está estudando se vale mais a pena buscar o aval da Banco Central para atuar como crendenciadora de cartões ou se será mais rápido fazer uma parceria com uma instituição que já tenha a licença.

De qualquer forma, vai funcionar assim: depois que o empreendedor baixar o aplicativo do banco, terá de colocar os dados da compra (como o valor e se a transação vai ser no débito ou no crédito). Em seguida, bastará posicionar o cartão do cliente - desde que tenha NFC embarcado - em frente à câmera, e a operação já será transacionada.

Essa é a mais nova frente do Inter, que agora está de olho nas pessoas jurídicas. “Focamos muito na pessoa física para ganhar fatia de mercado, com a plataforma de investimento PAI, com a plataforma de seguros e com o super aplicativo. Há cerca de seis meses, passamos a nos dedicar também a pequenos comerciantes. Isso vai trazer mais correntistas e uma monetização importante. Se o correntista tinha vida dura, acho que o pequeno empreendedor tem uma vida mais dura ainda.”

Atualmente, o banco conquista mais de 10.000 correntistas por dia útil - no segundo trimestre, o Inter registrou 2,5 milhões de clientes. “Colocamos de pé um processo mais eficiente de banco de varejo”, define Menin. Tanto é que o fundo de investimentos japonês Softbank viu no Inter uma boa oportunidade. Por isso, adquiriu o equivalente a 8% do capital do banco por 760 milhões de reais.  “Convidamos o Softbank para ter assento no conselho, porque queremos ter integração não só no nível executivo, mas também no conselho. Do nosso lado, queremos usufruir desse smart money (dinheiro mais conhecimento), enquanto eles querem que o banco seja uma peça importante  para outras empresas do ecossistema. Acho que teremos muita coisa para colher daqui para frente”, acrescenta.

A entrada do Softbank se deu durante uma oferta subsequente de ações (chamada de follow-on) que alcançou 1,3 bilhão de reais. Com essa operação, o Inter passou a ter quase 90.000 investidores. “Concluímos a oferta com muito sucesso e apresentamos o maior lucro trimestral da história do banco, com 33 milhões de reais.”

No terceiro trimestre, o banco deve fazer uma segunda rodada de conversão de duas ações ordinárias e uma preferencial em unit. “Vamos ter mais uma janela de conversão de units no mesmo modelo da primeira para concentrar liquidez no BID11. Com isso, podemos passar a compor o principal índice Bovespa (Ibovespa)”, diz Helena Caldeira, superintendente de relações com investidores do Inter.

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