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Avianca Brasil atrai passageiros não cobrando por refeições

Contra a maré das companhias aéreas, a empresa também oferece entretenimento e lugares mais espaçosos gratuitamente


	Avião da Avianca: a comida gratuita e outros confortos opõem-se à prática da indústria de vender benefícios na classe econômica para gerar receita
 (Diego Giudice/Bloomberg News)

Avião da Avianca: a comida gratuita e outros confortos opõem-se à prática da indústria de vender benefícios na classe econômica para gerar receita (Diego Giudice/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2013 às 14h01.

São Paulo - A comida grátis das companhias aéreas, uma vítima de cortes de custos por anos, está fazendo um retorno na Avianca Brasil, que corteja passageiros não cobrando por refeições, entretenimento e lugares mais espaçosos.

Focar-se no serviço nas cabines somente de classe econômica da Avianca Brasil atrai os que viajam a negócios e ajuda a companhia a vender mais assentos por jato do que seus rivais domésticos, disse o presidente José Efromovich.

A demanda é tão forte que o nível de 82 por cento de ocupação de assentos deste ano pode ser sustentado mesmo com o incremento de 30 por cento no número de assentos que trarão novos aviões de maior tamanho em 2014, disse Efromovich.

“A única forma em que poderíamos fazê-lo é oferecendo algo diferente”, disse Efromovich, de 58 anos, em uma entrevista no escritório da Bloomberg em São Paulo, em 20 de novembro. “Trouxemos a comida de volta para os aviões no Brasil. Os viajantes brasileiros já tinham perdido o costume, então estamos oferecendo um produto diferente”.

A comida gratuita e outros confortos opõem-se à prática da indústria de vender benefícios na classe econômica para gerar receita. A expansão da Avianca Brasil também se contrapõe aos ajustes na Gol Linhas Aéreas Inteligentes SA e na Tam, do Latam Airlines Group SA, as maiores companhias aéreas do País, depois que a demanda de viagens caiu após uma expansão das frotas na última década.

Efromovich disse que o Ebitda da companhia em 2013 será positivo pela primeira vez desde que a recuperação começou em 2008 sob a propriedade do Synergy Group Corp., a empresa dirigida por seu irmão, o investidor brasileiro Germán Efromovich. Ele não deu detalhes além de dizer que com base nisso, as margens seriam menores a 5 por cento.


Participação no mercado

A Avianca Brasil chegou à quarta posição no mercado doméstico segundo o tráfego, com 7,1 por cento neste ano até setembro, conforme a Anac, a agência reguladora da aviação no Brasil. Isso a deixa atrás de 40 por cento da TAM, 35 por cento da Gol e 17 por cento da Azul Linhas Aéreas Brasileiras SA e sua unidade Trip.

As refeições gratuitas para os que voam na classe econômica começaram a desaparecer junto com outros benefícios nas últimas duas décadas porque as companhias aéreas procuraram reduzir custos e aumentar a receita.

“À medida que as maiores e mais bem-sucedidas linhas aéreas eliminaram cada vez mais conforto para o passageiro, criou-se uma lacuna que companhias menores e mais inovadoras estão começando a preencher”, disse por e-mail Alan Bender, professor de aeronáutica na Universidade Aeronáutica Embry-Riddle em Daytona Beach, Florida. “Algumas das melhores companhias aéreas do mundo estão fazendo exatamente o mesmo que a Avianca Brasil”.

Os 12 Airbus SAS A320 que serão entregues à Avianca Brasil no ano que vem substituirão um número igual de jatos Fokker 100, mantendo a frota da linha aérea em 34 aviões, disse Efromovich. A capacidade de transporte aumentará porque os A320 têm assentos para 162 passageiros frente a cem nos Fokkers, de duas décadas de antiguidade.

“Não é imprudente”

“Não é um crescimento imprudente”, disse o diretor financeiro da Avianca, Frederico Pedreira. A companhia não está enchendo o mercado de aviões “como um recém-chegado maluco”.

Os rendimentos, ou a taxa média por quilômetro, são maiores do que os dos maiores concorrentes da companhia, disse Pedreira, que não quis dar mais detalhes.

A nova capacidade da Avianca Brasil será bem-vinda, disse Pedreira. Efromovich disse que os aviões lotados obrigam alguns passageiros a escolherem outras companhias.

“Temos mais clientes que gostariam de voar conosco”, disse Efromovich. Os voos “estão sempre cheios”.

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