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Audi pagará multa de € 800 milhões por manipulação de motores a diesel

Até agora, o chamado "dieselgate" custou ao grupo mais de € 27 bilhões em recalls e processos judiciais

Audi: Justiça alemã suspeita que os engenheiros da montadora contribuíram para o desenvolvimento de software fraudulento (Pxhere/Reprodução)
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AFP

Publicado em 16 de outubro de 2018 às 14h30.

A montadora Audi , filial do grupo alemão Volkswagen , pagará uma multa de 800 milhões de euros pelo caso dos motores a diesel manipulados, anunciou a empresa, que já tem vários processos judiciais em curso.

"A Audi aceitou a multa", afirma a companhia em comunicado. Desde 2015 esse caso, que afeta várias fabricantes alemãs, está provocando o declínio dos carros a diesel.

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Até agora, o chamado "dieselgate" custou ao grupo mais de 27 bilhões de euros em recalls e processos judiciais.

O valor inclui uma multa de mais de 1 bilhão de euros anunciada em junho pelo Ministério Público de Brunswick e que já foi contabilizada no resultado do segundo trimestre.

A Procuradoria de Munique indicou que "ficaram evidenciadas violações na supervisão" dentro da empresa "a respeito da homologação de carros a diesel, que não respeitam a regulamentação".

Vários promotores alemães abriram investigações por fraude, manipulação de cotações de ações e propaganda enganosa, entre outros, contra funcionários da Volkswagen, mas também de marcas como Audi e Porsche, bem como Daimler, fabricante de equipamentos Bosch e Opel, subsidiária da PSA francesa (Peugeot-Citroen).

A Justiça alemã suspeita que os engenheiros da Audi contribuíram para o desenvolvimento de software fraudulento.

Em junho, o tribunal alemão colocou o diretor da Audi, Rupert Stadler, em prisão preventiva, o primeiro encarceramento de um alto funcionário durante a investigação.

"A multa (desta terça-feira) não tem impacto nas investigações da Procuradoria de Munique, direcionada a pessoas no âmbito do caso diesel", informou um comunicado da Promotoria.

O ex-CEO da Volkswagen, Martin Winterkorn, também está sendo investigado, assim como seu sucessor, Matthias Müller, o atual diretor do grupo, Herbert Diess, e o presidente do conselho supervisor, Hans Dieter Pötsch.

Nos Estados Unidos, onde a Volkswagen se declarou culpada de obstrução da justiça, oito ex-diretores da Volkswagen, incluindo Winterkorn, e um executivo da Audi foram indiciados. Entre essas nove pessoas, dois engenheiros já foram condenados.

A multa da Audi põe fim a duas das três ações em andamento que pedem multas. Mas outro contra a Porsche ainda está aberto. Além disso, a Volkswagen enfrenta um grande julgamento conduzido por seus acionistas que pedem 9 bilhões de euros em indenização.

Os acionistas acreditam que o grupo deveria ter informado previamente os mercados financeiros da manipulação e, assim, evitar perdas significativas para os investidores.

Em maio, o governo alemão também abriu novos processos coletivos de clientes e um grupo de associações de consumidores já anunciou uma queixa em grupo em novembro.

No entanto, no segundo trimestre, o lucro líquido da Volkswagen aumentou 6,8% ao ano, a 3,31 bilhões de euros, graças ao aumento do volume de negócios e apesar do custo do "dieselgate".

Em 2017, com 11,35 bilhões de euros, o lucro líquido dobrou em comparação com os 5,4 bilhões de euros de 2016.

HISTÓRICO

 

O caso dos motores a diesel manipulados foi revelado em setembro de 2015, quando a Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA) dos Estados Unidos denunciou a Volkswagen.

A EPA acusou a montadora de ter instalado em 11 milhões de veículos a diesel - 600 mil deles vendidos nos Estados Unidos - um software que manipulava os resultados dos testes de poluição e ocultava as emissões reais, até 40 vezes superiores às permitidas.

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