As receitas da Havanna: rede investirá R$ 15 milhões para entrar no varejo e avançar no digital
Com faturamento de R$ 320 milhões em 2023, a multinacional de produtos argentinos quer acelerar expansão no país
Repórter de Negócios
Publicado em 3 de janeiro de 2024 às 07h59.
A rede de produtos Havanna terminou o ano com um crescimento em torno de 15% e faturamento de R$ 320 milhões. Famosa por transportar o sabor do doce de leite argentino em formas diversas, como alfajores, cafés e panettones, a operação brasileira da companhia espera muito mais de 2024.
A expectativa de crescer em 40% vem embalada por novas receitas - e sabores.A exemplo de outras empresas como Sodiê e Vivenda do Camarão, a rede de franquias de cafeterias está investindo no mercado supermercadista, incluindo varejistas e atacadistas.
A iniciativa começou há quatro meses e acumulou um faturamento de mais de R$ 8 milhões no período. “Fizemos esse resultado sem nenhum tipo de grande esforço”, afirma Alessandro Santoro, diretor comercial e de franquias da Havanna.
Com passagens por empresas como Habib's, Ragazzo, Hooters Brasil e Santander, Santoro chegou na empresa recentemente, no processo de reestruturação do negócio.
No mesmo período, a companhia contratou Cristiane Camargo, na posição de gerente nacional de vendas de atacado e varejo. Com 20 anos de experiência, a executiva passou por Frooty, Paramount Home Entertainment, Carrefour e Pontofrio.
Como será feito o processo de expansão
É dela agora a missão de espalhar os produtos da marca por todo o país, principalmente em mercado como Sudeste, Sul e Nordeste. Neste primeiro ‘teste piloto’, os produtos chegaram a supermercadistas como o Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour.
Para 2024, a marca quer garantir a presença em mais de 5.000 pontos de venda de portes diferentes, a partir da criação de uma estrutura comercial com 25 representantes e 40 distribuidores pelo país.
“Eu acho que em breve nós vamos ver o “H” amarelo em vários supermercados pelo Brasil”, diz Santoro. Para os supermercadistas, a rede deve investir em trazer opções difererentes em sabores e ofertas, para evitar uma competição com os próprios franqueados.
Nas contas da Havanna, o movimento irá incrementar o faturamento da companhia em R$ 45 milhões neste primeiro ano. Além disso, tem o poder de ampliar o reconhecimento da marca para outros mercados e contribuir para a abertura de novas franquias.
A estratégia para tirar os números das planilhas e transformá-los em realidade passa por investimentos de R$ 15 milhões em 2024. Os valores não são exclusivos para a nova frente. Incluem recursos para fortalecer o reconhecimento de marca e e-commerce, canal que representa 10% do faturamento e vai receber maior atenção, além de área de licenciamento de produtos, responsável por trazer outros 15% de receita.
Quais as outras frentes que a Havanna pretende explorar
A abertura desta nova fronteira deve representar um terço da expansão estimada para o ano. O caminho tradicional, com a conquista de novos franqueados para a rede, é tido como o principal motor.
Em 2023, a rede terminou com 220 unidades, 55 delas com operação ao longo do ano. Nos próximos 12 meses, a estimativa é de que mais 60 sejam abertas.
“Havia um represamento no mercado e acho que a Havana conseguiu ir de encontro a esse processo. Esse crescimento de 2023 e para 2024, consolidado, tende a ser bem interessante”, afirma o executivo.
No modelo de negócio da Havanna, os valores das franquias podem variar de R$ 180.000 a R$ 600.000, a depender do formato, tamanho e local da loja. A rede conta com duas opções e planeja lançar uma terceira no primeiro trimestre.
O executivo não abre detalhes da operação, mas o formato deve ser uma resposta ao desafio que grandes redes de alimentos dependentes de unidades em shoppings centers, caso da Havanna, sentiram quando a pandemia estourou em 2020. Com os espaços fechados, elas perderam parte considerável da receita. Agora, miram a diversificação.
A estratégia procurar alimentar outra ambição da Havanna brasileira, uma meta anunciada há alguns anos de bater 500 unidades em 2025. O número tem com o potencial de tornar a unidade brasileira a principal da Havanna no mundo.
A operação por aqui começou em 2006, trazida pelo empresário Marcos Rothenberg, diretor-presidente do negócio, e ocupa a segunda colocação entre os 12 mercados onde a Havanna está presente. Está apenas da Argentina.Com o passar do tempo, o desafio está ficando cada vez mais apertado.