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Apple é seduzida por Arizona enquanto Obama busca empregos

Cidade de Mesa fez um grande esforço para atrair a companhia quando estava procurando um lugar para alojar uma fábrica

Apple: Mesa ofereceu isenções e construiu redes de energia, entre outras coisas, para atrair a empresa em uma região com uma taxa de desemprego alta (Anthony Wallace/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2014 às 17h40.

Mesa, Arizona - Arizona foi desprezado pela Apple em 2012 quando a fabricante do iPhone escolheu o Texas para construir um novo centro de operações. Scott Smith, o prefeito de Mesa, um subúrbio de Phoenix, estava determinado a evitar que a história se repetisse.

Então, no ano passado, quando a Apple estava procurando um lugar para alojar uma fábrica que produz vidros mais fortes para seus dispositivos, Mesa fez um grande esforço. A cidade, que foi assolada pela explosão da bolha imobiliária de 2007, ofereceu isenções impositivas, construiu redes de energia elétrica, acelerou a concessão de permissões de construção e fez com que o estado declarasse zona de comércio exterior uma instalação vazia de 120.000 metros quadrados que a Apple estava explorando. Com uma taxa de desemprego alta, o caso é um exemplo de quão longe as cidades estão dispostas a ir para atraírem a companhia mais valiosa do mundo.

“Toda vez que uma companhia como a Apple chegar a investir na sua área, especialmente com esse tipo de operação,será algo significativo”, disse Smith, que triunfou no final do ano passado, quando a Apple investiu US$ 114 milhões para comprar a fábrica. O prefeito celebrou colocando fruteiras com maçãs verdes e vermelhas na prefeitura.

Contudo, mesmo enquanto a Apple se prepara para abrir as instalações com 700 empregos de tempo completo neste mês, junto com outros 1.300 empregos temporários de construção, sua chegada não é panaceia nenhuma para a região em volta de Phoenix autodefinida como o “Deserto do Silício”. Segundo Smith, a área perdeu cerca de 300.000 empregos depois da explosão da bolha imobiliária de 2007, e somente cerca de metade destes foi recuperada.

A Jabil Circuit, uma companhia de produtos eletrônicos, fechará uma fábrica na cidade vizinha de Tempe, eliminando cerca de 1.400 empregos. A Motorola, outrora a maior empregadora de Mesa, começou a fechar suas fábricas há mais de uma década. As instalações adquiridas pela Apple estavam desenhadas para empregar 600 pessoas – e mais 4.000 se tiverem sucesso – antes que o anterior dono, a fabricante de painéis solares First Solar, saísse em 2012.

Estudo de caso

“A recuperação ocorre lentamente”, disse Smith, um republicano candidato a governador do Arizona, em uma entrevista.


A experiência de Mesa serve como um estudo de caso para o que poderia acontecer em cidades do país inteiro enquanto o presidente Barack Obama defende a industrialização como motor de crescimento econômico. Embora a economia dos EUA tenha criado 500.000 empregos de fábrica nos últimos quatro anos, perdeu 5,5 milhões de empregos desse tipo entre 1998 e 2013, segundo o Departamento de Trabalho.

Em setembro, quando a Apple começou a explorar a fábrica vazia em Mesa, os funcionários locais e estaduais não faziam ideia de que se tratava da fabricante do iPhone, pois o pedido veio de uma empresa anônima de produtos eletrônicos, disse Smith. A empresa bombardeou os departamentos de obras públicas e engenharia da cidade com perguntas: Quais os detalhes do fornecimento de energia elétrica? A comunidade do deserto possui suficiente água? Qual a capacidade da rede de esgoto?

Alguns adoçantes

Arizona deu à Apple adoçantes adicionais, uma prática comum, porém polêmica, dos governos locais e estaduais que tentam atrair novos empregadores. Um grupo público-privado do estado do Arizona chamado a Autoridade Comercial de Arizona deu à Apple um subsídio de US$ 10 milhões para construir melhorias e ajudar com o recrutamento de empregos. A Apple também obteve permissão do estado para designar zona de comércio exterior a área em volta da fábrica, o que lhe permite reduzir os impostos da propriedade em mais de 70 por cento.

Moradores como Barbara Young, uma mulher de 54 anos com três netos, estão aguardando com interesse a abertura da fábrica. Em agosto, após mais de uma década trabalhando na planta próxima da Jabil – mais recentemente como gerente –, ela perderá o emprego quando as instalações fecharem. Ela se candidatou para um emprego na fábrica da Apple e mesmo que tenha outras oportunidades potenciais, espera entrar na fabricante do iPhone.

“Eu só espero poder arrumar um emprego que eu adore tanto assim e não ser simplesmente um número”, disse Young. “Seria um sonho arrumar emprego lá”.

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Então, no ano passado, quando a Apple estava procurando um lugar para alojar uma fábrica que produz vidros mais fortes para seus dispositivos, Mesa fez um grande esforço. A cidade, que foi assolada pela explosão da bolha imobiliária de 2007, ofereceu isenções impositivas, construiu redes de energia elétrica, acelerou a concessão de permissões de construção e fez com que o estado declarasse zona de comércio exterior uma instalação vazia de 120.000 metros quadrados que a Apple estava explorando. Com uma taxa de desemprego alta, o caso é um exemplo de quão longe as cidades estão dispostas a ir para atraírem a companhia mais valiosa do mundo.

“Toda vez que uma companhia como a Apple chegar a investir na sua área, especialmente com esse tipo de operação,será algo significativo”, disse Smith, que triunfou no final do ano passado, quando a Apple investiu US$ 114 milhões para comprar a fábrica. O prefeito celebrou colocando fruteiras com maçãs verdes e vermelhas na prefeitura.

Contudo, mesmo enquanto a Apple se prepara para abrir as instalações com 700 empregos de tempo completo neste mês, junto com outros 1.300 empregos temporários de construção, sua chegada não é panaceia nenhuma para a região em volta de Phoenix autodefinida como o “Deserto do Silício”. Segundo Smith, a área perdeu cerca de 300.000 empregos depois da explosão da bolha imobiliária de 2007, e somente cerca de metade destes foi recuperada.

A Jabil Circuit, uma companhia de produtos eletrônicos, fechará uma fábrica na cidade vizinha de Tempe, eliminando cerca de 1.400 empregos. A Motorola, outrora a maior empregadora de Mesa, começou a fechar suas fábricas há mais de uma década. As instalações adquiridas pela Apple estavam desenhadas para empregar 600 pessoas – e mais 4.000 se tiverem sucesso – antes que o anterior dono, a fabricante de painéis solares First Solar, saísse em 2012.

Estudo de caso

“A recuperação ocorre lentamente”, disse Smith, um republicano candidato a governador do Arizona, em uma entrevista.


A experiência de Mesa serve como um estudo de caso para o que poderia acontecer em cidades do país inteiro enquanto o presidente Barack Obama defende a industrialização como motor de crescimento econômico. Embora a economia dos EUA tenha criado 500.000 empregos de fábrica nos últimos quatro anos, perdeu 5,5 milhões de empregos desse tipo entre 1998 e 2013, segundo o Departamento de Trabalho.

Em setembro, quando a Apple começou a explorar a fábrica vazia em Mesa, os funcionários locais e estaduais não faziam ideia de que se tratava da fabricante do iPhone, pois o pedido veio de uma empresa anônima de produtos eletrônicos, disse Smith. A empresa bombardeou os departamentos de obras públicas e engenharia da cidade com perguntas: Quais os detalhes do fornecimento de energia elétrica? A comunidade do deserto possui suficiente água? Qual a capacidade da rede de esgoto?

Alguns adoçantes

Arizona deu à Apple adoçantes adicionais, uma prática comum, porém polêmica, dos governos locais e estaduais que tentam atrair novos empregadores. Um grupo público-privado do estado do Arizona chamado a Autoridade Comercial de Arizona deu à Apple um subsídio de US$ 10 milhões para construir melhorias e ajudar com o recrutamento de empregos. A Apple também obteve permissão do estado para designar zona de comércio exterior a área em volta da fábrica, o que lhe permite reduzir os impostos da propriedade em mais de 70 por cento.

Moradores como Barbara Young, uma mulher de 54 anos com três netos, estão aguardando com interesse a abertura da fábrica. Em agosto, após mais de uma década trabalhando na planta próxima da Jabil – mais recentemente como gerente –, ela perderá o emprego quando as instalações fecharem. Ela se candidatou para um emprego na fábrica da Apple e mesmo que tenha outras oportunidades potenciais, espera entrar na fabricante do iPhone.

“Eu só espero poder arrumar um emprego que eu adore tanto assim e não ser simplesmente um número”, disse Young. “Seria um sonho arrumar emprego lá”.

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