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Sob governo interino, empresas captam US$ 9,6 bi no exterior

Com melhora da percepção do risco Brasil no exterior, investidores estrangeiros compraram US$ 9,6 bilhões em títulos de empresas brasileiras

Petrobras: empresa fez a maior captação externa do ano, vendendo US$ 6,75 bilhões a investidores estrangeiros (.)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2016 às 07h39.

São Paulo - As empresas brasileiras estão aproveitando a melhora da avaliação sobre o risco Brasil, após a mudança de governo, para captar recursos no exterior e refinanciar suas dívidas .

Os investidores estrangeiros compraram, em menos de um mês, US$ 9,6 bilhões em bônus de empresas como Petrobras , Marfrig, Vale , Eldorado e Cosan.

E a expectativa é de que mais companhias façam novas emissões nas próximas semanas.

A demanda por papéis de empresas brasileiras já conhecidas no mercado está muito superior à oferta, segundo o diretor-gerente do Bradesco Banco de Investimento (BBI), Leandro de Miranda, que esteve à frente das operações de Marfrig, Vale e Cosan.

O volume captado pelas companhias nos últimos dias já supera todo o volume do ano passado, de cerca de US$ 8 bilhões.

Miranda lembra, porém, que a oferta de títulos ainda é baixa: há alguns anos, o volume de emissões no primeiro semestre ficava entre US$ 25 bilhões a US$ 30 bilhões.

Diversos fatores têm influenciado nas captações. Além da melhora na parte política, com a mudança de governo e a expectativa de que as reformas econômicas sejam feitas, o Fed (o banco central americano) indicou nesta semana que não deve subir os juros.

Assim, os investidores continuam procurando juros mais atrativos.

Outro ponto é que muitos fundos de investimento estão com porcentuais históricos muito baixos de exposição ao Brasil, e com espaço para recompor seus portfólios.

Custo

Diante desse apetite por Brasil, os custos para as empresas têm caído, na esteira da queda do risco país, que era de 500 pontos básicos no início do ano e caiu agora para 300.

O economista Nathan Blanche, da Tendências Consultoria, lembra, porém, que o dinheiro que está fazendo com que o dólar caia, a Bolsa se valorize e as empresas captem recursos ainda é de curto prazo, de investidores que se aproveitam de situações momentâneas.

"Não podemos esquecer que nosso risco já foi de 140", diz. "Até outro dia, falava-se de insolvência fiscal em dois, três anos. Isso significa que, se as novas reformas não forem aprovadas, não teremos capital externo para investimento de longo prazo."

O responsável pela área de mercado de capitais do banco Morgan Stanley, Alexandre Castanheira, diz que as empresas não estão neste momento captando para investir. A Marfrig, por exemplo, captou US$ 750 milhões e boa parte usou para recomprar títulos que venciam no curto prazo.

A única nova emissão, de empresa que não era conhecida dos investidores, foi a da Eldorado Celulose, que acabou tendo um pouco menos de demanda para seus papéis, segundo alguns executivos de bancos.

Já a Vale, que pretendia emitir entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão, acabou fechando em US$ 1,25 bilhão, com juros abaixo de 6% e demanda por US$ 5 bilhões.

A maior captação do ano foi da Petrobras, de US$ 6,75 bilhões, mas os juros ficaram acima de 8%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - As empresas brasileiras estão aproveitando a melhora da avaliação sobre o risco Brasil, após a mudança de governo, para captar recursos no exterior e refinanciar suas dívidas .

Os investidores estrangeiros compraram, em menos de um mês, US$ 9,6 bilhões em bônus de empresas como Petrobras , Marfrig, Vale , Eldorado e Cosan.

E a expectativa é de que mais companhias façam novas emissões nas próximas semanas.

A demanda por papéis de empresas brasileiras já conhecidas no mercado está muito superior à oferta, segundo o diretor-gerente do Bradesco Banco de Investimento (BBI), Leandro de Miranda, que esteve à frente das operações de Marfrig, Vale e Cosan.

O volume captado pelas companhias nos últimos dias já supera todo o volume do ano passado, de cerca de US$ 8 bilhões.

Miranda lembra, porém, que a oferta de títulos ainda é baixa: há alguns anos, o volume de emissões no primeiro semestre ficava entre US$ 25 bilhões a US$ 30 bilhões.

Diversos fatores têm influenciado nas captações. Além da melhora na parte política, com a mudança de governo e a expectativa de que as reformas econômicas sejam feitas, o Fed (o banco central americano) indicou nesta semana que não deve subir os juros.

Assim, os investidores continuam procurando juros mais atrativos.

Outro ponto é que muitos fundos de investimento estão com porcentuais históricos muito baixos de exposição ao Brasil, e com espaço para recompor seus portfólios.

Custo

Diante desse apetite por Brasil, os custos para as empresas têm caído, na esteira da queda do risco país, que era de 500 pontos básicos no início do ano e caiu agora para 300.

O economista Nathan Blanche, da Tendências Consultoria, lembra, porém, que o dinheiro que está fazendo com que o dólar caia, a Bolsa se valorize e as empresas captem recursos ainda é de curto prazo, de investidores que se aproveitam de situações momentâneas.

"Não podemos esquecer que nosso risco já foi de 140", diz. "Até outro dia, falava-se de insolvência fiscal em dois, três anos. Isso significa que, se as novas reformas não forem aprovadas, não teremos capital externo para investimento de longo prazo."

O responsável pela área de mercado de capitais do banco Morgan Stanley, Alexandre Castanheira, diz que as empresas não estão neste momento captando para investir. A Marfrig, por exemplo, captou US$ 750 milhões e boa parte usou para recomprar títulos que venciam no curto prazo.

A única nova emissão, de empresa que não era conhecida dos investidores, foi a da Eldorado Celulose, que acabou tendo um pouco menos de demanda para seus papéis, segundo alguns executivos de bancos.

Já a Vale, que pretendia emitir entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão, acabou fechando em US$ 1,25 bilhão, com juros abaixo de 6% e demanda por US$ 5 bilhões.

A maior captação do ano foi da Petrobras, de US$ 6,75 bilhões, mas os juros ficaram acima de 8%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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