Após impeachment, 61% das empresas destravam investimentos
É o que foi observado entre 160 companhias ouvidas em uma pesquisa feita pela Amcham (Câmara Americana de Comércio)
Luísa Melo
Publicado em 23 de setembro de 2016 às 13h50.
São Paulo - Passado o processo de impeachment , a maioria das empresas do país decidiu destravar os investimentos represados por conta da incerteza política.
Pelo menos é o que foi observado entre 160 companhias ouvidas em pesquisa feita pela Amcham (Câmara Americana de Comércio).
Os diretores e presidentes dessas corporações foram entrevistados durante um evento da organização, no dia 16 de setembro, em São Paulo.
Nas empresas comandas por 61% deles, os aportes financeiros já começaram a ser liberados – em 35% eles serão aplicados ainda neste ano e, em 26%, no primeiro trimestre do ano que vem.
Outros 20% disseram que não planejam novos recursos ou linhas de negócios no curto prazo e 19% preferiram não revelar suas perspectivas.
De acordo com a pesquisa, 84% dos empresários estão confiantes de que a economia vai voltar a crescer com a concretização de medidas como o teto para gastos, a reforma da previdência, o programa de concessões e a flexibilização das leis trabalhistas.
Concessões
Para 64% dos executivos entrevistados, o sucesso do plano de concessões, uma das principais bandeiras do governo Temer, vai depender, principalmente, da velocidade com que o país conseguirá recuperar a credibilidade interna e externamente.
O ritmo da aprovação de financiamento e o licenciamento ambiental aparecem como os próximos fatores mais determinantes, com 13% cada. A realização de road show com investidores vem na sequência, com 9%.
"Custo Brasil"
Já para melhorar a produtividade e reduzir o "custo Brasil", os pesquisados acreditam que o governo deve adotar como prioridade a abertura da economia e os acordos comerciais (58%), investir em qualificação de mão de obra (16%), em inovação (15%) e no fortalecimento das agências reguladoras (10%).