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Após 2 anos, receita do turismo no mundo está perto do nível pré-pandemia

Para esse ano, o World Travel & Tourism Council (WTTC) espera que o turismo movimente US$ 233 bilhões, um crescimento de 48% em relação à 2020

Cenário econômico de 2022 pode ser complicador para o setor (Thinkstock/Choreograph/Thinkstock)
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Luciana Lima

Publicado em 11 de março de 2022 às 18h27.

Última atualização em 11 de março de 2022 às 18h30.

Há exatamente dois anos, no dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS), declarava o início da pandemia de Covid-19. Com fronteiras fechadas, voos cancelados e pessoas confinadas, o turismo foi acertado em cheio.

Segundo dados do World Travel & Tourism Council (WTTC), em 2020, o turismo perdeu 4,5 milhões de dólares em receita no mundo todo. No mesmo período, o setor, que antes respondia por um a cada quatro empregos, demitiu 62 milhões de trabalhadores globalmente.

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Porém, dois anos depois do início da pandemia , o avanço da vacinação e o fim das medidas de isolamento social ajudam o turismo aos poucos recuperar parte das perdas.

Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram que, em 2021, apesar de deixar de faturar 214 bilhões de reais, o setor conseguiu crescer 21,1% em comparação ao ano anterior, no auge da crise.

Para este ano, o WTTC espera que o turismo movimente 233 bilhões de dólares, o que representa um crescimento de 48% em relação à 2020 e próximo ao patamar pré-pandemia, em 2019, quando as empresas ligadas à indústria faturaram 267 bilhões de reais.

O desemprego no segmento, porém, continua sendo um problema. “Ainda temos 40 mil vagas formais para serem recriadas a ponto de chegarmos aos patamares de 2019”, diz Mariana Aldrigui, professora da USP e conselheiro da WTM Latin America.

Empresas se reinventaram

Para passar pelo período mais difícil, hotéis, agências e outras companhias do setor tiveram que se adaptar. Como a retomada do mercado interno, que aconteceu antes do fim das restrições internacionais, a Schultz, operadora de turismo, investiu em opções dentro do Brasil.

“Lançamos novos produtos e serviços, ampliando o portfólio para destinos nacionais, além de entrar em novas frentes como atendimento médico e seguros viagem com coberturas que incluíam a Covid-19”, diz Aroldo Schultz, presidente da operadora.

Os hotéis que antes focavam mais no público corporativo, que viajava a negócios, também estão mudando de estratégia.

“A grande lição foi a necessidade de criar alternativas para manter os negócios funcionando. Os eventos online e híbridos se fortaleceram e devem continuar, então, precisamos ficar atentos também no público que viaja a lazer”, afirma Fernando Kanbara, gerente-geral do hotel Grand Mercure Curitiba Rayon.

Daqui para frente

O fim de quase toda medida de restrição, incluindo mais recentemente a retirada de obrigatoriedade do uso de máscaras em diversos estados, é visto como mais um indício de que 2022 poderá ser diferente dos últimos dois anos.

Porém, a conjuntura econômica, com inflação em alta e diminuição do poder de compra, pode ser um complicador para que a retomada ganhe fôlego. Para a CNC, por exemplo, o setor só conseguirá recuperar todas as perdas em 2023, muito por conta do cenário econômico.

Porém, a indústria aposta que a necessidade de conexão humana fale mais alto e ajude a fazer com que o turismo avance, apesar dos problemas.

“As pessoas estão sentindo falta de socializar e as viagens, sem dúvida, são uma grande oportunidade para isso. Existe o fator econômico, mas vemos uma alegria genuína em rever pessoas”, diz a turismóloga Gilsimara Caresia, organizadora do encontro de Mulheres Viajantes. A terceira edição do evento deve reunir 400 mulheres nos dias 19 e 20 de março no Tênis Clube Paulista, em São Paulo.

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